*Por
Josivaldo Moreira, Luciana Pedrosa e Pedro Ferreira
O Encontro
Participamos nos dias 15 e 16 de Dezembro do
2º Encontro de sementes e mudas de Alto Paraíso no nordeste goiano. A atividade
realizada pela UNB - Cerrado, Cooperativa Frutos do Paraíso entre outras organizações
contou com a participação de agricultores familiares e camponeses da região,
estudantes, além de diversos ativistas e militantes das causas ambientais de
Goiás e de organizações de outros estados como São Paulo, Paraná e Tocantins.
Bem como representantes de órgãos governamentais como o Ministério de
desenvolvimento agrário, Do meio ambiente e EMBRAPA.
Um dos importantes debates ocorrido no
encontro foi a denuncia sobre o modelo agrícola brasileiro pautado nas grandes
concentrações de terra, monocultura e uso de agrotóxico. Foi apresentado e
discutido o novo texto do código florestal aprovado este ano e estudos feito
pelo MDA sobre os perigos da flexibilização das leis referente ao uso de agrotóxico
no Brasil.
Também foram apresentados experiências acerca
da construção de outro modelo agrícola possível pautado na agroecologia,
sobretudo a luta pela construção de bancos de sementes crioulas e a difusão do
mesmo, experiência bastante forte no sul do Brasil. Foram apresentados
trabalhos realizados com as comunidades rurais feito pelos jovens da região e a
feira de troca de mudas e sementes que contou com a participação de indígenas do
Xingu e os Krahôs do Tocantins, e pequenos agricultores do Paraná.
Discutiu-se também sobre a construção de uma
economia solidaria. Os limites e desafios dos empreendimentos de economia solidária
que não tem uma lei de estado que os ampara. Por fim foi realizada uma roda de conversa no
sentido de trocar experiências na perspectiva de construir um banco de sementes
crioulas em Alto Paraíso e região.
Observações
a cerca do encontro
A iniciativa de discutir outro modelo agrícola
na região e a construção de uma alternativa ao agronegócio é importante e devemos
fortalecê-la. Nesse sentido o encontro foi importante, pois potencializou
discutirmos, debatermos e trocarmos experiência com diversos movimentos do
nordeste goiano e outros estados.
No entanto ressaltamos a necessidade de
articularmos uma maior participação dos agricultores familiares, camponeses e
quilombolas da região. Apesar de não haver um agronegócio forte na região
precisamos trazer e dialogar com os movimentos camponeses de luta pela terra
que tem uma experiência concreta na construção de um modelo agrícola pautado na
agroecologia.
Ressaltamos também uma necessidade de se
fazer uma critica estrutural da sociedade, e não apenas focada em uma questão
especifica, a mesma é importante mais o modelo agrícola pelo que lutamos o tipo
de relação com o meio ambiente não será possível nos marcos do sistema
capitalista, por tanto é necessário lutarmos no sentido de superarmos o mesmo.
Nossas
tarefas na região
Nós da Rede de Educação Cidadã, da Pastoral
da Juventude Rural, da Articulação de Mulheres de Campos Belos e Feira por do
Sol fomos convidados para participar desse encontro devido ao trabalho de
articulação com os movimentos populares no nordeste goiano pela contribuição
que temos dado na articulação com os diversos movimentos populares que temos
feito no nordeste goiano.
Avaliamos como de extrema importância a
oportunidade de dialogarmos com vários movimentos populares, sobretudo em uma
região que ainda não havíamos atuado. No entanto temos clareza do aumento de
nossas responsabilidades na região, assim apontamos algumas tarefas que devemos
articular e realizar no próximo período na região de Alto Paraíso e todo o
nordeste goiano.
1-
Contribuir no processo de construção do banco de sementes crioulas
de Alto Paraíso, sobretudo articulando troca de experiência com os movimentos
campesinos que já desenvolvem esse trabalho como a CPT, MPA e MCP;
2-
Articular formação sobre questão agrária, economia solidaria,
educação do campo e educação popular, sobretudo com a juventude local e do
nordeste goiano que participam das atividades da UNB – Cerrado, sobretudo das
comunidades do Moinho e do Sertão;
3-
Fortalecimento do território, das ações e projetos voltados para
agricultores camponeses, quilombolas, mulheres e juventude;
4-
Articular a participação de pessoas da região para participar dos
processos de formação da RECID-GO;
5-
Incentivar a criação de um comitê local da campanha permanente
contra os agrotóxicos;
“Se o
presente é de luta, o futuro nos pertence.”
Che Guevara
*Josivaldo
Moreira - É assessor da PJR e militante da Via Campesina.
Luciana
Pedrosa - É militante da articulação de mulheres de Campos Belos e da
Associação da Feira por do Sol.
Pedro
Ferreira - É educador popular da RECID-GO responsável por acompanhar os
processos de articulação com os movimentos populares do nordeste goiano.
-Para ver mais fotos do encontro acesse o link: 2º Encontro de Sementes e Mudas de Alto Paraíso
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