quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Nacionalizar a luta contra as demissões da GM! Construir um Fórum Nacional de Lutas!




BOLETIM

A ameaça de demissão de quase 2 mil trabalhadores da GM da planta de São José dos Campos  mostrou a fragilidade da política econômica do Governo Dilma, no que se refere a defesa dos postos de trabalho e a contenção da Crise Econômica no Brasil.

No início do ano, no momento em que Guido Mantega anunciou a política de incentivo ao crédito e redução de IPI, foi questionado sobre a possibilidade de descumprimento do acordo por parte dos empresários beneficiados.  Sua resposta foi categórica “confio neste setor, o empresariado do setor automobilístico é muito confiável” descartando qualquer possibilidade de furo ou não cumprimento.

A GM divulgou em toda imprensa uma queda de 40% nos seus lucros. Isso não devido a empresa nacional, mas sim por conta dos efeitos da crise na Europa.  Vale lembrar que em 2011 os lucros subiram 89%. Só no primeiro trimestre de 2012 conseguiu mais de 1 bilhão de lucro no Brasil. Ou seja, a GM esta longe de estar enfrentando uma crise nas suas contas.

A ameaça de demissão dos funcionários mostrou para o então Ministro da Fazendo a farsa da sua política econômica e a postura canibal do empresariado brasileiro. Trata-se apenas de deslocar parte da produção da GM para outras plantas, onde o movimento sindical seja mais frágil, assim como muito melhores as condições de exploração dos trabalhadores com, maior precarização e flexibilização dos direitos trabalhista.
Conclusão: os empresários conseguem redução dos impostos, demitem trabalhadores e  ainda conseguem produzir em regiões onde a exploração da força de trabalho seja mais possível e desenfreada. Esta cada vez mais claro de que lado o Governo Dilma está.

O sindicato dos metalúrgicos de São José, Filiado a CSP-Conlutas, assinou um acordo que impede a demissão imediata dos quase 2 mil trabalhadores.

A partir do acordo, será aberto um PDV imediatamente e 940 funcionários entraram em lay- off, que significa uma suspensão dos contratos de trabalho até 30 de novembro. Durante este período parte do salário será paga com verbas do Governo federal – do FAT, e somente uma metade paga pela empresa.

É um verdadeiro escândalo, dinheiro público sendo injetado na empresa privada, a mesma empresa que lucra absurdamente coma redução de IPI. Sem falar que depois de 30 de novembro, após o segundo turno das eleições, a chance da demissão sumária se torna a alternativa mais provável.

A preocupação com o impacto destas demissões durante a campanha eleitoral é  a grande preocupação do Governo Dilma. O PSDB, através do Serra, de maneira oportunista se pronuncia contrário as demissões. O mesmo grupo político que no começo do ano foi responsável pela bárbara desapropriação do Pinheirinho em São José dos Campos.

O acordo conseguiu impedir as demissões que seriam realizadas de modo imediato. No entanto, é importante pontuar que não se trata ainda de uma vitória. Pós período eleitoral a chance de darem as costas para estes 2 mil trabalhadores é muito grande. Fazer esta avaliação é importante para ponderarmos as ações a serem tomadas agora, no sentido de mostrar para a GM, que nós trabalhadores não iremos nos calar. A mobilização massiva, a luta e a pressão ao Governo Federal são a única possibilidade de vitória dos trabalhadores.

Em assembleia no dia 28 de agosto, os trabalhadores tiraram uma marcha `a Brasília com a intensão de pressionar o Governo a assinar uma medida provisória que proíba a demissão em empresas que receberam a redução de impostos como benefícios. Este é um dos caminhos a ser explorado.

Todavia o papel do sindicato é justamente o de mostrar que sem mobilização este acordo pode significar uma derrota para os trabalhadores. A vitória dependerá da nossa capacidade de mobilização, de pressionar o Governo, e de chamar a unidade dos setores que hoje estão em greve e travando lutas contra o Governo Federal.

Ampliar a discussão no sentido de denunciar o fato de dinheiro do FAT, dinheiro público estar sendo usado para “salvar” empresas que de nada necessitam serem salvas, visto a margem de lucros do último período. E apontar a política falida de ampliação do crédito que, além de não garantir as não demissões, ainda revela sua fragilidade frente o aumento da inadimplência das famílias brasileiras e a impossibilidade de assumir novas dívidas diante do orçamento já comprometido desde 2008.

Além desta denúncia, é fundamental que a CSP-Conlutas nacionalize efetivamente a luta contra as demissões da GM. 

Para tanto, é necessário partir da vitoriosa greve dos servidores Federais e defender um processo de unificação das lutas previstas neste segundo semestre, como são as campanhas salariais dos batalhões pesados da classe trabalhadora – metalúrgicos, petroleiros, bancários, químicos , correios etc-; e ao mesmo tempo organizara resistência para barrar os ataques programados pelo Governo Dilma - como é caso do Acordo Coletivo Especial (ACE) e de uma nova Reformada Previdência-; dentro de uma e mesma luta. Esse tipo de política a profundará as contradições já existentes na base dos setores governistas.

Para isso,  a CSP-Conlutas poderia propor para as entidades que fazem parte do “Espaço Unidade de Ação”, iniciativas com objetivo de construir um Fórum Nacional de Lutas mais amplo para articular e unificar todas essas lutas.”

*A partir disso, a tarefa hoje do movimento sindical, combativo e autônomo, que hoje é representado também pela CSP-Conlutas é a de:

·       *  Ocupar as ruas para denunciar o fracasso da política financeira do Governo Dilma que reduz IPI e permite a demissão de trabalhadores;

·       *  Denunciar o escândalo que é pagar os salários dos trabalhadores com dinheiro público, aumento o lucro real da GM, retirando dinheiro do FAT;

·        * Chamar a unidade entre todos os setores que lutam contra as políticas neoliberais do Governo Federal;

·       *  Construir um Fórum Nacional de lutas que possa em momentos como este e em outras que virão construir e fortalecer as ações unitárias das lutas dos trabalhadores da cidade e do campo.

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