BOLETIM
A ameaça de demissão de quase 2
mil trabalhadores da GM da planta de São José dos Campos mostrou a fragilidade da política econômica
do Governo Dilma, no que se refere a defesa dos postos de trabalho e a contenção
da Crise Econômica no Brasil.
No início do ano, no momento em
que Guido Mantega anunciou a política de incentivo ao crédito e redução de IPI,
foi questionado sobre a possibilidade de descumprimento do acordo por parte dos
empresários beneficiados. Sua resposta
foi categórica “confio neste setor, o empresariado do setor automobilístico é
muito confiável” descartando qualquer possibilidade de furo ou não cumprimento.
A GM divulgou em toda imprensa
uma queda de 40% nos seus lucros. Isso não devido a empresa nacional, mas sim
por conta dos efeitos da crise na Europa.
Vale lembrar que em 2011 os lucros subiram 89%. Só no primeiro trimestre
de 2012 conseguiu mais de 1 bilhão de lucro no Brasil. Ou seja, a GM esta longe
de estar enfrentando uma crise nas suas contas.
A ameaça de demissão dos
funcionários mostrou para o então Ministro da Fazendo a farsa da sua política
econômica e a postura canibal do empresariado brasileiro. Trata-se apenas de
deslocar parte da produção da GM para outras plantas, onde o movimento sindical
seja mais frágil, assim como muito melhores as condições de exploração dos
trabalhadores com, maior precarização e flexibilização dos direitos
trabalhista.
Conclusão: os empresários
conseguem redução dos impostos, demitem trabalhadores e ainda conseguem produzir em regiões onde a
exploração da força de trabalho seja mais possível e desenfreada. Esta cada vez
mais claro de que lado o Governo Dilma está.
O sindicato dos metalúrgicos de
São José, Filiado a CSP-Conlutas, assinou um acordo que impede a demissão
imediata dos quase 2 mil trabalhadores.
A partir do acordo, será aberto
um PDV imediatamente e 940 funcionários entraram em lay- off, que significa uma
suspensão dos contratos de trabalho até 30 de novembro. Durante este período
parte do salário será paga com verbas do Governo federal – do FAT, e somente
uma metade paga pela empresa.
É um verdadeiro escândalo,
dinheiro público sendo injetado na empresa privada, a mesma empresa que lucra
absurdamente coma redução de IPI. Sem falar que depois de 30 de novembro, após
o segundo turno das eleições, a chance da demissão sumária se torna a
alternativa mais provável.
A preocupação com o impacto
destas demissões durante a campanha eleitoral é
a grande preocupação do Governo Dilma. O PSDB, através do Serra, de
maneira oportunista se pronuncia contrário as demissões. O mesmo grupo político
que no começo do ano foi responsável pela bárbara desapropriação do Pinheirinho
em São José dos Campos.
O acordo conseguiu impedir as
demissões que seriam realizadas de modo imediato. No entanto, é importante
pontuar que não se trata ainda de uma vitória. Pós período eleitoral a chance
de darem as costas para estes 2 mil trabalhadores é muito grande. Fazer esta
avaliação é importante para ponderarmos as ações a serem tomadas agora, no
sentido de mostrar para a GM, que nós trabalhadores não iremos nos calar. A
mobilização massiva, a luta e a pressão ao Governo Federal são a única possibilidade
de vitória dos trabalhadores.
Em assembleia no dia 28 de agosto,
os trabalhadores tiraram uma marcha `a Brasília com a intensão de pressionar o
Governo a assinar uma medida provisória que proíba a demissão em empresas que
receberam a redução de impostos como benefícios. Este é um dos caminhos a ser
explorado.
Todavia o papel do sindicato é
justamente o de mostrar que sem mobilização este acordo pode significar uma
derrota para os trabalhadores. A vitória dependerá da nossa capacidade de
mobilização, de pressionar o Governo, e de chamar a unidade dos setores que
hoje estão em greve e travando lutas contra o Governo Federal.
Ampliar a discussão no sentido de
denunciar o fato de dinheiro do FAT, dinheiro público estar sendo usado para
“salvar” empresas que de nada necessitam serem salvas, visto a margem de lucros
do último período. E apontar a política falida de ampliação do crédito que,
além de não garantir as não demissões, ainda revela sua fragilidade frente o
aumento da inadimplência das famílias brasileiras e a impossibilidade de
assumir novas dívidas diante do orçamento já comprometido desde 2008.
Além desta denúncia, é fundamental que a CSP-Conlutas nacionalize efetivamente
a luta contra as demissões da GM.
Para tanto, é necessário partir da vitoriosa greve dos servidores Federais e defender um processo de
unificação das lutas previstas neste segundo semestre, como são as campanhas salariais
dos batalhões pesados da classe trabalhadora – metalúrgicos, petroleiros, bancários,
químicos , correios etc-; e ao mesmo tempo organizara resistência para barrar os ataques programados pelo Governo Dilma
- como é caso do Acordo Coletivo Especial (ACE) e de uma nova
Reformada Previdência-; dentro de uma e mesma luta. Esse tipo de política a profundará
as contradições já existentes na base dos setores governistas.
Para isso, a CSP-Conlutas poderia propor para as
entidades que fazem parte do “Espaço Unidade de Ação”, iniciativas com objetivo de
construir um Fórum Nacional de Lutas mais amplo para articular e
unificar todas essas lutas.”
*A partir disso, a tarefa hoje do
movimento sindical, combativo e autônomo, que hoje é representado também pela
CSP-Conlutas é a de:
· * Ocupar as ruas para denunciar o fracasso da política
financeira do Governo Dilma que reduz IPI e permite a demissão de
trabalhadores;
· * Denunciar o escândalo que é pagar os salários
dos trabalhadores com dinheiro público, aumento o lucro real da GM, retirando
dinheiro do FAT;
· * Chamar a unidade entre todos os setores que
lutam contra as políticas neoliberais do Governo Federal;
· * Construir um Fórum Nacional de lutas que possa
em momentos como este e em outras que virão construir e fortalecer as ações
unitárias das lutas dos trabalhadores da cidade e do campo.
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