*Por Joaquim Aristeu (Boca)
Desde junho de 2012 que a gerencia da AmBev de Jacareí, uma das maiores unidades em produção da companhia vem tentando a todo custo enfiar uma proposta para fechamento da campanha salarial que impõe uma aceitação de um programa de remuneração variável chamado PEF ( de Excelência Fabril).
Por trás deste nome bonito esta o atrelamento de varias metas absurdas, metas estas que são impostas pela direção coorporativa da companhia sem que a direção do Sindicato e os trabalhadores possam interferir participando da elaboração das mesmas.
E que metas são estas
Não poderá existir greve durante a vigência do mesmo, se ocorrer a unidade será desclassificada.
Para que seja comprido a politica de custo da mesma, chamado OBZ, não pode pagar horas extras durante a vigência do mesmo, então tem que existir o banco de horas.
Precisa ser reduzido a zero os acidentes graves na fabrica e não pode ocorrer nenhum tipo de acidente fatal, se isso vier ocorrer a unidade estará fora da premiação.
As metas de produção são altíssimas e nelas estão embutidas as famosas avaliações individuais que obriga os trabalhadores a uma burocracia de preencher diversas planilhas e participar de reuniões nos finais de turno de trabalho sem receber horas extras.
Nos meses de outubro a março e em especial no natal e carnaval enquanto todos estão festando os trabalhadores da AmBev estão trabalhando, nesta época chegam a trabalhar até 60 dias sem folgas.
Com isso o assédio moral e os acidentes do trabalho são uma constante, fazendo da AmBev uma das empresas com maior índice de acidentes e doenças do trabalho na Região, inclusive com um acidente fatal em março deste ano.
É bom dizer que este programa de remuneração variável chamado PEF, NÃO GARANTE ANTECIPADO NENHUM VALOR, depende daquilo que a empresa faturar durante o ano de vigência e a premiação é destinada as 10 melhores colocadas entre as mais de trinta unidades da companhia, ou seja o trabalhador pode se matar de trabalhar e depois ser desclassificada por um acidente fatal como ocorreu em Jacarei neste ano, ou uma greve por salários na data base.
O QUE ELA DA EM TROCA DESTE SACO DE MALDADE
7,5% DE AUMENTO EM UMA DATA BASE QUE SE ARRASTA DESDE O MÊS DE JULHO 800 REAIS DE ABONO
40% DE UM SALARIO COMO PLR EM MARÇO, HAJA VISTO QUE OS TRABALHADORES JÁ ESTÃO DESCLASSIFICADO DEVIDO AO ACIDENTE FATAL QUE OCORREU EM MARÇO
Esta correto a direção do sindicato em não ter aceitado a levar para assembleia este saco de maldade, aceitar um índice que chega a ser até menor que a concorrente e um abono de apenas 800 reais e uma garantia de PLR, PEF de menos de meio salario, em troca do reconhecimento deste programa de metas abusivo seria aceitar que não vai fazer mais greve, vai acatar este banco de horas que diga se de passagem não é reconhecido pelo sindicato e aceitar que a culpa pelos acidentes são dos trabalhadores.
Nós como parte da diretoria executiva da CSP CONLUTAS ESTADUAL SÃO PAULO, apoiamos a posição dos diretores do sindicato que são contra esta proposta e temos levado a todos os fóruns de discussão sindical onde participamos a denuncia desta politica ante sindical da maior cervejaria do mundo, a exemplo do que ocorreu no ultimo dia 28 de novembro em Brasília em uma plenária com centenas de sindicatos, centrais e confederações onde fizemos uso da palavra para denunciar esta pratica da AmBev de Jacareí.
*JOAQUIM ARISTEU BENEDITO DA SILVA É MEMBRO DO BLOCO DE RESISTÊNCIA SOCIALISTA E DA DIRETORIA EXECUTIVA DA CSP CONLUTAS ESTADUAL SÃO PAULO
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