Paralização da BR 153 em Goiânia |
Os primeiros informes do Dia nacional de Luta dos Servidores Públicos
Federais já começaram a chegar e demonstram que a atividade fortaleceu a
greve que já dura mais de 75 dias para os profissionais da Educação e
mais de 45 para o conjunto dos servidores.
Veja os informes que já chegaram na Central:
Rio de Janeiro – Uma grande passeata que denunciou a
truculência com que o governo Dilma Roussef (PT) tem tratado o
funcionalismo durante a campanha salarial unificada.
Além dos servidores, estiveram presentes à passeata estudantes das
instituições federais e da Uerj, parlamentares, candidatos do PSOL e do
PSTU à Prefeitura do Rio de Janeiro, além de representantes de
categorias cujas campanhas salariais estão se iniciando, como bancários,
petroleiros e correios.
Em seus discursos, os dirigentes das dezenas de entidades
representadas na manifestação frisaram que Dilma suspendeu as
negociações desde 19 de junho, desrespeitando o funcionalismo e forçando
a continuidade da paralisação.
A diretora do Sindsprev/RJ Lúcia Pádua classificou de imoral o
Decreto nº 7.777, baixado por Dilma, autorizando a contratação de
trabalhadores de outras categorias em substituição aos grevistas. “Um
governo que se diz democrático baixa um decreto fura-greve desses, em
vez de voltar a negociar, mostrando toda a sua truculência e
irresponsabilidade para com os servidores e a população que precisa dos
serviços públicos”, afirmou. Ela lembrou, também, das ameaças de corte
de ponto dos dias parados.
O diretor da CSP-Conlutas Gualberto Tinoco (Piteu) disse que, ao
alegar que atender às reivindicações dos servidores seria ‘promover
desequilíbrio fiscal’, o governo Dilma mostra claramente que usa a mesma
política econômica imposta nos países da União Europeia, em crise.
“Mas, ao mesmo tempo, o governo isenta de impostos grandes empresas e
destina 45% do Orçamento da União aos bancos. É a mesma política
neoliberal da Europa, contra a qual os trabalhadores daqueles países
estão lutando para derrubar e os daqui devem fazer o mesmo, para não
sofrerem as consequências”, alertou.
Num sinal claro de que, aos poucos, o movimento sindical próximo ao
governo está entendendo que tem de lutar para derrubar essa política e
que, para isto, se deve apoiar a luta dos servidores, sindicalistas de
várias empresas estatais estavam presentes na passeata. Sindicalistas
dos Correios ressaltaram que o governo já sinalizou que vai promover uma
política de arrocho salarial e fiscal e que, para que a luta das
categorias com data-base neste segundo semestre seja vitoriosa, é
preciso que a campanha dos servidores federais também o seja.
Durante a passeata, chegou a informação de que novas negociações,
porém, em separado, por setor, estariam sendo marcadas a partir do
próximo dia 13/08. A informação, no entanto, não chegou a ser confirmada
por membros do Comando Nacional de Greve.
Rio Grande do Sul – Os servidores do Ministério do
Trabalho e Emprego conjuntamente com os servidores da Saúde,
Agricultura, Receita Federal e Universidade fecharam por uma hora e
trinta minutos a Ponte do Guaíba, em Porto Alegre/RS. Mais de 500
servidores federais participaram da mobilização.
Segundo informações da Brigada Militar, quem precisou chegar à
Capital Gaúcha, na manhã desta terça-feira (31/07) encontrou um
engarrafamento de mais de 10 km. As manifestações começaram às 7h45min e
se estenderam até 09h30min, quando os servidores partiram em marcha,
pela Avenida Castelo Branco até o Largo Glênio Peres, no centro da
Capital.
Eles denunciaram a população o desmonte dos serviços públicos e a falta de negociação por parte do governo Dilma.
Além das manifestações públicas, os servidores do MTE se mantiveram
firmes no piquete montado na porta da SRTE/RS, que mais uma vez
suspendeu totalmente suas atividades.
São Paulo – Os servidores federais de São Paulo
uniram-se a estudantes e trabalhadores e expressaram sua insatisfação
com a política econômica do Governo Dilma, além de reivindicar a
negociação efetiva da pauta da campanha salarial unificada de 2012.
A manifestação foi iniciada por volta das 14 horas no vão do Museu de
Arte de São Paulo (MASP), localizado na Avenida Paulista.
Representantes das mais variadas categorias marcaram presença e falaram
em apoio à mobilização do funcionalismo público.
Felipe Atoline, servidor do INCRA em greve e diretor do Sindsef-SP,
falou que a população vê uma propaganda maravilhosa do governo, mas
quando procura atendimento nos serviços públicos encontra órgãos
sucateados. “Com falta de condições de trabalho, falta de pessoal, de
segurança, de equipamentos e até falta de higiene”, disse indignado.
O membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Paulo
Barela, destacou que o governo tem mentido para a imprensa dizendo que
foram abertas concessões imensas para os trabalhadores do serviço
público durante os dois mandatos de Lula no governo. “Porém, os
representantes de Dilma se esquecem de falar que os servidores públicos
amargaram 10 anos de congelamento salarial e que, apesar daquele governo
ter um dos maiores crescimentos econômicos da história do país, não
investiu na saúde, na educação, nas políticas públicas, na área de
saneamento e de habitação”, denunciou.
Segundo Barela, o aumento do PIB foi canalizado para pagar a dívida
pública, para engordar ainda mais os bolsos dos grandes empresários, dos
banqueiros e dos agiotas internacionais. “O que foi dado para os
servidores públicos foi uma miséria, as migalhas do crescimento
econômico”, ressaltou.
Gibran Jordão, coordenador geral da Fasubra (Federação dos Sindicatos
dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras), destacou que
estão com mais de 60 instituições em greve, englobando trabalhadores
dos hospitais e técnicos administrativos, e que não vão aceitar a
política de reajuste zero do Governo Dilma. embrou que no ano passado a
greve durou mais de 100 dias e o governo não os recebeu nenhuma vez,
assim como não cumpriu nenhum acordo das negociações estabelecido desde
2007, referentes ao plano de carreira. “Este ano o movimento ganhou
muito mais força, com a adesão de vários setores, construindo uma forte
greve do funcionalismo. Seguimos pressionando o governo pelo atendimento
de nossas reivindicações”, frisou.
Em nome da ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre), Arieli
Moreira saudou os participantes da manifestação: “A ANEL está ao lado
dos trabalhadores lutando para que a gente tenha respeito e dignidade.
Temos que exigir que o governo negocie e pare de enrolar os
trabalhadores”. Finalizou cantando a palavra de ordem “A nossa greve
unificou: é estudante, servidor e professor!”.
O funcionário da empresa General Motors e diretor do Sindicato dos
Trabalhadores Metalúrgicos de São José dos Campos, Eduardo Oliveira,
afirmou que os servidores podem contar com a entidade e compartilhou a
situação dos trabalhadores que correm o risco do desemprego.
“Os trabalhadores da GM estão em luta há quase 6 meses. Estamos
indignados porque essa empresa tem recebido milhões de reais e dólares
em incentivos fiscais, através da isenção do IPI, e ao final de tudo
isso, coloca quase 2 mil pais de família no olho da rua”, disse. Também
denunciou o Governo Estadual por ter socorrido a empresa. “Neste ato eu
vi um cartaz dizendo que o governo tem dinheiro para mensalão, mas não
tem para a educação. Tem que dizer também que o governo tem dinheiro
para as montadores de veículos, mas não para os servidores e serviços
públicos”, comentou Oliveira.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), representando por
Natália Szermeta, também prestou solidariedade à greve nacional dos
servidores. “Nós, que enfrentamos a especulação imobiliária nesse país,
viemos aqui para dizer que estamos de mãos dadas com vocês nessa luta”,
disse.
O ato contou com o apoio e a solidariedade internacional de Fernando
Pita representando a Associação Gremial Docente da Universidade de
Buenos Aires, ligada à CTA (Central dos Trabalhadores da Argentina).
Estavam presentes o Sindsef-SP, CSP-Conlutas, Fasubra, ANEL,
SindmetalSJC, MTST e CTA, também marcaram presença a CTB, FENASPS,
Sinal, Sintrajud, Sinsprev, Sinagências, Sindsusep, Sintunifesp,
Assibge, Apeoesp, Adunifesp, Sinasefe e representantes dos partidos
políticos PSTU e PSOL.
Havia em torno de 600 pessoas.
Minas Gerais – Em Belo Horizonte contou com a
presença de uma delegação do Sindsprev; do Andes-SN; do Sinasefe de Ouro
Preto, Machado, Alfenas, Varginha e Salinas; do Sind. Cefet; Anel;
Oposição de Esquerda UNE; Ames de BH; Fenatec; Sindrede; Federaçao
Democratica Dos Metalurgicos; Sindicato dos Metalúrgicos de Itaúna;
Sindess de BH e outras.
O ato aconteceu na praça Sete, contando com cerca de 350 pessoas, e
depois os manifestantes seguiram em caminhada até o Ministério da
Fazenda onde encontraram com os servidores da Receita Federal, cuja
entidade é ligada à CUT, e representantes do Sinreceita em vigília.
Santa Catarina – O ato em Florianópolis, apesar da
chuva, foi muito expressivo com representação de todos os campi, exceto
os campi que organizaram atividades regionais, como, por exemplo, o
pessoal do Oeste e Sul do Estado. Participaram servidores alunos e
técnicos da UFSC, IF-C e IF-SC.
Em Araranguá organizaram uma vigília na entrada da cidade (Araranguá)
com cartazes. Foi uma forma de demonstrar mobilização em prol da
Educação.
A boa notícia no dia de luta no estado é que o campus Criciúma em
assembleia decidiu pela adesão à greve – em torno de 85% dos servidores.
Piauí – Servidores Públicos Federais, entidades
sindicais e estudantis realizaram Ato Público na Praça Rio Branco, uma
das mais movimentadas da capital teresinense, para denunciar a política
de desmonte dos serviços públicos e de desvalorização dos servidores
praticada pelo governo Dilma.
O ato, organizado pelo Fórum Estadual em Defesa do Serviço Público
reuniu cerca de 200 pessoas, que protestaram contra a política econômica
do governo, exigindo a abertura de negociação e o atendimento da pauta
de reivindicações das categorias em greve.
Participaram as seguintes entidades: CSP Conlutas; ANEL; Sindicato
dos Servidores Públicos Federais do Piauí – SINSEP-PI; Associação dos
Docentes da Universidade Federal do Piauí – ADUFPI; Associação dos
Docentes da Universidade Estadual do Piauí – ADCESPI; Sindicato dos
Professores do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Piauí –
SINDIFPI; Movimento Rompendo Amarras; Oposição Educação Com Lutas;
Oposição ao SINTUFPI.
CSP Conlutas PI lança campanha em apoio aos trabalhadores da GM e contra as demissões
Durante o Ato Público do Dia Nacional de Luta dos Servidores Públicos
Federais, a CSP Conlutas PI lançou uma campanha de apoio aos
trabalhadores da GM contra as demissões. Através de um abaixo-assinado, a
Central está mobilizando diversas categorias a se integrarem na
campanha pela manutenção dos postos de trabalho, empregos e direitos dos
trabalhadores.
Fontes: Olyntho Contente (RJ), Lara Tapety (SP), Gisvaldo Oliveira (PI), Marival Coan (SC) e Gilberto Gomes (MG).
Foto: Niko, Sindsprev/RJ
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