Resolução Nacional: Governo Dilma, lutas, pacto social e eleições são temas de resoluções nacionais
A situação nacional, debatida nos grupos no sábado, foi o segundo tema de votação das resoluções, votado ainda ontem.
O balanço do governo Dilma, a situação do Brasil em meio à crise
econômica mundial, a criminalização dos movimentos sociais, a retomadas
das lutas operárias e demais setores da classe trabalhadora marcaram a
maioria das discussões.
Uma proposta que foi aprovada por maioria em diversos grupos, e a
também aprovada por ampla maioria pelos delegados como resolução, alerta
para que a classe trabalhadora não tenha nenhuma ilusão no governo
Dilma e que só a luta dos trabalhadores e da juventude pode garantir
emprego, terra, saúde, educação e moradia para todos.
O texto salienta que o Brasil reflete de maneira ainda limitada os
efeitos da crise internacional, porém, não está imune à crise. É diante
disso que o governo e os patrões, prevenindo-se do seu agravamento,
realizam uma série de ataques e preparam novas medidas que representarão
perdas aos trabalhadores.
Os escândalos de corrupção do governo Dilma, o caráter e as ações
pro-imperialistas do governo, como a manutenção da ocupação do Haiti, e a
ofensiva de criminalização das lutas sociais também foram destacadas.
A resolução reafirma o apoio da CSP-Conlutas a todas as lutas e chama
à construção de um plano de ação de unifique, em uma jornada comum,
todas as mobilizações contra as políticas anti-trabalhador do governo
Dilma e da burguesia.
Congresso rejeita o pacto social e aprova participar na mesa nacional da construção pesada
Sobre o movimento das centrais sindicais governistas que têm
articulado junto com as entidades patronais, como a FIESP, um movimento
contra uma suposta “desindustrialização” foi aprovada uma resolução
contrária a esse pacto social.
Segundo a resolução, essa é mais uma armadilha contra os interesse da
classe trabalhadora. Afirma ainda que não se trata de defender a
indústria nacional ou os empregos. Mas sim de garantir mais lucros aos
patrões.
Portanto, foi definido que a CSP-Conlutas deve denunciar esse acordo e
as centrais governistas que o apóiam. E que se deve a partir das
reivindicações concretas dos trabalhadores lutar por aumento geral de
salários, estabilidade no emprego, redução da jornada para 36 horas
semanais sem redução salarial, não pagamento da dívida interna e
externa, contra a política econômica do governo Dilma e um plano
econômico dos trabalhadores que rompa com a dependência do capital
estrangeiro e das multinacionais.
Com a presença de uma representativa delegação de trabalhadores da
construção civil, inclusive de companheiros do Comperj (RJ), Suape (PE) e
de Belo Monte (PA), os delegados aprovaram ainda uma resolução sobre a
participação da CSP-Conlutas na Mesa Nacional da Indústria da
Construção. O tema, que teve posições contrárias e a favor, foi a voto
no plenário, que decidiu pela participação da central nessa Mesa, como
forma de representar as reivindicações dos operários da construção
civil.
As eleições parlamentares, que acontecerão esse ano, também foi tema
de outra resolução discutida pelos delegados. Foi aprovada por ampla
maioria a Proposta 1, que define que a central deve indicar a rejeição
veemente aos candidatos da oposição burguesa (PSDB e seu bloco) e da
base aliada do governo Dilma (PT, PMDB e aliados),apresentar um programa
de reivindicações da classe, bem como indicar o voto classista aos
trabalhadores, rumo a uma sociedade socialista.
Delegados iniciam votação de resoluções sobre ponto internacional
As propostas de resoluções sobre Situação Internacional foram as
primeiras a serem votadas na manhã e no início da tarde de ontem.
Além das propostas em que havia consenso do plenário, veja as resoluções das que foram à debate:
“O capital deve pagar pela crise. Todo apoio às revoltas populares do
norte da África e Oriente Médio e à luta dos trabalhadores europeus e
de todo o mundo” foi aprovada por maioria em diversos grupos e também
referendada pelos delegados na plenária.
A gravidade da atual crise econômica desde o crash de 1929, o
epicentro da crise inicialmente nos EUA e atualmente na Europa, os
brutais ataques dos capitalistas às condições de vida de povos em todo o
mundo, a resistência dos europeus e as revoluções no Oriente Médio são
alguns dos temas abordados na resolução.
“O capital e os governos de turno não têm como atender as
necessidades e aos interesses dos trabalhadores e da juventude. Só a
luta dos trabalhadores e da juventude de todo o mundo pode construir uma
alternativa operária e socialista que garanta emprego, saúde, moradia,
educação e transporte para todos, em um mundo sem exploração e opressão.
Por tudo isso, o 1º Congresso da CSP-Conlutas saúda as revoltas
populares do Norte da África e Oriente Médio e apóia as lutas dos
trabalhadores e da juventude da Europa e de todo o mundo, na certeza de
que é preciso lutar, pois é necessário e possível vencer”, conclui a
resolução.
Foram votadas também outras resoluções de consenso relativas à
questão de imigrantes, da nacionalização da YPF na Argentina, entre
outras, que foram aprovadas. As que tiveram algum tipo de polêmica, como
a luta do povo líbio, o governo Chávez, entres outros, foram debatidas
com direito à intervenções a favor e contra, e votação final pelo
plenário.
Internacionalismo
Integrantes de delegações estrangeiras, áfrica do Sul, Inglaterra e
Peru foram destaque durante o ponto. Todos abordaram a luta da classe
operária em seus respectivos países contra as políticas neoliberais
aplicadas pelos governos e ressaltaram a importância do congresso para
compartilhar experiências e votar resoluções que unam as lutas dos
trabalhadores de todo o mundo.
Um vídeo exibido sobre as lutas internacionais levantou o plenário. Eram muitas lutas!