quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Bancos privados demitem quase 7 mil bancários em 8 meses

A rotatividade aponta lucro abusivo e desvalorização salarial significativa da categoria   Os bancos privados no país fecharam, em um período de oito meses, cerca de 7.000 postos de trabalho. Além da extinção de cargos, a alta rotatividade de mão de obra é outra prática revelada em dados divulgados pelo Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), que indicam a contratação de 30.417 bancários, tendo como contrapartida a demissão de 33.177, entre janeiro e setembro de 2013.  

 Avaliando os perfis salariais dos contratados e demitidos, a pesquisa mostra que o salário médio dos novos funcionários neste período foi de R$ 2.914,63, contra o valor de R$ 4.594,83 dos bancários desligados.   Em pesquisa, com base no Censo de 2010, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a concentração de renda no país tem como destaque os bancos privados. Os executivos de diretoria do Itaú, por exemplo, acumulam, anualmente, quase 200 vezes mais o que um bancário em média recebe.   “No momento em que os bancos continuam obtendo lucros bilionários, como é o caso do Itaú Unibanco, que anunciou um lucro de 4 bilhões no terceiro semestre, os bancos fecham 7.000 postos de trabalho. Isso significa que os clientes terão de enfrentar filas cada vez maiores nas agências e terão um atendimento de péssima qualidade”, alerta Juliana Publio Donato , do Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), delegada sindical e vice presidente da CIPA do maior prédio do BB em SP.   

A pesquisa aponta as características de acúmulo de renda dos bancos privados considerando também a rotatividade, a estabilidade profissional e as contratações realizadas pelas instituições estatais. Ainda para Juliana, o sistema financeiro obtém lucros conforme o prejuízo dos trabalhadores. “Nós, do MNOB/CSP-Conlutas, exigimos que o governo Dilma ratifique imediatamente a convenção 158 da OIT, que proíbe a demissão imotivada. Não podemos aceitar que o sistema financeiro cada vez tenha lucros maiores as custas do prejuízo dos bancários e da população em geral. O governo Dilma deveria estatizar o sistema financeiro. Somente um sistema financeiro público poderá atender aos interesses da camada trabalhadora”, concluiu. 

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