Neste dia 22 de março acontece em São Paulo um Encontro Nacional do Espaço de Unidade de Ação que reúne cerca de 30 entidades do movimento sindical e de movimentos sociais. No total estão vindo de todo o país três mil pessoas. No último final de semana, a revista Veja publicou na coluna Panorama/Holofote uma nota cuja intenção foi vincular movimentos tradicionais dos trabalhadores à violência entre as torcidas organizadas e a que tem ocorrido ao final nas recentes manifestações.
Outros meios de comunicação como portal R7 (Rede Record) e blog da Band também repercutiram a notícia apontando a vinculação política inexistente entre movimento sindical, torcidas organizadas e Black Blocs. Essa ilação intencional promovida por essa imprensa reconhecidamente de direita busca promover na opinião pública o sentimento de que as mobilizações dos trabalhadores devem ser vinculadas à violência e, por isso, criminalizadas como ações de vandalismo.
Em decorrência dessa ação, às vésperas do encontro tivemos a quebra do contrato firmado com a Escola de Samba Mancha Verde e, posteriormente, outras três empresas privadas contatadas se negaram a alugar o espaço. Uma delas chegou a firmar verbalmente o contrato e, posteriormente, recuou sem maiores satisfações. Junto com isso, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo se negou a receber os organizadores do evento, impossibilitando a liberação de um espaço público para a realização do mesmo.
Entendemos que há uma ação ordenada do estado brasileiro para criminalizar as ações dos movimentos sociais em nosso país. Neste sentido, não há como deixar de fazer uma relação entre essa postura autoritária e o que está por trás do ataque que estamos sofrendo. E para isso se utilizam dos veículos de comunicação, da polícia e órgãos de informação, chegando às federações de clubes de futebol e escolas de samba.
O Encontro Nacional está garantido, mesmo com todos esses ataques. Milhares de ativistas dos movimentos sociais já estão a caminho de São Paulo. Por mais que não o queiram a direita, os governos e seus respectivos partidos (seja do PSDB, PT, PMDB, PSB e outros) e todos aqueles que temem a mobilização social.
Portanto, os que tentam vincular este encontro nacional ao que a mídia trata como vandalismo pretendem orquestrar a criminalização aos movimentos dos que lutam. Mesma política utilizada largamente pela ditadura militar brasileira, lamentavelmente quando se completam os 50 anos de sua instauração. Métodos que deveriam ser banidos de nossa sociedade voltam ao cenário político com a edição de decretos e leis que nada devem ao famigerado AI-5 do general-ditador Costa e Silva. Não vamos permitir que nosso direito de organização e reunião seja atacado.
Vamos organizar as mobilizações dos trabalhadores, da juventude, dos movimentos populares e sociais.
Sim, na Copa vai ter luta!
Chega de dinheiro para a FIFA, grandes empresas e bancos Recursos públicos para saúde, educação, moradia, transporte público e reforma agrária!
Basta de violência e de criminalização das lutas populares! Ditadura nunca mais!
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