sexta-feira, 12 de abril de 2013

Trabalhadores de Belo Monte se reúnem com MTE para tentar reabertura de negociação com CCBM

Nesta quinta-feira (11), cerca de 150 operários do Sítio de Belo Monte realizaram um protesto em Altamira contra a falta de diálogo com o CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte) que se recusa a negociar com os trabalhadores a pauta de reivindicações.
 
Após o ato, que culminou com uma passeata até a sede do MTE (Mistério do Trabalho e Emprego), os trabalhadores e a CSP-Conlutas conseguiram ser recebidos por representantes do órgão. Na reunião, os operários solicitaram que o MTE interceda e viabilize uma negociação com um representante do governo e o CCBM. O órgão analisará o pedido e dará a resposta amanhã.
 
Trabalhador desaparecido – Os operários e a CSP-Conlutas também se reuniram outra vez com a Defensória Pública para tratar sobre o caso do trabalhador desaparecido desde a madrugada quarta-feira. Segundo relatos de colegas do desaparecido, ele teria ligado para um deles, ontem à noite. De acordo com a informação, ele teria sido levado à força para Santarém, cidade a 600 km de Altamira, num carro do Consórcio. O fato será apurado pela Defensoria Pública, já que o trabalhador ainda não entrou em contato com a família e continua desaparecido.
 
Operários recebem carta de dispensa – O mecânico industrial Jean Francisco de Souza Rocha, que trabalha na obra de Belo Monte, informou que o clima no canteiro é de apreensão. “Os trabalhadores que estão em Altamira e voltaram a Belo Monte para pegar peças de roupas ou documentos, estão sendo impedidos de entrar no local. Seus pertences são trazidos pelos funcionários do CCBM junto com uma carta de dispensa. É assim que somos tratados ao lutar por nossos direitos, com demissão”, denunciou.
 
Para Souza, a repressão do CCBM causa mais revolta aos operários, que seguem em greve na luta por seus direitos. “Ninguém gosta de fazer greve, estamos nesta situação porque não aguentamos tanta humilhação, só queremos negociar nossos direitos. Somos trabalhadores, pais de família e temos bocas para sustentar”, ressaltou.
 
Abertura de negociação – De acordo com o membro da CSP-Conlutas Nacional Atnágoras Lopes, a Central continuará em Altamira e espera resposta das autoridades. “Estamos na expectativa de que seja aberto um canal de negociação com os trabalhadores amanhã. Acima de tudo, esperamos um retorno de os órgãos acionados, entre os quais, Ministério Público Federal, Ministério de Trabalho, TST, Defensoria Pública, e o próprio Consórcio”, finalizou.

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