quinta-feira, 29 de agosto de 2013

ENTRAMOS EM UMA SEMANA IMPORTANTÍSSIMA A CLASSE TRABALHADORA E AOS LUTADORES DO MOVIMENTO SOCIAL DESTE PAIS, COMO ALGUEM JA DISSE, AQUELES QUE DURANTE ANOS FICARAM CUTUCANDO O GIGANTE ESTÃO EM CENA OUTRA VEZ.



ENTRAMOS EM UMA SEMANA IMPORTANTISSIMA A CLASSE TRABALHADORA E AOS LUTADORES DO MOVIMENTO SOCIAL DESTE PAIS, COMO ALGUEM JA DISSE, AQUELES QUE DURANTE ANOS FICARAM CUTUCANDO O GIGANTE ESTÃO EM CENA OUTRA VEZ.

O GIGANTE QUE ACORDOU DE UM SONO PROFUNDO NÃO PODE COCHILAR DE NOVO, MOTIVO É O QUE NÃO FALTA PARA ELE NÃO ACORDAR COM FICAR ENFURECIDO.

TEMOS UM TRANSPORTE PUBLICO CARO E DE PÉSSIMAS QUALIDADES, TEMOS UMA DAS PIORES EDUCAÇÃO A NÍVEL MUNDIAL, OS INVESTIMENTOS NESTA ÁREA É UMA VERGONHA, A SAÚDE PUBLICA É UMA CALAMIDADE, O GOVERNO ESTA ENTREGANDO AS RESERVAS DE PETRÓLEO COM A PRIVATIZAÇÃO, OS TRABALHADORES QUE SE APOSENTAM CHEGA A RECEBER ATÉ 40% A MENOS DEVIDO O FATOR PREVIDENCIÁRIO QUE REDUZ A APOSENTADORIA DOS TRABALHADORES, ESTE GOVERNO FOI ELEITO PROMETENDO A REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO PARA 40 HORAS SEMANAIS, E ATÉ AGORA NADA SÓ FICOU EM CONVERSA, QUEREM AMPLIAR A TERCEIRIZAÇÃO COM ESTE PROJETO PATRONAL CHAMADO PL 4330 E COM ISSO AUMENTAR A EXPLORAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA, A REFORMA AGRARIA E URBANA ESTA ABANDONADA, MILHARES ESTÃO A ESPERA DA TERRA PARA PLANTAR E OUTROS MILHÕES DO TETO PARA MORAR, A OPRESSÃO CONTRA AS MULHERES CONTINUA SÃO MILHARES NESTE PAIS RECEBENDO SALÁRIOS MENORES QUE OS HOMENS, TENDO OS DIREITOS DIMINUÍDOS E SENDO AGREDIAS E ATÉ MORTAS POR SEUS MARIDOS E COMPANHEIROS NO DIA DIA, A RESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA AUMENTA, COM ISSO O RITMO DE TRABALHO, A DUPLA FUNÇÃO, EXEMPLO OS MOTORISTAS DE ÔNIBUS TEM QUE SUBSTITUIR OS COBRADORES, REDUZINDO OS POSTOS DE TRABALHO E SUJEITANDO OS TRABALHADORES A CONTRAIR MAIS DOENÇAS DO TRABALHO.

DIANTE DESTE QUADRO AS CENTRAIS SINDICAIS ENTRE ELAS A CSP CONLUTAS ESTA CONVOCANDO A TODOS PARA MAIS ESTA JORNADA, PARTICIPEM E NÃO DEIXE QUE O GIGANTE ADORMEÇA DE NOVO.

JOAQUIM É MEMBRO DA EXECUTIVA DA CSP CONLUTAS SÃO PAULO E MILITANTE DA LSR\PSOL DE JACAREI SP

Toda força no 30 de agosto: cobrar do governo nossas reivindicações

Por Zé Maria

Estamos chegando no 30 de agosto, e estão em curso os últimos preparativos para a paralisação nas categorias em todo o país. Até agora o governo – que vive repetindo que está ouvindo a voz das ruas – não se dignou sequer a responder às centrais sindicais que entregaram a pauta de reivindicações em reunião com a presidenta Dilma, ainda em junho.   O único gesto do governo foi acenar, em reunião com algumas centrais – as que o apoiam – a possibilidade de negociação sobre o Fator Previdenciário (que, sabemos todos, na visão do governo significa trocar o fator pela formula 85/95 ou 95/105). Se somamos isso à proposta de redação que o governo apresentou, para o PL 4330 (que atende todas as demandas dos empresários), temos que o governo quer fingir que negocia, sem no entanto atender nenhuma reivindicação dos trabalhadores.   Por esta razão o momento é de fortalecer a mobilização. É de realizar uma grande paralisação em todo o país neste dia 30, para aumentar a pressão sobre empresários, governo e congresso nacional, pelo atendimento das nossas reivindicações. Esta é a principal tarefa no momento.   E, por isso mesmo é importante que a ela se lancem todos as centrais sindicais, sindicatos, movimentos populares, organizações estudantis, etc. É na união de todos, e na luta sem trégua contra o governo o modelo econômico vigente, que abriremos caminho para a conquista de nossas reivindicações.   NEGOCIAÇÃO OU ENROLAÇÃO PARA DESMONTAR A MOBILIZAÇÃO?   

O governo até agora não deu nenhum demonstração de que quer negociar seriamente com as organizações dos trabalhadores. Seja no caso do PL 4330, seja no caso do Fator Previdenciário, o que foi feito até agora não passa de jogo de cena. E só se engana com isso quem quer.   Por isso queremos deixar claro nossa crítica à atitude da direção de algumas centrais que estão fazendo corpo mole na mobilização. Isso é inaceitável, pois configura um jogo de cartas marcadas com o governo para enrolar os trabalhadores. Não se pode diminuir o esforço de mobilização alegando uma negociação em nenhuma hipótese, pois é a mobilização que torna eficaz qualquer processo de negociação. Frente a esta enrolação do governo, menos ainda!   Mais uma vez insistimos: não há como apoiar o governo, contemplar empresários e defender os trabalhadores. 

O atendimento das reivindicações da nossa classe é incompatível com o modelo econômico aplicado pelo governo da presidenta Dilma e com os interesses do empresariado. As centrais sindicais precisam escolher de que lado estão.   Queremos novamente chamar a direção das centrais que estão negociando o PL 4330 (CUT, Força Sindical e UGT) que saiam fora desta enrolação e somem-se à exigência de retirada ou rejeição deste projeto. Assim como queremos cobrar também das centrais que estão conversando com o governo sobre o Fator Previdenciário, uma posição clara pelo fim imediato desta lei. Não podemos aceitar a troca deste mecanismo por outro que mantenha o prejuízo para a aposentadoria dos trabalhadores. Vamos todos, com força total, na mobilização dos trabalhadores.   Toda força na paralisação nacional de 30 de agosto!   Pelo atendimento das reivindicações da pauta trabalhista!  

 Zé Maria – membro da Secretaria executiva Nacional da CSP-Conlutas   - 

Pará: Trabalhadores da construção civil decidem hoje se entram em greve

Após um mês de negociação com a patronal, os trabalhadores da construção civil de Belém, Anananindeua e Marituba, no Pará, decidirão, em assembleia realizada nesta quinta-feira ( 28), se entram em greve ou aceitam o acordo proposto pelas empresas.   

A Campanha Salarial é unificada e participaram da mesa de negociação os sindicatos de trabalhadores da construção civil de Belém, Anananindeua e Marituba. Juntas, essas entidades representam 35 mil operários.   

Negociação – As empresas iniciaram as negociações oferecendo apenas 6, 38% de reajuste salarial. Na quarta-feira (28), houve um avanço e os patrões chegaram a oferecer 9% de reajuste.   Entretanto, essas entidades devolveram a proposta e alertaram que sem avanço nas clausulas sociais não haverá acordo e terá início a greve da categoria.   Os principais itens apontados pelas entidades durante a reunião foram 10% de reajuste salarial; cesta básica e por uma política de classificação das mulheres operárias.   

A reunião terminou num impasse e a patronal solicitou o prazo de até 18h de hoje, horário da assembleia da categoria, para tentar apresentar alguma outra proposta que não seja só o reajuste salarial.   Trabalhadores pressionam – Os operários da construção civil de Belém, Anananindeua e Marituba enfrentam a enrolação dos patrões com mobilização e pressão.  

 Faz duas semanas que, todos os dias, cerca de 10 canteiros de obras, das mais diversas empresas, de forma alternada, paralisam a produção por 2 horas. A pressão também incluiu o bloqueio do trabalho aos sábados.   Todas essas mobilizações são organizadas pelo Sindicato da categoria.   Adesão ao dia 30 de agosto – Em vinte canteiros de obras, o que representa mais de 5 mil operários, foi aprovada pelos trabalhadores participação no dia 30, Dia Nacional de Paralisação. 

Agricultura familiar melhora qualidade da merenda escolar, afirma estudo

Da Adital

Desde um menu mais simples a base de milho, feijão, arroz, azeite e soja em Honduras a um cardápio mais aprimorado com bebidas a base de leite com aveia, quinua, amaranto (kiwicha), trigo, milho, sopas, pães, marmeladas, mousse, sanduíches, tubérculos, leguminosas, cereais, carnes e frutas da estação no Peru, a alimentação escolar na América Latina tem se mostrado fundamental para o fortalecimento de três eixos: econômico, social e político.

Econômico porque significa alimentar as novas gerações; social porque alimentar uma criança na escola significa permitir que ela seja educada e tenha possibilidades de sair do ciclo de exclusão social; e político porque implica uma dupla necessidade de contar com políticas públicas ousadas e de incentivar a participação cidadã na definição, gestão e controle dessas políticas.

Além disso, tem promovido a participação social e estimulado a agricultura familiar. É o que constata o estudo preliminar "Alimentação escolar e as possibilidades de compra direta da agricultura familiar: estudo de caso de oito países”, realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) na Bolívia, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Paraguai e Peru.

O estudo revela que a alimentação escolar tem promovido o empoderamento, organização e participação social nas comunidades. Os pais são considerados um importante suporte dos Programas de Alimentação Escolar (PAE), sem os quais seria difícil alimentar 15,8 milhões de crianças em horários pré-estabelecidos.

A FAO identificou também alguns desafios que ainda precisam ser superados, como a regulamentação dos processos de participação e controle social para que possam ser fiscalizados e terem suas contas prestadas às comunidades e às escolas, por meio de instrumentos como as juntas escolares, comitês de alimentação escolar, organizações de país e mães, entre outras.

A vinculação estreita e necessária desses programas com a agricultura familiar é o principal aspecto que mereceu atenção do estudo. Os países pesquisados contam com agricultores familiares que produzem uma grande variedade de alimentos frescos e semi-elaborados que podem ser aproveitados pelas escolas. Já há experiências e o interesse de alguns governos em promover as compras locais, mas desafios precisam ser superados por meio de ajustes e mudanças tanto no setor da alimentação escolar como no setor agrícola.

São necessários importantes esforços para o fortalecimento das capacidades institucionais, produtivas e de comercialização dos agricultores, por intermédio da criação e fortalecimento dos marcos jurídicos, políticas públicas e programas dirigidos à agricultura familiar. Além do mais, os departamentos responsáveis pela merenda escolar devem adequar os menus para que incorporem productos frescos, saudáveis e produzidos pela comunidades, melhorem a infraestrutura das escolas e criem mecanismos que possibilitem a compra junto aos agricultores familiares.

"Um elemento fundamental em todo esse processo é o fortalecimento institucional dessa vinculação, através da criação de mecanismos institucionais dirigidos diretamente para as compras públicas dos produtores locais, assim como a criação de mecanismos de coordenação interinstitucional e intersetorial entre os principais atores envolvidos”, salienta o estudo.

A área coberta pelo estudo inclui 31 milhões de estudantes matriculados nas escolas públicas e privadas, dos quais mais da metade são atendidos com eficácia. O orçamento para a alimentação escolar nos oitos países pesquisados supera os US$ 900 milhões, totalizando o investimento anual de US$ 25 por estudante.

Grito dos Excluídos promove coletiva de imprensa amanhã (30)

Na próxima sexta-feira (30) de agosto, será realizada a 
coletiva de imprensa do 19° Grito dos (as) Excluídos (as), às 14h, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Sul I, em São Paulo. O lema desse ano, “Juventude que Ousa Lutar Constrói o Projeto Popular”, traz a necessidade de toda a sociedade brasileira, sobretudo a juventude, se manifestar e lutar em torno de um Projeto Popular.

 Estarão presentes na mesa Dom Pedro Luiz Stringhini, da CNBB, Liciane Andrioli, da Coordenação Nacional do Grito, Eduardo Paludette, da 26° Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras, Marcelo Naves, do Instituto Paulista de  Juventude e Anderson Lopes Miranda, do Movimento Nacional dos Moradores de Rua, que apresentarão a temática da jornada deste ano, que traz o lema “Juventude que Ousa Lutar Constrói o Projeto Popular”.

Para o Grito dos Excluídos, este é um momento importante da conjuntura nacional, tornando-se cada vez mais necessário que toda a sociedade, sobretudo a juventude brasileira, se manifeste e lute em torno da construção de um Projeto Popular para o Brasil.

A atividade deste ano dialoga com as mobilizações que aconteceram a partir do último mês de junho, quando milhares de pessoas saíram às ruas em todo o país, principalmente a juventude brasileira, para cobrarem por direitos básicos, como transporte de qualidade, moradia, saúde, educação e pela Reforma Política.

O Grito dos Excluídos é uma atividade nacional, e em 2013 celebra sua 19ª edição. De 1° a 7 de setembro serão realizadas ações, seminários e manifestações em todo Brasil, com o objetivo de colocar no centro da discussão a perspectiva de um projeto popular para o país, fortalecendo as lutas unitárias entre as forças sociais do campo e da cidade.

SERVIÇO:
Data: 30 de agosto de 2013
Horário: 14h
Local: CNBB REGIONAL SUL I
Endereço: Rua Conselheiro Ramalho, 726 - Bairro Bela Vista, São Paulo.

MAIS INFORMAÇÕES:
Secretaria Nacional do Grito:  11- 2272-0627 - Karina da Silva Pereira (11) 99372-3919
Assessoria de Imprensa:   Alexania – (11) 97023-8396

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Nota oficial das Centrais Sindicais sobre o 30 de agosto

CSP-Conlutas
 
Representantes de oito centrais sindicais se reuniram nesta segunda-feira, 19, na sede da CUT, em São Paulo, para organizar o Dia Nacional de Mobilização e de Paralisação, em 30 de agosto, para acelerar o debate e as negociações da pauta de reivindicações da classe trabalhadora, entregue ao governo e ao Congresso Nacional no dia 7 de março deste ano. 
 
Da agenda de reivindicações da classe trabalhadora, os sindicalistas decidiram destacar para esta mobilização a regulamentação da terceirização e o combate ao Projeto de Lei 4330, o fim do fator previdenciário, a redução de jornada para 40 horas semanais sem redução de salário e a reforma agrária. As centrais sindicais decidiram, ainda, apoiar o Grito dos Excluídos, no dia 7 de setembro.
 
É importante que fique claro que o Dia Nacional de Mobilização e de Paralisação será realizado em todo o País e as ações serão realizadas prioritariamente nos locais de trabalho – atraso na entrada dos turnos, paralisações, atos e manifestações ao longo do dia.
 
As centrais sindicais renovaram os esforços para a construção da unidade como forma de fortalecer a luta dos/as trabalhadores/as para ampliar as conquistas.
 
Força Sindical
Central Única dos Trabalhadores
União Geral dos Trabalhadores
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Nova Central Sindical dos Trabalhadores
Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
Central dos Sindicatos Brasileiros
Intersindical
CSP/Conlutas

Balanço das negociações dos reajustes salariais do primeiro semestre de 2013

Nota oficial das Centrais Sindicais sobre o 30 de agostoNo primeiro semestre de 2013, os dados coletados pelo Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS), do DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos  Socioeconômicos – mostraram que os reajustes salariais conquistados nas negociações  coletivas, ainda que apresentassem um recuo em relação ao quadro registrado em 2012, não  tiveram um comportamento discrepante em relação ao de anos anteriores.
 
Foram analisados  os reajustes salariais de 328 unidades de negociação da Indústria, Comércio e Serviços – no  setor privado e em empresas estatais – com data-base no primeiro semestre deste ano, e  comparados aos resultados obtidos pelas mesmas unidades de negociação nos últimos seis anos, período no qual o SAS-DIEESE passou a acompanhar os resultados das negociações  coletivas de um painel único de categorias profissionais.
 
Confira o estudo completo : Estudos e Pesquisas nº69

Fator Previdenciário: negociar para perder menos ou mobilizar para derrotar as propostas do governo e dos empresários?

Fator Previdenciário: negociar para perder menos ou mobilizar para derrotar as propostas do governo e dos empresários?
Aconteceu no dia de ontem (21/08) no Palácio do Planalto, uma reunião entre as centrais sindicais, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e os ministros Manoel Dias, do Trabalho, Garibaldi Alves Filho, da Previdência, e Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República.
 
O objetivo da reunião foi discutir a abertura de negociações sobre o famigerado fator previdenciário. Mas conforme noticiado pela Agencia Brasil de Notícias (veja aqui) o governo não admite a hipótese de apenas extinguir o fator.
 
Segundo a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, “Não há, da parte do governo, nenhuma intenção no fim puro e simples do fator previdenciário. Isso causaria um impacto que não teria sustentabilidade. Portanto, acho que a disposição da mesa de negociação é encontrar uma fórmula que permita implementar gradualmente, implementar de forma sustentável”.
 
Semanas atrás, algumas dessas centrais buscaram uma negociação com o governo em torno do PL 4330 das terceirizações, tentando “melhora-lo”. Agora, mais uma vez, elas tentam uma saída rebaixada para outro item da pauta de reivindicações da paralisação que estamos construindo para o dia 30 de agosto.
 
Assim como na tentativa de negociação do PL 4330, mais uma vez a lógica é buscar uma saída que atenda os interesses do governo e dos empresários. No caso do fator previdenciário, o ponto de partida, é o pressuposto de colocar algum outro mecanismo em seu lugar. A proposta defendida pela CUT (fator 85/95), por exemplo, é tão prejudicial aos trabalhadores quanto o fator previdenciário (veja aqui).  
 
O que consta na pauta de reivindicações consensuada pelas oito centrais que convocam o dia 30 de agosto é o arquivamento do PL 4330 e o fim do fator previdenciário. Portanto, é um absurdo que em meio ao processo de preparação da paralisação se tente a negociação de pontos da nossa pauta na lógica de buscar uma mediação que atenda aos interesses do governo e dos empresários. O que temos que fazer é derrotá-los.
 
Cobramos dos dirigentes destas centrais sindicais, que respeitem o processo unitário construído até aqui e que se abstenham de seguir com estas tentativas de negociação porque elas não ajudam em nada na mobilização que estamos convocando. Precisamos derrotar as propostas contrárias aos interesses dos trabalhadores.
 
A CSP-Conlutas não está a favor de que a mobilização que estamos construindo seja utilizada para simplesmente fazer um acordo rebaixado com o governo e com os empresários, onde os prejudicados de sempre seguem sendo os trabalhadores.
 
A nossa tarefa neste momento é seguir com a mobilização das nossas bases para realizarmos um grande dia de paralisação no dia 30 de agosto. É dessa forma que iremos dar mais um passo para colocar a classe trabalhadora em cena em defesa da nossa pauta, na nova conjuntura que estamos vivendo em nosso país. As manifestações de junho mostraram o caminho e colocaram a perspectiva alcançarmos vitórias em nossas lutas.
 
Todos juntos na garantia de uma grande paralisação nacional em 30 de agosto, em defesa de toda a pauta trabalhista! É possível lutar é possível vencer!
 
Por Atnágoras Lopes, membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas

Conjuntura Política no Tocantins

Cresce a luta e resistência do movimento popular tocantinense contra a politica hegemônica de favorecimento ao agronegócio, especulação imobiliária, sucateamento e entrega dos bens públicos á empresários.

*Por Pedro Ferreira

O ano de 2013 será um marco para historia da luta do movimento popular tocantinense, pois desde sua criação nunca houve um numero tão grande de mobilizações e luta denunciando as mazelas políticas no Tocantins bem como exigindo nossos direitos negados historicamente. Apenas no primeiro semestre varias ações foram realizadas tendo como protagonista os movimentos de campesinos sem terra, dos trabalhadores sem teto e no ultimo período a juventude do movimento estudantil que inspirados com as grandes mobilizações realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Goiânia tomam as ruas das principais cidades tocantinenses lutando por direitos.

Um marco nessas mobilizações tem sido a ação conjunta de diversos movimentos construindo assim uma importante unidade na luta daqueles que atuam contra a politica hegemônica de favorecimento ao agronegócio, especuladores e grandes empresários. Sobretudo o movimento sem teto e os sem terra que tem dado um exemplo fundamental para o conjunto das organizações populares no Tocantins.

Podemos apontar, por exemplo, a marcha unificada dos movimentos tocantinenses do campo e da cidade realizada no dia 30 de abril em Palmas, segundo a coordenação dos movimentos essa foi à primeira marcha unificada da historia do Tocantins. A mesma percorreu a avenida principal de Palmas (Av. JK) e teve como ponto alto a ocupação da assembleia legislativa.

A marcha teve importante repercussão e contribuiu para o fortalecimento da luta do movimento popular, pautando a questão da reforma agrária e urbana que não tem avançado a nível regional como também nacional. Denunciaram e protestaram pelo fim do auxilio moradia aprovado pelos deputados estaduais para conselheiros do TCE, MPE, TJ e também para os próprios deputados estaduais. Também protestaram contra a nomeação do deputado ruralista Irajá Abreu, para gerir a pasta de regularização fundiária no estado, o que segundo os movimentos campesinos essa ação legaliza a grilagem de terra no Tocantins. Mas também a marcha unificada sofreu com tentativa de criminalização por parte de setores conservadores da política tocantinense, através do deputado siqueirista José Bonifácio (PR) que qualificou as trabalhadoras e trabalhadores de babacas e bandidos.

Essa marcha foi um exemplo importante para todas as organizações sindicais e populares no Tocantins, apesar das organizações sindicais não terem jogado o peso necessário como também o movimento estudantil. No entanto foi à primeira iniciativa concreta de amplo dialogo e busca de unidade das organizações do campo e da cidade. Os movimentos mostraram disposição para o enfrentamento do poder politico hegemônico no estado e inspiraram outras manifestações, ocupações e mobilizações em diversas cidades do estado.

Outra importante marcha foi a dos povos indígenas do Centro Oeste, que também percorreu a JK seguindo rumo à assembleia legislativa. Os povos indígenas têm resistido bravamente aos ataques de latifundiários, da bancada ruralista e do governo brasileiro que tem usurpado suas áreas e criminalizado suas lutas, sobretudo no Centro Oeste.

No Tocantins não é diferente, há uma grande presença de comunidades indígenas e um agronegócio que tende a avançar sobre seus territórios com o apoio do governo federal e estadual. Por tanto é fundamental fortalecermos a organização e resistência dos povos indígenas tocantinenses e de todo o Brasil.

A crescente onda de violência contra os indígenas, o desmantelamento da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), as alterações do código mineral que estão sendo proposta, a articulação dos ruralistas no congresso nacional para provação da PEC 215 foram alguns dos temas debatidos neste encontro que mostrou a necessidade da articulação dos povos indígenas para rechaçar esses ataques por parte do governo em favorecimento ao agronegócio.

Esse encontro mostrou que os povos indígenas têm resistido bravamente como também tem tentado se articular e se organizar para enfrentar o ataque por parte do agronegócio. Assim os povos indígenas brasileiros tem dado importante exemplo de resistência e luta pelos seus direitos negados e usurpados ao longo dos anos. Bem como não se amedrontam com a crescente onda de violência desencadeada por latifundiários com apoio do estado brasileiro contra seus territórios. Violência que não é novidade ao longo da nossa historia e que, mas do que nunca deve ser combatida com veemência, é preciso parar o genocídio dos povos indígenas já.

A Luta camponesa por reforma agrária e justiça no campo

No campo o movimento campesino de luta pela terra tem feito importantes ações. Por exemplo, em março as mulheres camponesas fizeram uma importante jornada de luta paralisando a BR 153 e ocupando a fazenda da família da senadora Kátia Abreu utilizada como laboratório de plantação de muda de eucalipto. Fazenda essa que sofre processo na justiça devido a crimes ambientais.

O acampamento Sebastião Bezerra da Silva resiste a mais de 2 anos na margem da rodovia que liga Palmas a Porto Nacional na luta por reforma agrária (esse é apenas um exemplo das centenas de acampamento de famílias sem terra espalhados por todo território tocantinense). Reforma Agrária que infelizmente a cada dia tem sido jogada para escanteio pelo governo do PT, 2012 foi o pior ano dos últimos 15 para o assentamento de novas famílias no Tocantins , desde 1997 ainda no primeiro mandato de FHC não tínhamos um índice tão ruim de novos assentamentos no estado.

A luta por reforma agrária e por uma agricultura familiar e camponesa no Tocantins é heroica, sobretudo devido à força econômica e politica do agronegócio tocantinense que sempre foi forte, mas que agora se desenvolve a passos largos com o apoio dos governos de plantão. No entanto o desenvolvimento do agronegócio não significa melhoria de vida para população, ao contrario estudos aponta que a pobreza se mantem no Tocantins, em especial nas pequenas e medias cidades. O desenvolvimento do agronegócio tocantinense pode ser visto a partir do numero de exportação dos produtos agrícolas produzidos no estado, por exemplo, o Tocantins já é considerado hoje um dos maiores exportadores de soja do país, além da exportação de carne bovina.

No entanto esse desenvolvimento tem significado um encarecimento das terras tocantinenses e disso uma dificuldade maior de se criar novos assentamentos, além de intensificar a fuga de milhares de famílias tocantinenses que ainda vivem no campo ou em pequenas cidades tendo que irem inchar a periferia das grandes cidades.

Mesmo com o discurso de diversos setores de que a reforma agraria não é mais viável, contestamos com veemência e afirmamos a necessidade da luta contra o agronegócio e por uma agricultura familiar e camponesa, assim as organizações de esquerda devem esta ao lado dessas luta orientando, organizando e fortalecendo os movimentos campesinos de luta pela terra, mostrando que só um governo da classe trabalhadora tem condições de fazer uma reforma agrária de fato.

A luta dos trabalhadores sem teto

A luta por reforma urbana, sobretudo por moradia ganhou um novo folego no estado onde os dados oficiais apontam para um déficit habitacional de 90,604 mil moradias. A ocupação Pinheirinho Vive com 900 famílias coordenadas pelo MTST, no setor União Sul em Palmas não apenas explicita esse déficit como também mostra que é preciso enfrentamento e disposição de luta para encarar esse problema.

Enquanto a maioria dos movimentos de luta por moradia no Tocantins se renderam a burocracia, tornando-se apenas fazedores de cadastros papel que deveria ser das secretarias de habitação. O MTST mostra que a organização e as ocupações são táticas fundamentais para o enfrentamento bem como para conquista das reivindicações dos movimentos organizados.

A conferência das Cidades etapa municipal de Palmas pautando a reforma urbana e a audiência pública realizada na assembleia legislativa que pautou o déficit habitacional no estado. Mostra que o enfrentamento da especulação imobiliária bem como do déficit habitacional e a realização de uma reforma urbana de fato não será feita em conferencias e nem em audiências públicas que servem apenas para desmobilizar o movimento, portanto não serão os governos de plantão que farão isso acontecer, tal como a reforma agrária, a reforma urbana só sairá sob um governo do povo, com o povo e para o povo.

A luta por reforma urbana deve se intensificar no próximo período, sobretudo por que a cada dia mais pessoas tem abandonado a zona rural no Tocantins e se encaminhado para os grandes centros, tanto que além da ocupação Pinheirinho Vive também vimos surgir outra ocupação em Guaraí coordenada pelo MTST, outras ocupações com certeza irão surge, pois ate o momento não temos visto nenhuma ação concreta por parte do poder público municipal, estadual e federal para atender a demanda de diversas famílias que sobrevivem em condição desumana no Tocantins.

Mas a reforma urbana não se resume apenas a luta por moradia e o povo tocantinense tem acordado para isso, e tem se mobilizado por transporte público de qualidade, mobilidade urbana, saneamento básico entre outras demandas importantes.

Servidores públicos, mulheres e juventude se levantam pelos seus direitos!

A paralização nacional da educação e a jornada de luta contra os crimes da copa mostraram também que o movimento popular tocantinense não esta isolado das demais lutas e mobilizações que vem acontecendo Brasil afora. Pois a luta da classe trabalhadora contra os ataques de patrões e governo aos seus direitos bem como pela superação do capitalismo não é apenas local, é também nacional e internacional.

Nesse sentido podemos também apontar a realização da Marcha das Vadias pelo movimento feminista tocantinense, as grandes manifestações realizadas tendo, sobretudo a juventude do movimento estudantil à frente reivindicando diversas questões tanto locais como nacional, e a paralização nacional realizada no dia 11 de julho em todo o Brasil convocada pelas centrais sindicais, paralização esta que também foi realizada no Tocantins.

No dia 14 de abril, vésperas do inicio da Copa das Confederações cerca de 100 trabalhadores sem tetos organizados pelo MTST tomaram a Avenida JK. Gritando - “Não queremos copa, queremos moradia”. – “Copa pra quem? Abaixo os despejos para construção das obras da copa”. – “Cartão vermelho para os crimes da copa.” A mobilização aconteceu em varias cidades brasileiras.

Apesar de não ser sede da copa, as trabalhadoras e trabalhadores sem teto do Tocantins mostraram a sua solidariedade de classe com os trabalhadores que vem sofrendo na pele essa ação criminosa por parte do estado brasileiro com as ações de despejos. Mas também com a convicção que o dinheiro público desviado para construção das obras da copa pertence a todo o povo brasileiro, dinheiro que poderia ser investido na educação e saúde pública, construção de moradias populares entre outros.

Importante também foi à realização da III edição da marcha das vadias no dia 26 de junho em Palmas que mostrou a luta das mulheres tocantinenses denunciando os altos índices de violência contra a mulher e pelos seus direitos. A marcha das Vadias é hoje ao lado do dia 08 de março um dos espaços mais importante de resistência e luta das mulheres de todo o Brasil.

No Tocantins um estado com uma cultura fortemente patriarcal, onde os dados da violência contra as mulheres são alarmantes, a luta feminista torna-se heroica, e é este heroísmo que tem feito com que uma manifestação como à marcha das vadias já caminha para sua terceira edição em Palmas.

A resistência das lutadoras feministas tocantinenses é um exemplo para todos nós. Devemos assim, nos somar e fortalecer a luta pelos direitos das mulheres contra o machismo, pelo direito das mulheres decidir sobre o seu corpo, pelo fim da violência contra a mulher e tantas outras pautas do movimento. Pois como vimos no inicio do mês de julho através dos veículos de comunicação no estado três jovens foram assassinadas brutalmente, em um espaço de menos de uma semana, infelizmente afirmando os altos índices de violência contra a mulher no Tocantins.

Juventude tocantinense sacode Palmas, Araguaína, Gurupi e outras cidades do interior

Somando se as marchas que tem sacudido o Brasil de norte a sul, no ultimo período varias cidades tocantinenses tem organizado mobilizações para denunciar os problemas sociais que a cada dia aflige a população tocantinense e de todo o Brasil. No Tocantins as mobilizações aconteceram nas principais cidades como a capital, Palmas, Gurupi, Araguaína como também em pequenas cidades como Miracema e Lajeado.

Reivindicações contra o auxilio moradia para deputados estaduais, MPE, TCE e TJ, contra a péssima qualidade dos serviços públicos prestado no estado, o caos no transporte público, por educação e saúde pública de qualidade, pelo fim da PEC 37, contra o deputado Marcos Feliciano na presidência da comissão de direitos humanos, contra a homofobia, por reforma urbana e agrária, pelo passe livre estudantil são estas as principais reivindicações e bandeiras das manifestações.

Destacamos as mobilizações que aconteceram em Palmas onde milhares de pessoas tendo a juventude do movimento estudantil na linha de frente tomaram as ruas para cobrar o fim do monopólio do transporte e melhorias no sistema, além de outras diversas reivindicações. Em Araguaína e Gurupi também aconteceram importantes manifestações.

Em Gurupi, por exemplo, o povo conseguiu fazer com que a tarifa do transporte coletivo da cidade retornasse ao valor anterior, pois a empresa unilateralmente decidira subir o valor da passagem de R$ 2,50 para R$ 2,70. Parabenizamos a população Gurupiense por essa importante vitória, mas é preciso avançar mais. A classe trabalhadora de Gurupi deve continuar lutando pela estatização do transporte coletivo e pela tarifa zero.

Essa também deve ser a luta em Palmas, precisamos avançar para além da reivindicação da quebra do monopólio no transporte coletivo da capital. Nossa luta deve ser por um transporte coletivo público, gratuito e de qualidade. – Por tanto lutemos pelo fim do monopólio, pela estatização do transporte coletivo e pela tarifa zero.

Fim do auxilio moradia para os deputados, não ao aumento da tarifa de energia e redução do salario do governador e secretários foi uma vitória das ruas.

O recuo por parte dos deputados estaduais com o anuncio do fim do auxilio moradia, o não aumento da tarifa de energia, bem como do recente decreto aprovado que determina a redução de cerca de 25% do salario do governador e dos secretários é fruto unicamente da luta do conjunto da classe trabalhadora tocantinense que se indignou e tomou as ruas para protesta contra tais absurdos.

A criação do auxilio moradia que teve vida curta, serviu para que a indignação do povo tocantinense com o poder legislativo, executivo e judiciário se aflorasse e se transformasse em marchas, manifestações e mobilizações. Desde a marcha unificada realizada no dia 30 de abril que já pautava o fim do auxilio moradia até as mobilizações massivas do mês de junho, todas tiveram papel importante para que os deputados recuassem, até mesmo por que a maioria dos nobres deputados vislumbra disputar a reeleição em 2014, e vão querer está bem diante do povo.

E é nesse sentido que também se dá a redução do salario do governador e seus auxiliares direitos bem como a recusa do governo estadual em aumentar a tarifa de energia no estado definido pela Anatel que atualmente intervém na CELTINS. Mesmo com isso o salario do governador, secretários, deputados e poder judiciário continuam sendo uma afronta ao conjunto da classe trabalhadora que na sua maioria tem que sobreviver com um salario mínimo, bem como a conta de energia continua sendo um absurdo, sobretudo por que exportamos boa parte da eletricidade que produzimos no estado. É preciso ter clareza diante dessa tal iniciativa para não nos deixarmos capitular e nem nos desmobilizar.

As marchas, manifestações e outras mobilizações devem continuar, pois se conseguimos importantes vitorias foi por que tivemos a ousadia de tomar as ruas e dá um recado direito para o poder público.  O povo, a juventude, as mulheres, o operário, a classe trabalhadora do campo e da cidade esta cansada de ser explorada e oprimida.

Nossos direitos usurpados e negados só podem ser garantidos com luta, por tanto vamos fortalecer a luta da classe trabalhadora do campo e da cidade.

Por um Fórum permanente de lutas dos movimentos populares tocantinenses

Podemos afirmar por tanto que a luta do movimento popular no Tocantins encontra-se agora em um novo patamar, as organizações envolvidas nessas mobilizações e lutas estão discutindo a necessidade da criação de um Fórum Permanente de Lutas dos Movimentos Populares Tocantinenses. O que já tínhamos apontado desde o inicio do ano para necessidade de construirmos um espaço como este. Por tanto devemos potencializar e fortalecer essa iniciativa pautando essa discussão nos espaços que atuamos como sindicatos, movimentos e partidos do campo da esquerda.

A criação de um Fórum ou de uma Frente permanente de luta do movimento popular tocantinense é a tarefa fundamental para esquerda revolucionaria do Tocantins nesse próximo período. Construindo na prática a unidade das organizações de luta da classe trabalhadora bem como fortalecendo um projeto anticapitalista.

Nesse sentido defendemos a realização de um encontro unitário dos movimentos populares do campo e da cidade para depois de uma boa analise de conjuntura e de apontamentos dos nossos desafios para o próximo período no Tocantins, criarmos o Fórum de luta dos Movimentos Populares.

As lutas contra hegemônicas no Tocantins, tal como em todo o Brasil tende a se acirrar, nesse sentido as organizações de luta da classe trabalhadora devem está unificadas e preparadas para esta na linha de frente dessas mobilizações, orientando e organizando as ações que deveram culmina com a superação da política hegemônica neoliberal dominante no nosso país e no Tocantins.
*Pedro Ferreira – Educador Popular, Bacharel em Serviço Social, Militante do Bloco de Resistência Socialista, e do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL/TO.

Pistoleiros invadem acampamento e violentam Sem Terra no nordeste baiano


Por Wesley Lima
Da Página do MST
Neste último domingo (18), mais de cem trabalhadores rurais Sem Terra, acampados na Fazenda Boa vista, no município de Antas (BA), foram espancados e ameaçados de morte por 20 pistoleiros que invadiram o acampamento.

Os Sem Terra acusam o proprietário da área, José Edson Santana de Oliveira, bispo da cidade de Eunápolis, de ter contratado pistoleiros fortemente armados para invadirem o acampamento.

Segundo os Sem Terra, os pistoleiros atiraram para todos os lados e espancaram mulheres, crianças e idosos. Chegaram, inclusive, fazer algumas pessoas de refém levando-as a um lugar deserto. Após baterem nessas pessoas, soltaram-nas sem que tivessem transporte para voltarem ao acampamento.

A Polícia Militar foi acionada no mesmo instante, mas nenhum pistoleiro foi preso. Os policiais diziam estar aguardando uma ordem judicial.

A fazenda foi ocupada pelos trabalhadores no início do mês de agosto. As famílias reivindicam a desapropriação da fazenda para fins de Reforma Agrária, já que a área é improdutiva e o não cumpre sua função social.

Os pistoleiros, entretanto, continuam na fazenda junto com os policiais e os Sem Terra. Os policiais levaram alguns deles para depor na delegacia de Antas, mas ninguém foi preso até o momento.

Repúdio à Privatização das águas públicas dos mares e águas doces

Nós pescadores e pescadoras artesanais de vários estados do Brasil, vimos por meio desta expressar a toda a sociedade brasileira nosso repúdio à violação que vem ocorrendo em nossos territórios tradicionais pesqueiros. Dentre as tantas ameaças sofridas, destacamos a política desenvolvida pelo Ministério da Pesca e Aquicultura de privatização das águas públicas (mar e continental) do Brasil para fins de aquicultura.
 
Nos últimos anos, a pesca artesanal vem sendo negada e invisibilizada pelo MPA numa perspectiva de desvalorização das comunidades tradicionais pesqueiras, caracterizada pela ausência de uma politica de fomento e revitalização da pesca artesanal associada à criminalização dos pescadores e pescadoras. O discurso e as ações do MPA estão voltados para o Hidronegócio, no início a carcinicultura, e a agora a cessão de águas para desenvolver projetos de maricultura e piscicultura para cultivar de forma intensiva, principalmente, a tilápia e o bejupirá.
 
Vale ressaltar que as experiências já existentes no Brasil evidenciam-se nos conflitos de ordem social, ambiental e territorial, demonstrando que o que está em jogo é o lucro a qualquer custo, que coloca os interesses de indivíduos ou de grandes grupos econômicos à frente dos interesses das milhares de comunidades centenárias. Essas comunidades se relacionam historicamente com os recursos naturais de forma harmoniosa, de onde retiram o sustento de suas famílias, causando pouco impacto ao meio ambiente. E no mais, ressaltamos que temos uma diversidade e quantidade de pescado que garante a soberania alimentar de nossas comunidades e população às quais fornecemos alimento.
 
Com isso, vemos que muitas comunidades pesqueiras serão afetadas, pois uma vez privatizados esses espaços, pescadores  e pescadoras não poderão mais utilizar essas áreas nas suas atividades tradicionais, perdendo também o seu direito de ir e vir garantidos na nossa constituição. Além de afetar as águas públicas, esse fato demonstra o desrespeito ao uso e o modo de viver das comunidades pesqueiras.
 
Por isso nós repudiamos o processo privatização através da Cessão de águas Públicas nos últimos editais lançados pelo MPA (Licitações: 11/2013- 12/2013-13/2013-14/2013). O referido edital dá inicio à um projeto Capitalista de privatizar os corpos das águas públicas brasileira, e se não reagirmos a essa ação inicial, abriremos precedência para que se crie latifúndios nos mares, rios, lagoas, açudes, etc comprometendo a biodiversidade.
 
Reafirmamos o nosso posicionamento contrário e este processo ganancioso e violento e conclamamos toda a sociedade para juntar-se a nossa luta em defesa das águas livres, da biodiversidade, da sustentabilidade que garante o direito das futuras gerações e que assegure os direitos das comunidades tradicionais pesqueiras.
 
No Rio e no Mar:
Pescadores na luta!
Nos açudes e barragens:
Pescando liberdade!
Hidronegócio – Resistir!
Cerca nas Águas – Derrubar!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

CSP Conlutas convoca paralisação nacional de 30 de agosto


Estudo mostra agravamento da discriminação com mulheres e negros

Estudo mostra agravamento da discriminação com mulheres e negrosPode parecer paradoxal, mas quanto mais baixo o índice de desemprego – pelos cálculos do IBGE no Brasil estamos no patamar de cerca de 6% desde 2011 – mais difícil fica arranjar trabalho para os setores que sofrem com maior discriminação e rebaixamento de salários.
 
Encomendado pelo Globo, o Dieese realizou estudo que evidencia que mulheres e negros, além de serem a maioria entre os desempregados brasileiros, também são os que estão procurando serviço há mais tempo.
 
Se arranjar trabalho para esses setores já é difícil quando o nível de desemprego está em alta, quando a geração de vagas se torna abundante, eles são os últimos a serem escolhidos pelos contratantes.
 
De acordo com o estudo, entre os trabalhadores que procuram emprego há mais de um ano, 63,2% são mulheres e 60,6%, negros. Entre os que estavam empregados há menos de um ano e não estão mais, a porcentagem fica em 53,9% e 53,3% respectivamente.
 
Esse quadro vem se agravando na última década. Em 1999, a taxa de desemprego no Brasil era de 20%. Entre os trabalhadores sem serviço há mais de um ano, metade eram negros e mulheres. Já em 2012, com a taxa de desocupação de 10,5%, os mesmos setores já representam 60% dos desempregados há mais de 12 meses.
 
Nas sete regiões metropolitanas pesquisadas, a faixa etária mais prejudicada pelo desemprego por longo período é entre 25 e 39 anos. 
 
“A desigualdade aumenta quando as oportunidades chegam. É como uma escada, todos vão subir, mas homens e brancos primeiro” aponta Lucia Garcia, do Dieese, em reportagem do Globo. “O desemprego alto afeta todos, nivela por baixo. Quando a taxa de desemprego cai, atinge de maneira mais persistente os grupos sociais mais vulneráveis”, analisa, ao afirmar que “não há dúvida que há um processo discriminatório”: “Não é por causa de escolaridade, em condições iguais o negro perde”.
 
 
*Com informações do Globo.

Greve dos trabalhadores da educação no Rio de Janeiro está crescendo a despeito das ameaças dos governos

Greve dos trabalhadores da educação no Rio de Janeiro está crescendo a despeito das ameaças dos governos

A educação pública no Rio de Janeiro está em luta. Os profissionais da educação da rede municipal somaram-se à greve da rede estadual e estão paralisados desde o dia 8 de agosto.
 
 
As principais reivindicações são por reajuste salarial, melhoria nas condições de trabalho, um plano de carreira unificado, fim da política de meritocracia e um terço da carga horária para planejamento das aulas.  
 
 
De acordo com nota da CSP Conlutas Rio de Janeiro, “são cerca de 150 mil professores, funcionários e técnicos administrativos da educação pública lutando contra as políticas dos governos do PMDB de Sérgio Cabral e Eduardo Paes”.
 
 
A greve é destaque nacional. Na terça-feira (20), a passeata dos trabalhadores em educação da rede municipal reuniu 20 mil pessoas. “O sentimento da categoria é de aumentar a greve e unificar as lutas. É uma luta em defesa da defesa educação pública de qualidade”, relata Susana. “Vale dizer que a Faetec [Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro] está em greve e possivelmente os trabalhadores da UERJ também vão paralisar”, afirma. Na quarta-feira (21) está marcado ato unificado entre trabalhadores das redes municipal, estadual e Faetec.  
 
 
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) afirmou que está aplicando falta aos servidores municipais que não estão comparecendo às salas de aula e que ao completar dez dias de paralisação, o governo encaminhará processo de demissão para a Secretaria de Planejamento e Gestão. No âmbito estadual, o governo afirma que não reconhece a greve e está tentando aplicar o código 30, que contabiliza a ausência dos trabalhadores grevistas como falta comum.
 
 
“É lamentável a postura autoritária dos governos municipal e estadual frente a uma greve legítima, aprovada em assembleia da categoria”, caracteriza Susana Gutierrez, coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe). Segundo o Sindicato, a greve da rede municipal já atinge 80% de adesão, e da estadual, 50%.
 
 
“Fora Cabral, vá com Paes”
 
 
“A resposta que a categoria vem dando frente a esses ataques é de aumento da greve. Tanto o governador quanto o prefeito são da mesma base de aliança entre PMDB e PT. O Sérgio Cabral vivencia profundo desgaste político, sua popularidade está na média de 8%. E Eduardo Paes está envolvido nos mesmos escândalos que o governador”, descreve Susana, ao contar que o movimento está usando o tem “Fora Cabral, vá com Paes”.
 
 
Para Susana, a perspectiva é de aumento da luta. “O movimento tem crescido muito, estamos num momento político de atos todos os dias, junho provou que é possível conseguir vitória nas ruas. Essas medidas autoritárias só aumentam nossa vontade de lutar”, conclui.
 
 
 
Nota de apoio da CSP-Conlutas aos trabalhadores de Educação do Rio de Janeiro
 
A  CSP-Conlutas vem somar-se a essa grandiosa luta dos trabalhadores em Educação do Rio de Janeiro e exige que os governos, tanto o estadual de Sérgio Cabral como o municipal de Eduardo Paes, cumpram a pauta de reinvidicações dos trabalhadores em greve.
 
Saudamos as iniciativas políticas de atuação que vocês tem apresentado para a população do Rio de Janeiro, dentre ela a exigência do Fora Cabral.
 
Um governo comprometido por escândalos e trata a educação como mercadoria sem dar nenhuma prioridade para esse setor fundamental precisa ser repudiado. Assim como vocês, trabalhadores da Educação, a CSP-Conlutas defende o Fora Cabral.
 
A CSP-Conlutas defende também os 10% do PIB para a Educação Pública Já! como uma necessidade imediata para tirar a educação desse país do descaso em que se encontra.
 
E, apesar disso ser insuficiente, o governo Dilma nega-se a cumprir os 10% do PIB para a educação pública. O governo federal, assim como os estaduais e municipais, no Brasil, tem como prioridade garantir o lucro dos empresários, dos banqueiros, das grandes empreiteiras. O exemplo mais recente é que o que temos visto com as copas das confederações e do mundo e a olimpíada.
 
E essa coragem dos trabalhadores e jovens do Rio tem sido exemplo para todos nós no país. Por isso, parabéns a todos! Contem com a nossa central. Entendemos que essa luta dá sequência as jornadas de junho e julho e com certeza fortalecerá o dia 30 de agosto – Dia Nacional de Paralisação.
 
À luta!
 

Caminhão museu Sentimentos da Terra está em exposição em São Paulo

Da Página do MST*
Uma parte da história do Brasil ganhou rodas, motores, boleia e baú. O caminhão-museu Sentimentos da Terra conta a história dos movimentos sociais de luta pela terra do Brasil, e estacionou nesta semana na cidade de São Paulo.

Entre os dias 20 a 23 de agosto, o Caminhão Museu "Sentimentos da Terra" estará aberto ao público no Vale do Anhangabaú, com o horário de visitação das 9h às 18h.

Na sequência, o museu itinerante dará uma paradinha no bairro Campo Limpo, na zona sul da cidade, onde ficará do dia 28 de agosto a 1° de setembro.

Clique aqui para ver o vídeo de apresentação

O projeto, que percorre o país para contar a trajetória dos movimentos ligados à luta agrária, conta com diversos ambientes que abrigam exposições interativas, apresentações artísticas e uma biblioteca especializada, com livros e muita informação.

O projeto é realizado em parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. No museu são apresentados 11 videodocumentários com conteúdo histórico pesquisado pelo Projeto República da UFMG.

Os vídeos são narrados por importantes nomes da cultura brasileira: Caio Blat, Chico Buarque, Dira Paes, Gilberto Gil, José Wilker, Letícia Sabatella, Marcos Palmeira, Maria Bethânia, Regina Casé, Vera Holtz e Wagner Moura.

A Exposição Vira-Vira retoma o percurso histórico de oito personagens emblemáticos dos conflitos no Brasil rural: Visconde do Uruguai, Antônio Silvino, Elizabeth Teixeira, Dom Pedro Casaldáliga, Chico Mendes, Sepé Tiaraju, Leonel Brizola e Euclides da Cunha.

Na Tenda para Caracterização, os visitantes poderão ser fotografados em cenários elaborados a partir do universo rural, com figurinos próprios aos personagens ligados à questão da terra.

* Com informações do Portal G1

Liderança quilombola do Marajó é assassinada em Belém

Teodoro Lalor de Lima, presidente da Associação dos Remanescentes de Quilombo de Gurupá, estava na capital paraense para participar de um encontro estadual. Ele foi assassinado ontem, 19 de agosto, no bairro da Cabanagem, próximo à residência de um parente.
 
Uma liderança dos povos quilombolas foi morta a facadas na última segunda-feira (19) no bairro da Cabanagem, em Belém. A vítima estava na capital para participar do Encontro Estadual Quilombolas.
 
Teodoro Lalor de Lima reivindicava direitos de povos quilombolas. Ele era presidente da Associação dos Remanescentes de Quilombo de Gurupá, no município de Cachoeira do Arari, no Marajó.
 
A vítima foi esfaqueada por um homem próximo a casa de um familiar da vítima. De acordo com os movimentos sociais que participavam do encontro, Teodoro Lalor recebia ameaças por denunciara expropriação de áreas quilombolas.
 
“A gente espera que o estado brasileiro tome um posicionamento claro sobre isso. Porque a gente não pode deixar que esse companheiro que perdeu a vida, virar estatística. É mais um companheiro que luta no campo que foi assassinado e a gente sabe de várias omissões por parte do estado que vem acontecendo”, afirma Denildo Moraes, coordenador nacional de quilombo.
 
Durante a abertura do Encontro Estadual dos Quilombolas, foi feito um minuto de silêncio, seguido de aplausos, em homenagem a Teodoro. Os movimentos sociais pedem apuração rigorosa do crime.
 
O crime será investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil. O corpo foi liberado pelo Instituto Médico Legal, para ser enterrado no Marajó.
 
Ameaça

 De acordo com o Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Marajó (Codetem), Diocese de Ponta de Pedras e Instituto Peabiru, no último dia 13, durante audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal e Ministério Público do Estado, em Cachoeira do Arari, Teodoro Lima havia denunciado a perseguição de fazendeiros da região à comunidade quilombola e afirmou que ficou preso por dois meses sem acusação formal, a mando de fazendeiros que se sentem prejudicados pela demarcação das terras quilombolas.
 
O líder quilombola questionou também os prejuízos sofridos pelas famílias quilombolas devido à expansão do plantio de arroz na região. Segundo o Codetem, nesta audiência o INCRA entregou à Comunidade o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), passo fundamental para o reconhecimento do território quilombola.
 
No Marajó, há mais de 40 comunidades e somente duas tem o RTID. A comunidade de Cachoeira do Arari se sente ameaçada pela expansão das monoculturas do arroz e a expansão do agronegócio
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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

‘Rio serviu de laboratório para as cidades-negócio; hoje, é um laboratório de cidade rebelde’

ImagemValéria Nader e Gabriel Brito .
 
Após anos de descaso no tratamento da coisa pública, complementados por galopante violência militar, o governo Sergio Cabral, a exemplo de outros governantes, foi ao fundo do poço na avaliação popular, a partir dos levantes de junho. Agora, sua casa encontra-se sob vigília, com manifestantes cercando-a dia e noite, e a Câmara Municipal foi ocupada, como se viu em outras capitais.
 
Para analisar o quadro político do Rio de Janeiro, inflamado pelo desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, após detenção por policiais da UPP da Rocinha, pra não falar da chacina da Maré, o Correio da Cidadania entrevistou o deputado estadual Marcelo Freixo. O deputado atribui os levantes iniciados em junho ao esgotamento da atual fórmula de “governabilidade” política, baseada em acordos fisiológicos e troca de favores, sem, portanto, relação alguma com os interesses da sociedade.
 
Freixo traça o quadro desumano a que conduziu a violência que assola o Rio, dentro ou fora das áreas de UPPs. “Tivemos uma audiência pública sobre desaparecidos na Assembleia Legislativa. E só em 2012 nós tivemos 5.900 casos de desaparecimentos no Rio de Janeiro, portanto, são muitos Amarildos que temos. O caso do Amarildo chama a atenção porque foi numa área de UPP (Rocinha), onde não seria aceitável esse tipo de coisa. Mas é aceitável e tolerado em muitas outras áreas do Rio. São 5900 desaparecidos só em 2012, número crescente ano a ano, e não existe nenhuma política pública pra dar conta do problema, porque são pessoas e famílias invisíveis à luz deste modelo de segurança pública que temos”, conta.
 
Não surpreende que a paciência popular tenha se esgotado, uma vez que, à trágica violência, se somam outros grandes problemas, comuns a todas as grandes cidades brasileiras. “Da mesma maneira que o Rio de Janeiro serviu de laboratório do capital para uma cidade-negócio, elitizada por remoções e grande investimento de capital, seguidos de um processo muito forte de privatizações e ausência de maior participação da sociedade civil, hoje também é laboratório da resistência a esse modelo de cidade”, explica.
 
A entrevista completa com o deputado estadual e militante dos direitos humanos Marcelo Freixo pode ser lida a seguir.
 
Correio de Cidadania: Como você enxerga a atual efervescência social e política no Rio de Janeiro, que veio na esteira das grandes mobilizações iniciadas em junho e simbolizadas hoje por diversas manifestações populares em toda a cidade, culminando nas ocupações em frente à casa do governador Cabral e, agora, na própria Câmara Municipal?
 
Marcelo Freixo: Vejo com bons olhos, pois há um fortalecimento do processo democrático. Acho muito importante que, de alguma maneira, a sociedade se levante, vá às ruas, questione, desde a desmilitarização da polícia até o papel do Ministério Público, passando pela corrupção generalizada, reforma política... São tantas as pautas... No caso do Rio, mais especificamente, que proteste contra a privatização do Maracanã, por exemplo.
 
Como pano de fundo, acho que podemos ver duas questões centrais pra entender o momento. Primeiro, a crise desse modelo de governabilidade, calcado nas alianças políticas comerciais e mercantis, que só olham para partidos e siglas pensando no tempo de televisão e cargos que podem oferecer.
 
Essa lógica mercantil na relação entre os partidos, evidentemente, é muito distante dos interesses da sociedade, dizendo respeito somente aos interesses econômicos daqueles que controlam partidos e mandatos.
 
Por outro lado, há uma crise muito grande do modelo de cidade. A maior parte das revoltas acontece nas grandes cidades, e isso se soma ao modelo de governabilidade: cidades cada vez mais caras, elitizadas, projetos de cidade baseados em remoções e grandes eventos, porém, com o exercício da cidadania muito frágil.
 
As duas coisas se somam e acabou acontecendo um grande levante, uma grande onda de insatisfação e protestos, que a meu ver podem ter resultados de médio e longo prazos muito favoráveis para a nossa democracia.
 
Correio de Cidadania: Até pouco tempo atrás, ainda era perceptível um entusiasmo da população carioca com a ideia da cidade eleita para sediar os eventos esportivos mundiais, e que pulsaria ao seu sabor. Como está hoje a percepção da população carioca sobre a sociedade em que vive, neste momento de desaceleração econômica e de acirramento da conjuntura política e social?
 
Marcelo Freixo: Na verdade, a população não deixou de gostar de futebol, não deixou de gostar de Olimpíadas. O problema é que não está convidada pra essa festa. Neste domingo (11/08), tivemos o Fla x Flu aqui no Maracanã, que sempre foi um dos clássicos mais famosos e importantes do futebol. É interessante olhar o perfil do público que estava no estádio: era um público embranquecido e elitizado. O ingresso mais barato custava 80 reais. Que família, hoje, pode pagar 80 reais, em cada ingresso, e ir ao Maracanã? Portanto, não se deixou de gostar de futebol. Exatamente por se gostar, protesta-se contra esse modelo elitizado de concepção de platéia e espetáculo.
 
É só ver a documentação da OMX, a empresa que fez o estudo de viabilidade econômica do Maracanã, depois também ganhou a licitação e hoje é dona do estádio. Nos documentos, diz categoricamente que os clubes vão ganhar dinheiro com a mudança de perfil do público e encarecimento do espetáculo. Está escrito nos documentos da OMX.
 
A população não deixou de gostar de futebol, mas critica o modelo de governo e sua percepção de sociedade neste processo, isto é, que a elitização dos esportes é acompanhada pela elitização da cidade, com as remoções, o encarecimento da vida etc. Não é a população que deixou de gostar dos eventos esportivos; ela percebeu que não pode participar exatamente da festa que mais gosta.
 
Correio de Cidadania: Quais são, em sua visão, as mazelas sociais mais profundas hoje no Rio de Janeiro, cidade que esteve particularmente afinada ao modelo de desenvolvimento brasileiro, que aprofundou a lógica neoliberal a partir de negócios e parcerias entre o Estado e o grande capital, ao mesmo tempo em que reforçava o Estado Policial?
 
Marcelo Freixo: Para todo Estado mínimo, há um Estado Penal. Temos um crescimento brutal do sistema prisional e um crescimento muito forte da violência policial, que de certa forma foi socializada nessas manifestações. Aquela violência, naturalizada nas áreas mais pobres do Rio, se estendeu a todos os manifestantes, de todos os setores da sociedade, inclusive os que não são da favela. Houve um processo de ampliação da violência, que a tornou mais visível aos olhos do conjunto da sociedade.
 
E o Rio é uma das cidades mais desiguais de toda a América Latina. Rico é mais rico, pobre é mais pobre. Um fosso muito grande de desigualdade, com serviços públicos de saúde, educação e transportes – pra falar do tripé principal de qualquer grande cidade – absolutamente precários. Serviços privatizados e que atendem interesses exclusivos de determinadas empreiteiras, como é o caso do transporte, onde elas administram as concessões. São também os casos do metrô, das barcas e dos trens da Supervia.
 
São grandes negócios às custas de uma qualidade de vida cada vez mais deteriorada, o que dá sentido aos movimentos e à insatisfação coletiva das ruas.
 
Correio de Cidadania: O que a chacina da Maré e o caso Amarildo revelam, por sua vez, das atuais políticas de segurança pública do estado, especialmente as tão aclamadas UPPs?
 
Marcelo Freixo: Nesta terça, 13, tivemos uma audiência pública sobre desaparecidos na Assembleia Legislativa. E só em 2012 nós tivemos 5.900 casos de desaparecimentos no Rio de Janeiro, portanto, são muitos Amarildos que temos. O caso do Amarildo chama a atenção porque foi numa área de UPP (Rocinha), onde não seria aceitável esse tipo de coisa. Mas é aceitável e tolerado em muitas outras áreas do Rio. São 5900 só em 2012, número crescente ano a ano, e não existe nenhuma política pública pra dar conta do problema, porque são pessoas e famílias invisíveis à luz deste modelo de segurança pública que temos.
 
O que estamos cobrando aqui não é só em relação ao caso Amarildo, mas em relação a todos os demais casos, com menos visibilidade e não menos dolorosos. Precisamos ter um departamento específico pra cuidar só de desaparecidos, dar assistência à família e clarear os acontecimentos. Precisamos saber quantos desses desaparecimentos decorreram homicídios, quantos foram mortos pela polícia, pelo tráfico ou pela milícia.
 
O que significa um estado que tem quase 6 mil desaparecidos por ano? Essa resposta tem de ser dada com mais responsabilidade pelo poder público.
 
Correio da Cidadania: Nas áreas de UPP, especificamente, o que poderia ser feito pra aprimorar tal modelo? Seria viável um controle social e comunitário de cada uma delas, com participação de membros eleitos da comunidade?



Marcelo Freixo: Não adianta querer apresentar soluções mágicas de fora, com algum iluminado que não mora no local em questão passando a fórmula correta de uma política de segurança. Até porque cada UPP tem uma situação diferente, de modo que tampouco alcançou um modelo perfeito, definitivo.
 
De toda forma, falta ouvir a sociedade, ouvir os moradores desses locais onde se colocam UPPs. Temos em tais lugares o Estado militar, a mediação militar, mas não temos a mediação civil com as pessoas. Uma paz vigiada e militarizada, portanto.
 
Claro que é importante não ter o tráfico ou as milícias dando as cartas nas comunidades, assim como é importante reduzir os homicídios e outros crimes, diminuindo os conflitos no local. Mas, no longo prazo, isso por si só não se sustenta.
 
Por exemplo, na Rocinha, após a chegada da UPP, o governo quis fazer um teleférico. Enquanto isso, a população quer saneamento, quer deixar de conviver com córregos a céu aberto. Mas o governo se recusa a ouvir a população. Assim, ela se impacienta e a revolta estoura em conflitos com a polícia ali instalada.
 
Sempre fui a favor do policiamento comunitário, porém, o que temos é apenas policiamento da comunidade.
 
Correio de Cidadania: Como avalia as posturas dos governos Paes e Cabral diante dessa virada política? Como acha que prosseguirão seus mandatos?
 
Marcelo Freixo: O governo Cabral está agonizando. Um governo que foi muito autoritário ao longo desses anos, no primeiro e no segundo mandatos, muito perverso com o funcionalismo público, muito arrogante na pessoa do governador, que deu muito pouco ouvido à sociedade, além de ter sido muito ausente, por ser um governador que gosta muito de viajar.
 
Nesse sentido, ele está pagando um preço pelo que construiu ao longo de tais anos. Não é de se ficar surpreso com o que está acontecendo na cidade e estado. Não é à toa que no Rio de Janeiro o movimento social prossegue muito intenso, diferente do que ocorre pelo Brasil. A razão de esse movimento continuar tão intenso no Rio de Janeiro é exatamente o perfil do governo Sergio Cabral. Não é diferente do prefeito Eduardo Paes, mas o movimento segue intenso no Rio, sem dúvida, graças ao perfil do governador Sergio Cabral.
 
Correio de Cidadania: Diante da extensão e intensidade que vêm atingindo os manifestos populares e as ocupações no Rio, você enxerga a cidade como um laboratório e eixo referencial da luta social, e de classes, do país?
 
Marcelo Freixo: Da mesma maneira que o Rio de Janeiro serviu de laboratório do capital para uma cidade-investimento, uma cidade-negócio, elitizada por remoções e grande investimento de capital, seguido de um processo muito forte de privatizações e ausência de maior participação da sociedade civil, hoje também é laboratório da resistência a esse modelo de cidade.
 
Em entrevistas passadas, falava do Rio como laboratório de cidades do capital. E hoje é um laboratório de cidade rebelde, de cidade que se indigna e manifesta contra isso. É interessante perceber esses dois tipos de laboratório e a articulação entre eles.
 
Correio de Cidadania: Cabral já sinalizou recuos nas ideias de privatização do Maracanã, demolição de seu complexo esportivo e também do Museu do Índio. Acredita na possibilidade dessa reversão?
 
Marcelo Freixo: O governador já está sendo apelidado de marcha à ré. Nunca vimos recuar tanto. É isso aí. Nossas pautas estão todas, de uma hora pra outra, sendo rapidamente atendidas pelo governador. Não é um surto de humildade ou de consciência política. É pânico, medo, dos movimentos sociais. É isso que ocorre. Já recuou da destruição do Célio de Barros e do Julio Delamare (estádios de atletismo e natação dentro do complexo do Maracanã); já recuou de demolir a escola Arthur Friedenreich, também dentro do complexo do Maracanã; já recuou de derrubar o Museu do Índio; já recuou da destruição do quartel general da polícia militar, outro patrimônio histórico.
 
Ele está recuando em todas as pautas que apresentamos ao longo de todos os últimos anos. E recua também da privatização do Maracanã.
 
Mas vamos insistir com as nossas pautas de sempre, ficar na luta, porque ele faz isso a fim de esvaziar a pauta e não ser deposto, não sofrer processo de impeachment. Mas é muito difícil que consiga resgatar qualquer credibilidade política no Rio de Janeiro.
 
Correio de Cidadania: Em face dessa nova conjuntura histórica que se abriu,  você acha factível a inviabilização do mundial de futebol no Brasil, como sugerem alguns ativistas? No caso mais provável de sua realização, como pensa que poderão agir e reagir os movimentos sociais e populares antes e durante o evento?
Marcelo Freixo: A Copa do Mundo atende aos interesses econômicos da FIFA, que não são os mesmos interesses da sociedade. Foi a mesma coisa na África do Sul e não é à toa que os endereços das próximas Copas são Rússia e Catar, locais onde os negócios da FIFA podem acontecer mais facilmente, com menos interferência do conjunto da sociedade. O que aconteceu no Brasil pegou todos de surpresa.
 
O problema é: que Copa do Mundo e a serviço de quem? Se fosse pra trazer melhorias na saúde, na educação, nos transportes, tornar o entretenimento mais acessível através do futebol, ninguém estaria reclamando da Copa. O problema é a forma como se dá o processo e a favor de quem.
 
Valéria Nader, jornalista e economista, é editora do Correio da Cidadania; Gabriel Brito é jornalista.