O ano de 2013 se inicia com
aumentos nas passagens de ônibus em varias cidades do interior e capitais do
país. No Rio de Janeiro estava programada para Janeiro e foi suspensa depois
que o povo ameaçou ir para as ruas, depois veio Guarulhos e várias outras
cidades do país, Porto Alegre e Natal os estudantes foram para as ruas e
disseram não e as prefeituras recuaram.
Ao mesmo tempo o movimento
popular já no inicio de 2013, em janeiro, começou a questionar os crimes e as
desocupações da copa. Em Brasília o MTST realiza uma grande ocupação, os índios
e ativistas no RJ resistem à truculência da policia de Cabral que tenta
desocupar o museu do índio na aldeia Maracanã.
Operários das obras do maracanã
cruzam os braços por um dia, trabalhadores do transporte de Portugal organizam
uma greve geral, na Bahia os vigilantes do estado entram em estado de greve em
busca da periculosidade, e a CSP Conlutas acelera as assembleias e a campanha
contra o ACE (Acordo Coletivo Especial) em todo o país e aponta para uma semana
de mobilização em abril, fechando com a preparação da marcha a Brasília em 24
de abril.
Isto fez com que as bandeiras do
dia internacional de luta das mulheres girassem para a preparação das
manifestações contra o ACE e pela garantia dos direitos das mulheres.
O dia 17 de abril quando os
lutadores pela reforma agrária relembram o massacre de Eldorado do Carajás onde
vários sem terras foram mortos em 1996, e até agora muitos dos criminosos estão
impunes, realizou se uma jornada de luta em todo o pais com ocupações de terra
e de prédios públicos e paralisação de estradas.
Em Abril tivemos também uma forte
greve dos professores da rede estadual e municipal de SP que só não foi mais
forte devido à traição de sua direção “a APEOESP CUT”. Neste mês também os
setores organizados na luta contra os acidentes e doenças do trabalho
organizaram varias manifestações pelo dia 28 de abril. - Dia internacional de
luta em memória dos lesionados em acidentes e doenças do trabalho. Ainda no mês
de abril varias manifestações e seminários para organizar o dia 24 de abril. -
Dia nacional de luta contra o ACE com uma marcha a Brasília.
No dia 24 de abril aconteceram
manifestações em vários locais do país, mais de 20 mil manifestantes em
Brasília ocuparam a explanada dos Ministérios. CSP Conlutas, CUT pode Mais,
CNTA, FENASP são algumas das entidades que jogaram peso nesta que foi a segunda
maior manifestação de 2013, ficando só atrás das manifestações de junho e
julho.
Em seguida tivemos o 1° de maio,
a exemplo do que ocorreu nos demais países, aqui no Brasil as organizações
classistas - Fórum unidade de ação, setores do MST, Frente de Resistencia
Urbana e os demais setores combativos do movimento popular e o Movimento Passe Livre
realizaram atos e protestos denunciando a falta de investimentos na reforma
agrária, as remoções e despejos para realização de obras para copa do mundo de
futebol, os ataques aos direitos dos trabalhadores, o arrocho salarial, os
aumentos das passagens dos ônibus e a criminalização do movimento.
Quando nem mesmo o mais otimista dos revolucionários acreditava no
crescimento das mobilizações veio o assenso e as jornadas de junho e julho.
Na avaliação da maioria da
esquerda no Brasil, diferente do que ocorria em diversos países, inclusive na Europa,
África do Sul, nos Estados Unidos e mesmo no Oriente Médio onde a crise
econômica varria as grandes economias e o autoritarismo das ditaduras a exemplo
do Egito e Síria entre outros países que enfrentavam lutas populares. Aqui no
Brasil a crise estava sobre controle e Dilma rumava para consolidar o seu
segundo mandato. É então que um barril de pólvora se acende a partir de um
palito de fósforo chamado 0,20 centavos e crimes da copa.
Dia 06 de junho coincidentemente dia do meu aniversário ganhei um
presente que achava que não viria mais até o final de minha militância.
O Movimento Passe Livre - MPL e
vários outros movimentos incluindo setores do movimento sindical de SP como
Metroviários e CSP Conlutas vão as Ruas da Capital de SP contra o aumento das
passagens de ônibus feito por Haddad e Alckmin.
O Governo reage e coloca a policia para reprimir o movimento no dia 06,
e depois no dia 07 de junho a repressão se repete. A juventude e os ativistas
mantém se nas Ruas, e um novo ato é marcado para SP e em vários locais do país
para o dia 13 de junho.
Dia 13 de junho a PM DE Alckmin com o apoio de Haddad acende o estopim
das lutas sociais.
Milhares nas Ruas, agressões a
jornalistas, ativistas presos e feridos. Saldo mais de 220 prisões, dezenas de
ativistas internados, acende o estopim e as manifestações espalham pelo país.
Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Porto Alegre, Natal. Grandes, médias e
pequenas cidades, milhões foram às ruas, também foi parte das bandeiras das
mobilizações as manifestações contra os crimes e remoções da copa. Em São Paulo
no dia 14 o MTST junto com outras dezenas de organizações que compõem o
movimento popular Frente de Resistencia Urbana e entidades sindicais, a exemplo
da CSP Conlutas onde tivemos o prazer de falar em nome da CSP Conlutas. Realizamos
um grande ato denominado “Copa pra quem”, um dia depois do triste episódio
protagonizado pela policia de Alckmin. Estas manifestações tiveram continuidade
e no dia 15 de junho as imediações do Mané Garrincha em Brasília foi palco de
grandes manifestações que mais uma vez o MTST e o comitê contra os crimes da
copa estavam lá. Dilma foi vaiada dentro de campo pela torcida, e estas
manifestações duraram todo o período da copa das confederações.
Dia 17 de junho o dia D das mobilizações – O dia que o Brasil parou
Um milhão toma as ruas do Rio de
Janeiro, mais de 100 mil em São Paulo, milhares em Brasília e nas demais capitais
do país. Atos massivos ocorriam de norte a sul deste país. No exterior os
brasileiros juntavam os moradores das regiões que vivem e iam para frente das
embaixadas brasileiras e realizavam atos em solidariedade as lutas no Brasil. Tive
o privilégio de participar em São Paulo deste grande dia - A candelária, Av.
Brasil, Paulista, a Esplanada dos Ministérios em Brasília e as praças e ruas
nas demais cidades se tornou um verdadeiro oceano de gente querendo mudanças.
A esta altura a luta não era mais
só contra o aumento das tarifas e os crimes da copa, mas também contra a saúde
e educação precária, falta de segurança, contra a corrupção, pela garantia de direitos,
por empregos, reforma agrária e urbana e melhores salários.
As prefeituras recuaram nos aumentos das passagens, o governo
desgastado reabriu a pauta sobre saúde e educação e até os corruptos começaram
a ser presos.
A Classe operaria entra diretamente na luta
A CSP Conlutas, CUT pode Mais, FERAESP,
FENASP, Junto com outras centrais entram para valer com suas reivindicações e
chamam o dia 11 de julho como dia nacional de lutas. Mais de 3 milhões de
trabalhadores participaram de alguma forma das mobilizações neste dia. -Fabricas
importantes como a GM de SJC e dezenas de metalúrgicas pararam um dia ou alguma
hora. “Na Alimentação onde milito parou a segunda maior cervejaria” Heineken de
Jacareí por 24 horas, estradas foram interrompidas e outras dezenas de fabricas
paralisadas, em Porto Alegre houve greve geral no transporte. No dia 30 de
agosto as lutas sindicais se repetem e milhares de trabalhadores vão às ruas e manifestações
estouram por todo o país novamente.
Passado este momento as lutas continuaram com greves e ocupações.
Passado este período veio às
lutas das campanhas salariais - Metalúrgicos, Petroleiros, a luta contra a
venda das áreas do pré-sal, bancários, construção Civil, Correios, professores
do RJ, Trabalhadores da AMBEV de Jacareí entre vários outros setores. Sentindo
se fortalecidas pelas lutas da jornada de junho e julho também obtiveram
importantes vitorias. O movimento estudantil também não deu trégua greve nas
universidades como UNICAMP, ocupações a exemplo da USP e mobilizações pelo
passe livre em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, esta luta
ainda não esta fechada.
O movimento Popular também não
deu trégua e a Frente de Resistencia Urbana tendo a frente o MTST, o Movimento
Luta Popular, setores do MST e o Terra Livre fizeram lutas, ocupações de sem tetos,
ocupações de terra o que nos aponta que em 2014 vai ter muita luta e
mobilização contra os crimes da copa, por mais dinheiro para as reformas urbana
e agrária e neste contesto a CSP Conlutas já votou em suas instancias que será
linha de frente na organização destas lutas “Copa pra quem” queremos dinheiro
para saúde, educação e mais empregos e por garantida de direitos incluindo a
nossa luta contra a precarização do trabalho, contra o grande numero de
acidentes e doenças do trabalho dentro das empresas e por salario justo aos
aposentados.
Nós estaremos juntos a todas e
todos em 2014 para fazer deste ano mais um ano de lutas e mobilizações. Não as
remoções de pobres para favorecer os ricos na copa, por mais emprego, salários
dignos e por um governo dos trabalhadores e trabalhadoras construindo a partir
de um programa discutido e construído pelos trabalhadores e movimento popular,
com candidaturas classistas e socialistas. Sem dinheiro dos patrões e sem
alianças com os partidos da burguesia. Que seja uma candidatura que tenha
sustentação nas lutas e mobilizações.
Feliz fim de 2013 e um 2014 com muita luta e mobilizações!
*Joaquim Aristeu ‘Boca’ da Silva - Militante do Bloco de Resistencia Socialista, membro da direção estadual da CSP Conlutas de SP, militante da LSR – tendência interna do PSOL.
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