quarta-feira, 8 de maio de 2013

Marcha do dia 24 de abril: o primeiro passo foi dado

*Por Miguel Leme Ferreira
 
É necessário dar continuidade ao processo de unificação das lutas
 
A Marcha do dia 24 de abril foi uma vitória para a classe trabalhadora brasileira. Aproximadamente 20 mil trabalhadores da cidade e do campo, de diversos estados do país, estiveram em Brasília contra a política econômica e os ataques aos direitos dos trabalhadores por parte do Governo Dilma.
 
Em virtude do impacto da crise econômica internacional no Brasil, o governo Dilma pretende reduzir o chamado “Custo Brasil” através da implementação do Acordo Coletivo Especial (ACE) e de uma nova contrarreforma da previdência.
 
O ACE prevê que o acordado prevaleça sobre o legislado. Com isso, muito direitos importantes dos trabalhadores podem ser flexibilizados ou mesmos retirados.
 
Em relação à previdência, o governo Dilma só aceita acabar com o fator previdenciário, se for aprovado o chamado fator 85 para mulheres e o 95 para os homens. Em ambos, o fator resulta da soma da idade com o tempo de contribuição. Com essa medida, o governo Dilma obrigará o trabalhador a se aposentar mais tarde.
 
Na Marcha, além desses pontos, os manifestantes protestaram contra a tentativa do governo em restringir o direito de greve dos servidores públicos, a intensificação da criminalização do movimentos sociais. Exigiram também reforma agrária e mais investimentos em saúde e educação.
Essa manifestação mostrou que é possível unificar as lutas.
 
No ano passado foram realizadas diversas lutas, com destaque para a greve dos servidores públicos federais. Entretanto, o grande problema foi que todas elas ocorreram de forma fragmentada.
 
Está claro que para derrotar os ataques dos patrões e do governo Dilma será necessário dar continuidade a esse processo de unificação das lutas que resultou na Marcha do dia 24 de abril.

Construir a unidade nas lutas
 
Esta unidade construída nesta ação em Brasília tem que ser reproduzida nos Atos de 1° de maio, na Jornada de Luta do Movimento Popular em junho e nas campanhas salariais do segundo semestre, e de forma imediata na solidariedade às greves que estão em curso, como é o caso dos professores estaduais de São Paulo.
 
Além disso, é necessária a realização de um Dia Nacional de Luta que unifique e permita dar um caráter geral a todas essas lutas e reivindicações. Esse Dia Nacional de Luta seria realizada nos estados através da paralisação da produção e circulação de mercadorias, panfletagens em ponto de ônibus e escolas, atos unificados nas capitais etc.
 
Além disso, entendemos que se faz necessário, a construção de um grande Encontro Aberto da Classe Trabalhadora da Cidade e do Campo. Este Encontro reuniria os milhares de militantes combativos da esquerda socialista que estão dispersos nas diversas entidades sindicais e de movimentos sociais, bem como dos partidos políticos no campo dos trabalhadores, como é o caso do PSOL, PSTU, PCB etc.
 
Este Encontro Aberto da Classe Trabalhadora da Cidade e do Campo, além de intensificar o processo de unificação das lutas, permitiria a retomada do processo reorganização sindical e popular no país e a construção de uma alternativa política para 2014 contra falsa polarização já existente entre PT e PSDB.

Bloco construiu e participou da marcha do dia 24 de abril
 
As entidades que fazem parte Bloco de Resistência Socialista (BRS), do qual os militantes da LSR fazem parte, construíram e estiveram presentes na Marcha do dia 24 de abril.
 
 Além dos militantes do Bloco, participaram também estudantes do Coletivo Nacional Construção. 
 
*Miguel Leme Ferreira é  da coordenação do Bloco de Resistência Socialista, diretor da Apeoesp e da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

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