Servidores federais vão sacudir Brasília no dia 18 de julho
A
categoria levará milhares à capital federal e contará com o apoio dos
estudantes, também em greve nacional, e vários outros setores da classe
trabalhadora que também se incorporarão à marcha nacional.
Esta semana vai completar um mês da deflagração da greve unificada
dos servidores federais e quase dois meses desde o início da greve dos
docentes nas universidades federais. O movimento conta também com o
apoio da juventude estudantil, que está em greve contra a precarização e
as péssimas condições nas universidades, fruto da política desastrada
do Reuni. Essa política, imposta pelo ex-ministro, Fernando Haddad, em
nada melhorou as condições das universidades brasileiras, mas este, com a
maior cara-de-pau, é hoje candidato à prefeito em São Paulo, pelo PT.
O governo Dilma-PT, além de não apresentar nenhuma contra proposta
para os servidores federais, nesta semana, decretou o corte de ponto dos
grevistas, através de uma orientação expedida pelo Secretário de
Relações do Trabalho do MPOG, Sérgio Mendonça. Ocorre que essa mediada
provocou ainda mais indignação entre os servidores que prometem
aprofundar a mobilização e construir poderosas manifestações nos estados
e em Brasília.
Várias atividades estão previstas para os estados nesta semana. Mas,
de acordo com o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Federais, o
ápice das mobilizações vai acontecer na semana de 16 a 20 de julho, com
uma série de manifestações em Brasília, iniciando por um acampamento em
plena Esplanada dos Ministérios, na segunda-feira (16).
Logo no dia 16, pelo menos dois mil trabalhadores, vão ocupar o
gramado no Plano Piloto e instalar suas barracas para chamar a atenção
do povo brasileiro sobre a verdadeira política do governo Dilma para os
serviços públicos. Vão denunciar nestes dias que o gasto com o pagamento
da dívida pública (agiotas e especuladores do mercado financeiro) pode
chegar à 47% do PIB, enquanto que o reajuste proposto pelos servidores
(22,08%) não atinge nem o percentual de 3% do PIB. Vão provar que esse,
não é um governo dos trabalhadores, mas, verdadeiramente, um governo de
banqueiros, grandes empresários e subserviente aos interesses
imperialistas.
Dentro das atividades da semana, o dia 18 de julho promete
estabelecer uma ampla unidade dos trabalhadores em uma Grande Marcha a
Brasília, que vai envolver não só as organizações dos servidores
públicos federais e a juventude, mas também amplos setores da classe
trabalhadora.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, por exemplo,
pretende levar uma importante delegação à Brasília para se somar aos
servidores na luta contra as alterações no sistema previdenciário – o
governo quer aplicar a fórmula 85-95 e idade mínima de 60 e 65 anos,
respectivamente para mulheres e homens, para terem o direito à
aposentadoria. Vários outros setores também enviarão representações para
protestar, junto com os servidores federais e os estudantes, contra as
reformas propostas pelo governo e os patrões. A CSP-CONLUTAS está
definitivamente engajada na construção desse processo e vem orientando
suas entidades filiadas a somarem-se nessa grande marcha de todos os
trabalhadores brasileiros.
Essa é a hora de fortalecer a luta dos servidores federais e exigir
do governo o atendimento das reivindicações do funcionalismo, avançar na
luta contra a precarização da educação em nosso país, o desmonte do
serviço público e as mudanças na previdência que só beneficiam os
interesses privados e aumentam ainda mais os lucros da burguesia em
nosso país.
TODOS À BRASÍLIA EM 18 DE JULHO!
TODO APOIO À GREVE DOS SERVIDORES FEDERAIS!
CHEGA DE ENROLAÇÃO. NEGOCIA, DILMA!
Confira o quadro da greve dos servidores federais:
A greve dos servidores federais é geral e já atinge a ampla maioria dos Ministérios e órgãos públicos.
Educação Federal: Os docentes das universidades
federais, em greve desde o dia 17 de maio, já contam com a adesão de 56
das 59 instituições, abrangendo quase a totalidades dos estados; os
técnicos administrativos também estão em greve em 56 universidades
federais e os docentes e funcionários das escolas técnicas e
tecnológicas estão em greve em 183 campi na maioria dos estados. Ainda
no setor da educação, os estudantes mantém a greve em mais de 40
universidades.
Seguridade Social: Vários estados registram greves
na saúde federal e paralisações no INSS. Também há um forte movimento de
mobilização na FUNASA e avança o processo de mobilização na ANVISA.
IBGE: A greve iniciou em 18 de junho e hoje já está
consolidada em 20 unidades em 16 estados. No Rio de Janeiro, estado que
conta com metade da categoria, a greve atinge quatro das cinco unidades
da instituição.
FIOCRUZ: Os servidores vêm realizando greves
progressivas de 24, 48 e 72 horas, com definição de greve por tempo à
partir do dia 16 de julho.
Instituições ministeriais: Já são mais de 20
instituições em greve, que envolvem o INCRA, FUNAI, MTE, CNEN, MDA,
IBAMA, DNIT, INPI, Agricultura, CEPLAC, Arquivo Nacional, DATASUS, PRF,
Rede Ferroviária Federal, Área Ambiental, Museu do Índio, INMETRO, SPU,
IPHAN, SESAI. Além desses setores, vários outros realizam paralisações
por períodos determinados, acumulando forças para a greve por tempo
indeterminado.
Agências Reguladoras: A categoria está em estado de greve e mantém indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do dia 16 de julho.
Judiciário Federal: Realização de greves pontuais
com vários dias de paralisação em vários estados da federação. Nos
próximos dias, a categoria realiza assembleias para avaliar a
possibilidade de deflagração da greve por tempo indeterminado.
Paulo Barela, da Secretaria Executiva Nacional
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