Nessas ultimas décadas o
agronegócio tem se desenvolvido no Tocantins voluptuosamente, sobretudo com o
apoio e financiamento por parte do estado. A criação de bovinos é ainda a
principal atividade desenvolvida no Tocantins com um rebanho de 8 milhões de
cabeça e ocupando uma área de 7.498,50 hectares de pastagem, no entanto essa
realidade tem mudado, no ultimo período houve um avanço de plantação de soja.
Tanto que hoje a soja se tornou o principal produto de exportação do Tocantins,
sendo responsável por 80% do que o estado exporta.
A propaganda oficial mostra
que o desenvolvimento do agronegócio e a modernização da agricultura brasileira
trouxeram altos índices de produtividade bem como gerou riqueza para o país. No
entanto omite a violência no campo contra camponeses, quilombolas e os povos
indígenas que tem os seus territórios usurpados e que dignamente lutam pelos
seus direitos. O trabalho escravo e a destruição ambiental, flexibilização das
leis trabalhistas e ambientais, uso abusivo de agrotóxico que contamina o meio
ambiente assim como afeta a saúde da população.
No Tocantins o apoio do
poder público tem sido decisivo no avanço do agronegócio. Milhares de recursos
públicos são destinados a empresas privadas investirem no desenvolvimento do
setor. Doação de áreas públicas, flexibilização das leis ambientais, incentivos
fiscais as empresas transnacionais que atuam no campo. Tudo isso frente à
justificativa de que as vantagens dadas pelo governo ao setor contribuem para
geração de emprego e riquezas para o povo.
Já não bastasse a secretaria
de agricultura e pecuária que historicamente é gerida pelos ruralistas, acaba
também de ser criada pelo governo do estado a secretaria de desenvolvimento
agrário e regularização fundiária que também será comandada pelos ruralistas.
Há também a delegacia de
conflitos agrários e a policia militar agrária, que atua reprimindo a luta dos
camponeses sem terra e assegurando a propriedade privada outrora usurpada dos
indígenas, quilombolas e camponeses.
Dados do ultimo censo
agropecuário mostra que o numero de emprego ofertado pelo setor é mínimo, a
agricultura familiar e camponesa gera muito mais posto de trabalho. Há também o
alto indicie de utilização de mão de obra escravizada por parte do setor. Já a
geração de riqueza é incontestável, no entanto é preciso apontar para quem vai
e como sãodistribuídas as riquezas geradas, e sob a que custos sociais e
ambientais elas são geradas.
Pedro Ferreira Nunes
Veja o artigo completo no link: http://pt.slideshare.net/PedroTocantins/estudo-sobre-os-efeitos-sociais-e-economicos-do-agronegocio
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