As remoções forçadas e os deslocamentos causados pela busca de moradia, assim como a repressão a protestos contrários à realização da Copa do Mundo no Brasil, que ocorrerá no próximo ano, inseriram a Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado), na lista das corporações que mais interferem na manutenção dos direitos humanos. Pelo ranking do observatório internacional The Public Eye Awards, que irá "premiar" a pior organização por meio de votação popular e um júri especializado, a fundação esportiva é a vice-campeã da lista - a líder é a russa Gazprom, considerada a maior exportadora de gás natural do mundo.
De acordo com a organização, os moradores vizinhos às construções dos estádios criados ou reformados para sediar os jogos foram obrigados a sair de suas casas sem uma alternativa vantajosa.
"Em Recife, só em 2013, mais de 2.000 famílias da Comunidade Coque foram forçadas a sair de suas casas. Além disso, a criação de zonas de exclusividade da Fifa vai obrigar inúmeros vendedores ambulantes a ficar fora do negócio. Em Belo Horizonte, mais de 130 perderam sua fonte de renda durante a reconstrução de um estádio, e agora estão proibidos de vender na vizinhança".
Também não há interesse da Fifa, segundo o observatório, em promover o comércio local e nem o desenvolvimento das pequenas empresas familiares que, durante o evento esportivo, poderiam se beneficiar do mercado emergente.
"Fifa mantém zonas de exclusão com um raio de 2 km em torno dos estádios, onde eles controlam o movimento de pessoas e na venda de produtos, colocando inúmeros vendedores ambulantes fora do negócio. Os pobres estão arcando com o ônus da carga e são recebidos com repressão feroz quando tentam lutar por seus direitos".
Mais informações podem ser obtidas, em inglês, neste site.
Arte: The Public Eye Awards
Fonte: Jornal GGN.
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