sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Aécioduto. O novo grande negócio da mídia nacional


Após uma década, esquema para controlar a mídia mineira se reestrutura através de especialistas para manter o controle sobre a mídia nacional.

Ávida por recursos, pois sem faturamento, devido a seu ultrapassado formato que não consegue concorrer com as mídias atuais, onde um pequeno blog é lido por um número superior de leitores que o maior jornal impresso que circula na mesma região, a grande imprensa regional e nacional agarra-se como tábua de salvação ao gigantesco volume de recursos distribuído na tentativa de eleger Aécio Neves.

Trata-se de um esquema gigantesco onde dinheiro público e privado se misturam. Operando através de um pool de agências de publicidade, transformou em insignificante o esquema montado por Marcos Valério, conhecido por Valérioduto. Integram este pool, RC Comunicação Ltda, MPM-Populus, FAZ&Branz, New Publicidade e Comunicação Integrada Ltda.

Ciente da impunidade e diante da imobilidade do Ministério Público imposta pela Procuradoria Geral de Justiça, centralizou-se em Minas, a serviço do governo de Minas Gerais, os maiores especialistas no desvio de dinheiro público e outras irregularidades praticadas através de agências de propaganda, que operou no Brasil nos últimos 10 anos.

Envolvidas na Operação “Caixa de Pandora”, estão a RC Comunicação Ltda e Branez Comunicação Total Ltda, integrante do consórcio com a mineira FAZ. As duas agências, segundo o Ministério Público,
operaram o esquema de lavagem de recursos públicos através de notas frias no Distrito Federal.

A Promotoria do DF informou ao Novojornal que:
“os contratos não especificavam a forma nem o conteúdo dos serviços de publicidade a serem prestados pelas empresas. Essa imprecisão, proibida pela Lei n° 8.666/93, na prática permite que se realize qualquer coisa, a qualquer momento e a qualquer preço. A Lei também exige a apresentação de orçamento detalhado para a licitação de obras e serviços públicos, enquanto nos contratos de publicidade em questão nem mesmo o valor final dos serviços está discriminado de forma clara”.

Baseada nas evidências, a Promotoria argumentou que:
“esses contratos são um meio para o governo manter à sua disposição empresas contratadas para prestar serviços deliberadamente indiscriminados, com valores altíssimos, limitados apenas pela disponibilidade orçamentária. O objetivo final dos contratos seria fazer propaganda ideológica, uma vez que muitas das ações publicitárias realizadas não apresentam caráter de informação, educação ou orientação social”.

A Propulus, integrante do consórcio com a MPM, que empresta apenas seus atestados, nada mais é que a sucessora da Espontânea Comunicação Ltda, envolvida no enorme esquema de corrupção na administração de Antônio Palocci à frente da prefeitura municipal de Ribeirão Preto (SP), entre 2001 e 2002.

A agência New, derivação da New Trade, de propriedade do cunhado de Ciro Gomes, envolvida no escândalo do Mensalão, além de atender o governo de Minas, atende ao Sistema FIEMG, CNI, Sebrae, FAEMG, AngloGold, Egesa, MMX e a Revista Veja BH.

A Lápis Raro, além do governo de Minas, atende a CBMM, Usiminas e a Rede Globo Minas e a Rádio Itatiaia. A Perfil atende a Cemig, BDMG, prefeitura de Belo Horizonte e o jornal Estado de Minas; sabidamente, todas estas instituições integram o projeto político de Aécio Neves.

Por recusarem participar deste esquema, as tradicionais agências de propaganda mineiras foram alijadas do processo, através de manobras nos procedimentos licitatórios. Informam estas empresas que as irregularidades ocorridas no certame foram encaminhadas ao Ministério Público Estadual.

Inexplicavelmente, como se a distância entre Brasília, Ribeirão Preto e Belo Horizonte fosse enorme e estivéssemos em países diferentes, este grupo de empresas operam a luz do dia um esquema que movimenta, segundo especialistas, mais de R$ 65 milhões por mês.

E bem provável que na hora que estourar mais este escândalo as autoridades e grande parte da mídia nacional façam cara de assustados, como se não soubessem de nada. Foi criada a República Independente de Minas Gerais.

O governo de Minas e as empresas citadas foram consultadas e optaram por não falar, transferindo para o cliente tal tarefa.
Leia também:


Documentos que fundamentam esta matéria


Link das agências de propagandas citadas


Fonte: NovoJornal.

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