segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Novo partido, velha política


Editorial do Correio da Cidadania

Na semana que passou, o Brasil ganhou um novo partido político.

No lançamento desse partido, sua fundadora, a ex-senadora petista, Marina Silva, declarou que o mesmo não é “nem de direita e nem de esquerda. Está além disso”.

Frase típica de políticos que se especializaram em dizer não dizendo.
Veja o que de fato se diz com esta frase: o partido será de direita.
Com efeito, a pessoa que se deparar com uma briga entre um muito mais forte com um muito mais fraco e se mantiver neutra, obviamente, estará do lado do mais forte.

A atividade política é sempre uma ação de certos grupos contra outros grupos. Uma ação declaradamente destinada a frustrar as intenções do adversário.

Ademais, o que quer dizer “estar além”? Por qualquer ângulo que se examine, essa frase não tem sentido algum. Foi dita apenas para fazer crer que o novo partido está em algum lugar, porque, como é evidente, os partidos não vivem no espaço sideral. Mas, ao se fazer esta referência, não há indicação de qual é esse lugar.

Essa conduta não discrepa daquela de um grande número – talvez até da maioria – de políticos.

Infelizmente, a grande massa do nosso eleitorado é politicamente analfabeta e não percebe o que realmente está sendo dito. Mas os espertalhões a quem está sendo dirigido um discurso como o do novo partido em questão captam muito bem sua mensagem. E certamente separarão vultosas quantias que destinarão à campanha de sua possível candidata, como, aliás, ocorreu na eleição presidencial passada.

É preciso que essa situação seja devidamente denunciada, a fim de impedir um estelionato eleitoral a somar-se aos muitos que são cometidos contra o povo em todas as eleições.

Em 2.014, o novo partido apresentará muito provavelmente a candidatura de Marina à presidência da República. É preciso que algum de seus adversários tome a iniciativa de desmascarar o discurso envolto na criação da legenda. Para isto devem servir os debates eleitorais. Senão, deixam de ser debates, para se tornarem sequências de discursos paralelos, que em nada ajudam o esclarecimento dos eleitores.

Não é possível que o carreirismo político prossiga impune, a induzir o povo em erro.
*Acesseo link: http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8109:editorial190213&catid=27:editorial&

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