A paralisação será uma resposta e
advertência ao governo pelo descaso em relação à pauta de reivindicações
da categoria e o protesto criticará as privatizações no setor público
federal
O governo Lula aprovou no ano passado a privatização dos Hospitais
Universitários criando a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares). Neste ano, o governo de Dilma Rousseff também conseguiu
aprovar a privatização da previdência do servidor público, acabando com a
integralidade e criando a FUNPRES (Fundação de Previdência Complementar
do Servidor Público Federal), que nada mais é do que um fundo
complementar de previdência privado, no qual o servidor vai ter que
recorrer para complementar seu salário após a aposentadoria.
Não bastassem esses ataques, desde 2008 não há recomposição nos
salários, e mesmos os acordos firmados com algumas categorias no ano
passado, ainda não foram aprovados no Congresso Nacional. “Com os
governos petistas é assim, chumbo grosso para cima dos servidores
federais, congelamento dos salários, privatização na saúde e previdência
e retirada de direitos”, avaliou o membro da CSP-Conlutas, Paulo
Barela.
Segundo o dirigente da Central, após várias reuniões com os
representantes da Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do
Planejamento, sem que nenhuma das reivindicações tenha sido atendida, os
servidores federais decidiram paralisar suas atividades em todo o
Brasil no dia 25 de abril, em protesto contra a política do governo
Dilma-PT para o setor público. “Não há paciência que resista a tamanhos
ataques e a dos servidores federais se esgotou”, enfatizou Barela.
A decisão, tomada pelo Fórum Nacional, que reúne 28 entidades dos
servidores Federais mais as centrais sindicais, CSP-CONLUTAS, CTB e CUT,
é uma sinalização para o governo de que a categoria não está para
brincadeira. “Essa decisão vai no sentido de ampliar o processo de
mobilização para construir a greve geral por tempo indeterminado no
serviço publico federal, ainda neste semestre”, ressaltou.
A CSP-Conlutas é uma das entidades mais atuantes no fórum dos
servidores federais e não só apoia a luta dos servidores federais como
coloca todo o esforço de suas entidades filiadas para construção dessa
paralisação nacional.
É preciso mostrar para o governo Dilma-PT que sua política econômica,
voltada para os interesses dos grandes empresários, banqueiros e
latifundiários, encontra forte resistência da classe trabalhadora. Tem
sido assim nas grandes obras do PAC e da Copa do Mundo, onde os
operários da construção civil lutam contra as péssimas condições de
trabalho e os baixos salários e se expressa também na resistência e luta
dos servidores federais contra a retirada de seus direitos e os cortes
no orçamento da União, que prejudicam a prestação de serviço de saúde e
educação para a população carente de nosso país.
Foto: Sintrajud
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