Abaixo reproduzimos material que está sendo distribuído nas Assembleias de porta de fábrica na AmBev – Jacareí nos três turnos nos dias 04 e 05 de abril.
O objetivo do material é explicar aos trabalhadores a disposição de luta por parte do companheiro Joaquim Boca para reverter sua demissão e impor uma derrota ao ataque da empresa. Ao mesmo tempo, explica as dificuldades para que se possa manter essa luta até o fim e cobra da direção do sindicato uma posição.
Até o momento, a diretoria do Sindicato dos trabalhadores nas indústrias de alimentação de SJC e Região recusa-se a assumir claramente uma posição sobre a sustentação financeira do Joaquim no período em que a disputa perdurar, na Justiça e na luta direta.
Sem salário e sem qualquer indenização por ter sido demitido por justa causa, com família e problemas de saúde, a situação pessoal do companheiro Joaquim é muito difícil.
A empresa foi forçada, em grande parte pela campanha realizada até agora, a abrir negociações e há espaço para forçá-los a aceitar um acordo que seja economicamente vantajoso ao Joaquim. Porém, um acordo que não contemple a reintegração não seria bom do ponto de vista político, da luta geral dos trabalhadores.
Apesar de já ter acontecido em várias categorias e com dirigentes combativos em situações em que a correlação de forças era desfavorável, um acordo sem a reintegração ao local de trabalho não seria a melhor solução do caso. Não se trata de qualquer problema de ordem moral, mas sim político.
Porém, sem qualquer possibilidade de sustentação financeira pessoal por parte do conjunto do movimento sindical (infelizmente a própria direção majoritária da CSP-Conlutas também não vê possibilidades de uma sustentação, mesmo parcial, por muito tempo), não é possível manter a campanha da forma como quer o companheiro Joaquim e todos nós.
A diretoria do Sindicato retoricamente se coloca a favor da luta contra a empresa, mas não assume todas as responsabilidades nesse processo e, querendo ou não, contribui para a queimação do companheiro Joaquim. A direção majoritária da CSP-Conlutas argumenta sobre os limites da entidade e do movimento sindical para bancar uma sustentação financeira do companheiro Joaquim e orienta para um acordo com a empresa.
A posição que temos construído é a de fortalecer a luta contra a empresa e não fazer um acordo. Porém, não podemos jogar o companheiro Joaquim numa situação de extremo sacrifício pessoal. Continuamos batalhando para garantir uma sustentação financeira do companheiro no período em que estiver fora da fábrica. Mas, não estamos vendo grandes chances disso se concretizar.
A luta ainda está em curso e nosso objetivo aqui é informar aos companheiros e companheiras solidários a essa campanha, além de agradecer todo o apoio e solidariedade.
Saudações classistas,
Bloco de Resistência Socialista – Sindical e Popular
05/04/2012
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