Veja a nota dos movimentos sociais, da qual a CSP-Conlutas também é signatária, sobre o impedimento da entrada do moçambicano Jeremias Vunjanhe, membro da Justiça Ambiental, que teve sua entrada no Brasil negada. O ativista é jornalista e vinha de Maputo – capital de Moçambique – com a delegação dos Amigos da Terra, para participar da atividade dos Atingidos pela Vale, na Cúpula dos Povos, evento que ocorre de 15 a 23 de junho.
Nota de coletivos e movimentos
Os coletivos e movimentos sociais que trabalham na construção da
Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental abaixo
listados vem a público expressar sua indignação com o impedimento de
entrada no Brasil e ato arbitrário que deflagra um processo de
criminalização de um ativista da sociedade civil e participante da
Cúpula dos Povos vindo de Moçambique.
Jeremias Vunjanhe, jornalista de profissão da organização
não-governamental moçambicana JA (Justiça Ambiental), membro moçambicano
da federação Internacional dos Amigos da Terra, foi impedido de entrar
no Brasil no dia 12 de Junho de 2012. Ele participaria da Cúpula dos
Povos e do III Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale, para
expor o polêmico caso da Vale em Moçambique e compartilhar com
comunidades atingidas no mundo todo pelas corporações extrativas. Além
de também estar credenciado como observador da sociedade civil na
Conferência Oficial da ONU Rio + 20.
Ao chegar no aeroporto de Guarulhos em São Paulo, no dia 12 de junho,
foi-lhe retirado o passaporte sendo escoltado para a sala de embarque
de regresso a Moçambique pela Polícia Federal brasileira, sem qualquer
explicação, apesar deste ter solicitado que fossem apresentadas as
razões. O seu passaporte foi-lhe devolvido horas depois de levantar voo,
carimbado com o selo de Impedido da SINPI (Sistema Nacional de
Impedidos e Procurados) do Departamento da Polícia Federal.
A Embaixada do Brasil em Moçambique emitiu o visto de entrada
seguindo todos os requisitos exigidos e em momento algum o Sr. Jeremias
foi informado da existência de alguma questão que pudesse constituir
impedimento para a sua entrada no Brasil.
Perante esta situação a organização Justiça Ambiental informou que
irá utilizar todos os meios disponíveis para desvendar as razões por
detrás deste vergonhoso acontecimento e que não irá desistir enquanto
não for devidamente esclarecido, visto o ato prejudicar não apenas a
imagem e trabalho da organização Justiça Ambiental, mas acima de tudo,
de atacar a imagem e integridade do Sr. Jeremias, atentando contra seus
direitos sem a apresentação de qualquer fundamento.
Exigimos, unidos em solidariedade internacional e em apoio a
organização Justiça Ambiental e ao ativista Jeremias, que o nome do Sr.
Jeremias Vunjanhe seja urgentemente retirado da SINPI ou de qualquer
outro organismo de informação a este associado. Que seja feito um
esclarecimento publico e um pedido de desculpas formal e que se garanta o
mais pronto possível a participação do Sr. Jeremias nas suas atividades
previstas no Rio de Janeiro durante a Conferencia Rio+20 e que nenhum
ato arbitrário contra ativistas venha a comprometer a garantia dos
direitos e de participação democrática em processos das Nações Unidas.
A Embaixada do Brasil em Moçambique já foi contatada e esta tarde o
Cônsul do Brasil em Maputo. Ofícios e pedidos de esclarecimentos foram
enviados pelas organizações da sociedade civil do Brasil e
internacionais ao Itamaraty, Ministério da Justiça e Secretaria Geral da
Presidência.
Rio de Janeiro 14 de Junho de 2012
Grupo de Articulação da Cúpula dos Povos por Justiça Social e
Ambiental Contra a Mercantilização da Natureza e em Defesa dos Bens
Comuns
www.cupuladospovos.org.br
Assinam os movimentos e organizações nacionais e internacionais:
Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia – Salvador – BA
Alternatives international
AMB – Articulação de Mulheres Brasileira
Amigos da Terra Brasil
Amigos da Terra Internacional
ANAÍ – Salvador – BA
ANEL
Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale
Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa
Associação Aritaguá – Ilhéus – BA
Associação de Favelas de São José dos Campos – SP
Associação de Moradores de Porto das Caixas (vítimas do derramamento de óleo da Ferrovia Centro Atlântica) – Itaboraí – RJ
Associação dos Geógrafos Brasileiros GT Ambiente
Associação Socioambiental Verdemar – Cachoeira – BA
ATTAC France
Bicuda Ecológica
Brigadas Populares
CEA
CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva) – Belo Horizonte – MG
CEDENPA-Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará
Central Única das Favelas (CUFA-CEARÁ) – Fortaleza – CE
Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA) – Belém – PA
Centro Martin Lutter King
CEPEDES (Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul da Bahia) – Eunápolis – BA
Ciranda
COMPA
Compa e Associação de favelas de são josé dos campos sp
Componentes do GT Combate ao Racismo Ambiental
Coordenação Nacional de Juventude Negra – Recife – PE
CPP (Conselho Pastoral dos Pescadores) Nacional
CPP BA – Salvador – BA
CPP CE – Fortaleza – CE
CPP Juazeiro – BA
CPP Nordeste – Recife (PE, AL, SE, PB, RN)
CPP Norte (Paz e Bem) – Belém – PA
CPT – Comissão Pastoral da Terra Nacional
CRIOLA – Rio de Janeiro – RJ
CSP Conlutas
CUT
Diálogos 2000
EKOS – Instituto para a Justiça e a Equidade – São Luís – MA FAOR – Fórum da Amazônia Oriental – Belém – PA
FASE
Fase Amazônia – Belém – PA
Fase Nacional
FBOMS
FDA (Frente em Defesa da Amazônia) – Santarém – PA
Federacao Democratica dos Metalurgicos de Minas Gerais.
FIOCRUZ – RJ
Fórum Carajás – São Luís – MA
Fórum de Defesa da Zona Costeira do Ceará – Fortaleza – CE
FUNAGUAS – Terezina – PI
GELEDÉS – Instituto da Mulher Negra – São Paulo – SP
GPEA (Grupo Pesquisador em Educação Ambiental da UFMT) – Cuiabá – MT
Grupo de Pesquisa Historicidade do Estado e do Direito: interações sociedade e meio ambiente, da UFBA – Salvador – BA
GT Observatório e GT Água e Meio Ambiente do Fórum da Amazônia Oriental (FAOR) – Belém – PA
GT Racismo Ambiental da Rede Brasileira de Justiça Ambiental
IARA – Rio de Janeiro – RJ
Ibase – Rio de Janeiro – RJ
IBON International
INESC – Brasília – DF
Instituto Búzios – Salvador – BA
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense – IF Fluminense – Macaé – RJ
Instituto Mais Democracia
Instituto Terramar – Fortaleza – CE
Jubileu Sul Américas
Jubileu Sul Brasil
Justiça Global
Justiça nos Trilhos
Mais Democracia
Marcha Mundial das Mulheres
Movimento Cultura de Rua (MCR) – Fortaleza – CE
Movimento Inter-Religioso (MIR/Iser) – Rio de Janeiro – RJ
Movimento Mundial Pelas Florestas Tropicais – WRM
Movimento pelas Serras e Águas de Minas
Movimento Popular de Saúde de Santo Amaro da Purificação (MOPS) – Santo Amaro da Purificação – BA
Movimento Wangari Maathai – Salvador – BA
NINJA – Núcleo de Investigações em Justiça Ambiental (Universidade Federal de São João del-Rei) – São João del-Rei – MG
Núcleo TRAMAS (Trabalho Meio Ambiente e Saúde para Sustentabilidade/UFC) – Fortaleza – CE
Observatório Ambiental Alberto Ribeiro Lamego – Macaé – RJ
Observatório Latinoamericano de Conflictos Ambientales – OLCA
Omolaiyè (Sociedade de Estudos Étnicos, Políticos, Sociais e Culturais) – Aracajú – SE
ONG.GDASI – Grupo de Defesa Ambiental e Social de Itacuruçá – Mangaratiba – RJ
Opção Brasil – São Paulo – SP
Oriashé Sociedade Brasileira de Cultura e Arte Negra – São Paulo – SP
Pacs – Instituto de Politicas Alternativas ao Cone Sul
Plataforma DHESCA Brasil
Projeto Recriar – Ouro Preto – MG
REBEA
REBRIP
RECOMA
Rede Alerta Contra o Deserto Verde
Rede Axé Dudu – Cuiabá – MT
Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais
Rede de ONGs da Mata Atlântica
Rede Matogrossense de Educação Ambiental – Cuiabá – MT
RENAP Ceará – Fortaleza – CE
Sindicato Metabase de inconfidentes – MG
Sind Metal S Jose dos Campos
Sind Metroviarios Sp
Sindicato Metabase Mariana
Sind Comstr Civil Belem
Sind Constr Civil Fortaleza
Sociedade de Melhoramentos do São Manoel – São Manoel – SP
Terra de Direitos – Paulo Afonso – BA
TOXISPHERA – Associação de Saúde Ambiental – PR
Transnational Institute
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