O governo Dilma Rousseff coloca em curso o maior projeto de privatização já ocorrido no país. Aeroportos, portos, petróleo, saúde, educação. Assim, passa para as mãos de empresas privadas setores sociais estratégicos e da economia brasileira.
A julgar por sua política de sustentação do empresariado, banqueiros e empreiteiros, desde que assumiu, a política de privatização não causa tanta estranheza, apesar do repúdio a tal política. Mas causa absoluta indignação, mais uma vez, assistir ao papel nefasto que cumprem as centrais sindicais governistas ao manifestarem apoio às privatizações. É uma vergonha!
A Agência Brasil publicou matéria nesta terça-feira (14) informando que quatro centrais sindicais assinaram, no Palácio do Planalto, documento que formalizou apoio ao texto final do relator da Medida Provisória 595/2012, a MP dos Portos, senador Eduardo Braga (PMDB-AM). São elas: Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).
Sob os argumentos mais estapafúrdios, como o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, que afirmou que os sindicatos consideram que a redação de Braga contempla os interesses dos trabalhadores, garantindo o direito dos portuários de trabalhar tanto nos portos públicos quanto nos privados que serão concedidos pelo governo para a iniciativa privada. Como se essa iniciativa não fosse implicar na evidente precarização dos direitos trabalhistas da categoria e em demissões.
O governo pretende manter o texto do senador Eduardo Braga para não inviabilizar a votação da media provisória que perde a validade nesta quinta-feira (16). As centrais sindicais assinam embaixo. Estão na contramão.
Na contramão – Enquanto as centrais governistas estão em Brasília, os trabalhadores se manifestam contrários à privatização. No Porto de Santos iniciaram uma greve às 13 horas desta terça-feira (14). A paralisação é por tempo indeterminado e também estão parados os trabalhadores do Porto de Paranaguá (PR) e do Rio de Janeiro (RJ). Segundo matéria da Agência Brasil, o objetivo de pressionar o Congresso e o governo federal por mudanças favoráveis aos trabalhadores na MP dos Portos.
O presidente da Federação Nacional dos Estivadores, Wilton Ferreira Barreto disse que “os portos estão com suas atividades 100% paradas porque o governo não atendeu às nossas emendas”. O protesto, de acordo com ele, pretende fazer com que o governo entenda “a necessidade de contemplar nossas emendas”.
A CSP-Conlutas repudia veementemente o posicionamento das centrais sindicais favorável à privatização dos portos e apóia a luta dos trabalhadores.
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