*Por Pedro Ferreira Nunes
Há quatro anos as famílias da ocupação Cavam
(hoje Santo Amaro II) resistem na luta por moradia digna em Palmas-TO. Mesmo com
a promessa da prefeitura e do governo estadual, até o momento nenhuma casa foi
entregue as famílias que continuam vivendo em condição degradante, em barracas
de maderite e lona, com esgoto a céu aberto, em suma, sem nenhuma estrutura por
parte do poder público para que estas famílias possam viver com o mínimo de
dignidade. A ocupação que hoje esta localizada no que chamam de Setor Santo
Amaro II, mas que de setor não tem nada, pois não há nenhuma infra estrutura no
local, antes ficava localizada na entrada da capital, nas margens da TO-010 que
liga Palmas a Lajeado, mas com a justificativa que o local era inseguro para as
famílias, as mesmas foram transferidas para um terreno bem afastado do centro
da cidade.
Por que o
poder público mudou a ocupação das famílias sem teto da entrada de Palmas?
A justificativa para mudar as famílias sem
teto da ocupação que se localizava na entrada de Palmas, nas margens da TO-010 deu
se segundo o poder público devido o local em que se encontravam não havia segurança.
Mas terá sido este o real motivo da transferência da ocupação? Ou será por que
uma ocupação de famílias sem teto na entrada da capital não é um cartão de
visitas atraente para os turistas e visitantes de Palmas?
O fato é que o poder público não está tão preocupado
com a segurança e o bem esta das famílias, pois ao contrario, não teriam ás
jogados em uma área isolada do centro da capital (totalmente escondida), sem
nenhuma infra estrutura, vivendo em condição sub humana sem ter o direito de
ter acesso a políticas publicas básicas como educação, saúde entre outras. Por tanto
podemos afirmar que a preocupação das autoridades da capital não é com a segurança
das famílias, mas sim com a imagem da cidade.
Ao transferir as famílias sem teto da ocupação
da TO-010 na entrada de Palmas, jogando em uma área escondida, sem nenhuma
estrutura, inclusive segurança, as autoridades estão tentando esconder os
graves problemas sociais da capital do Tocantins, em especial a falta de
moradia, o déficit habitacional em Palmas ultrapassa as 20 mil moradias, em
todo o estado é de 90 mil.
Avançar a
luta por moradia digna, o combate a especulação imobiliária e por uma reforma
urbana de fato no Tocantins
O déficit habitacional e uma reforma urbana
de fato não será realizada no Tocantins e no resto do Brasil se não radicalizarmos
a luta e exigirmos dos governos de plantão o enfrentamento dessa questão,
sobretudo por que se depender da vontade deles, esse problema já mais será
resolvido, pois gera lucro ao capital e votos a políticos oportunistas que
prometem, mas não cumpre, pois estão a serviço das grandes imobiliárias e são financiados
por elas. Por tanto é fundamental que as famílias sem teto se organizem e
continuem lutando contra a especulação imobiliária e por uma reforma urbana de
fato. Que os movimentos populares e demais organizações de luta da classe
trabalhadora possam enfrentar a questão do déficit habitacional lutando por uma
reforma urbana que enfrente os especuladores imobiliários e seus serviçais que
ocupam cargo no serviço público. Garantindo a todos o direito a moradia digna e
a cidade.
Conte conosco nesta luta!
Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular,
Bacharel em Serviço Social, militante do Bloco de Resistência Socialista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário