Esta Marcha está sendo realizada numa conjuntura
internacional de agravamento da crise econômica através da manutenção da
recessão no continente europeu, desaceleração da economia chinesa e retomada
frágil da economia nos EUA. O desemprego no continente europeu tem aumentado.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, mais 1 de milhão de
trabalhadores ficaram desempregados nos últimos 6 meses. 19,071 milhões de
pessoas estão desemprega- dos na zona do euro. Além do desemprego, os
trabalhadores têm enfrentado os cortes impostos por diversos governos nos
salários, aposentadorias e recursos para os setores sociais como saúde e
educação. As manifestações e greves realizadas em vários países europeus no dia
14 de novembro do ano passado contra as políticas de austeridade mostraram que
os trabalhadores europeus não têm aceitado passivamente todos esses ataques.
Entretanto, o grande desafio que está colocado para a classe
trabalhadora europeia para o próximo período é o de potencializar todas essas
lutas através da construção de uma poderosa greve geral no continente.
BRASIL: CRISE ECONÔMICA
INTERNACIONAL ATINGE O PAÍS
No Brasil, o governo Dilma tomou uma série de medidas para
minimizar o impacto da crise econômica internacional com destaque para a
privatização de portos e aeroportos e a manutenção e ampliação das desonerações
para diversos setores da economia. Entretanto, essas medidas foram
insuficientes para promover o crescimento econômico. Em 2012, o PIB cresceu
apenas 0,9%. Apesar do país manter um certo nível de consumo, esse baixo
crescimento reflete uma estagnação nos investimentos do setor privado. Ou seja,
os empresários não têm confiança na economia. Para modificar essa situação, o
governo Dilma pretende implementar um novo ataque à aposentadoria através do fator
85/95 e o Acordo Coletivo Especial - ACE para reduzir o chamado “Custo Brasil”.
INFLAÇÃO PENALIZA OS
TRABALHADORES
O retorno da inflação tem atormentado a vida dos
trabalhadores brasileiros. Segundo o IBGE, só nos últimos 12 meses, o tomate
aumentou 122,13% e a farinha de mandioca 151,39%. A inflação anualizada
encerrada em março ficou em 6,59%, estourando o teto definido pelo governo Dilma.
Para combater a inflação, o Governo Dilma solicitou que alguns prefeitos e
governadores adiassem os reajustes na tarifa do transporte público, desonerou
os produtos da cesta básica e energia elétrica; e subiu recentemente a taxa de
juros. Esse aumento dos preços obrigará os trabalhadores a lutarem ainda mais
pela correção do salário. O governo retomará no próximo período, o falso discurso
que reajustar o salário de acordo com o aumento de preços provoca mais
inflação, pois indexaria a economia. Temos que desmascarar essa lorota e exigir
dos patrões e governos a imediata correção e ganho real em nossos salários.
DILMA BENEFICIA O
AGRONEGÓCIO E É CONTRA NOVOS ASSENTAMENTOS
“É real e, infelizmente, verdadeiro que no Brasil há muitos
assentamentos que se transformaram quase que em favelas rurais...” (Gilberto
Carvalho – Secretário Geral da Presidência – Folha de São Paulo, 09/02/2013)
Esta frase do Gilberto Carvalho, Secretário Geral da Presidência da República,
deixa claro o descaso com que o governo Dilma tem tratado as demandas dos
movimentos sociais do campo. Dilma é a presidente que menos assentou famílias
nos últimos 20 anos. PIB 2010 7,5% 2011 2,7% 2012 0,9%
Por outro lado, segue privilegiando e apoiando o agro-
negócio exportador de commodities e faz vista grossa aos assassinatos e
expulsões de agricultores pobres pelos lati- fundiários.
CIDADE: MEGAEVENTOS E
CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Em relação às cidades,
o governo continua com a política de preparação do país para os megaeventos
como a Copa das Confederações, Copa do mundo e Olimpíadas. Essa política tem
provocado uma série de despejos e criminalização dos movimentos sociais. A expulsão
dos índios da Aldeia Maracanã no Rio de Janeiro é apenas um exemplo desse
processo. Em relação à moradia, o Programa “Minha Casa Minha Vida” não tem
resolvido o problema do déficit habitacional do país. Ele é apenas um programa
que tem beneficia- do muito as construtoras e alguns setores da classe média e
pouco a população brasileira de baixa renda.
FORA FELICIANO!
O Bloco de Resistência Socialista (BRS) está na luta junto
com todos os trabalhadores que nas ruas e nas redes sociais vem exigindo a
saída do Deputado Federal Marcos Feliciano (PSC- -SP) da presidência da
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara (CDHM). Feliciano foi eleito
para este cargo com o apoio da bancada do PT e do governo Dilma. Este deputado
é responsável por frases racistas e homo- fóbicas. É por isso que nós do Bloco
nos juntamos aos milhares de ativistas por todo o país exigindo a renúncia
imediata de Marcos Feliciano.
APOIO E SOLIDARIEDADE
AOS METALÚRGICOS DA GM DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP NA LUTA CONTRA AS DEMISSÕES
Os metalúrgicos da GM de São José dos Campos vem lutando
desde o segundo semestre do ano passado contra as 1840 demissões anunciadas
pela empresa. O último round desta luta resultou em um acordo assinado em
26/01/2013 entre o Sindicato e a GM. Este acordo não evita totalmente as
demissões, pois 650 trabalhadores podem ainda ser mandados embora. Além disso,
prevê a redução do piso salarial da fábrica de R$ 3100,00 para R$ 1800,00 e
autoriza a implementação de uma jornada de trabalho flexível. Entendemos que
este acordo poderia ser melhor se o apoio e solidariedade à luta contra as
demissões tivesse se ampliado para mais entidades e movimentos sociais. Para
nós do BRS, a tarefa principal continua sendo a de cerrar fileiras junto com os
companheiros metalúrgicos da GM de São José dos Campos para barrar o fechamento
da fábrica e de toda e qualquer demissão.
CONTINUIDADE DA LUTA
A Marcha que estamos realizando no dia de hoje é uma vitória
da classe trabalhadora brasileira. Apesar de importante, temos a clareza de que
não conseguiremos derrotar os ataques dos patrões e dos diversos governos, como
é caso do Acordo Coletivo Especial (ACE), uma nova reforma da previdência e a
continuidade das demissões da GM de São José dos Campos simplesmente com esta
ação aqui em Brasília. Faz-se necessário, construirmos fóruns ainda mais amplos
de unidade, que permitam reunir cada vez mais trabalhadores dispostos a lutar,
de forma concreta pela defesa de todas as bandeiras da nossa classe. O
crescimento e continuidade da unidade de todos os se- tores em torno da luta
tem sido uma preocupação constante do Bloco de Resistência Socialista (BRS).
É fundamental unirmos
toda a Classe Trabalhadora da Cidade e do Campo para unificar as lutas
fragmentadas de tantas categorias. No ano passado, além do funcionalismo
federal, greves foram realizadas pelos trabalhadores do transporte em vá- rios
municípios. Mais de 300 mil operários da construção civil paralisaram os
canteiros de obras tanto nas grandes cidades como nas obras do PAC.
Trabalhadores dos correios, bancários e diversos setores industriais também
fizeram fortes greves. Neste ano, muitas lutas importantes já estão ocorrendo
como é o caso da greve dos trabalhadores da construção civil da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte-PA e de professores da educação básica em vários
estados. Mas, apesar do crescimento das lutas no último período, a grande
debilidade foi que todas elas ocorreram de forma fragmentada.
Daí a necessidade de nos abrir ao diálogo e buscar todos os
meios para construir a unidade. Várias possibilidades se apresentam: a
realização de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora da cidade e do campo
é uma, pois permitiria apontar para a continuidade da luta através da definição
de um novo calendário, novas formas de organização e contribuir para o processo
de reorganização sindical e popular. Outra que queremos discutir é a realização
de um Dia Nacional de Luta no segundo semestre, apoiando e solidarizando-se com
as categorias e movimentos sociais que estejam em luta, priorizando,
principalmente, as ações nos estados.
Bloco de Resistência
Socialista - Sindical e Popular
E-mail:
brs.sindical.popular@gmail.com
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