O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST manifesta sua
indignação e pesar ante o brutal assassinato do companheiro Valmir no
dia 27 de julho de 2012. Ele morava no acampamento Augusto Mariano do
MTST de Roraima desde o início do acampamento, em 2009.
Num dia que era pra ser de festa, uma festa julina beneficente da
Escola Infantil Augusto Mariano, um grupo de pessoas estranhas invadiu o
acampamento querendo matar a coordenação do MTST/RR. Valmir foi o
primeiro a receber este grupo e foi informado de que eles iriam matar
toda a coordenação e depois ele. Os próprios moradores avisaram a
coordenação que isso estava acontecendo. Foi possível que os
companheiros e companheiras se escondessem e ficassem a salvo.
Infelizmente os assassinos já haviam rendido Valmir. Como não
conseguiram achar mais ninguém, cortaram sua cabeça e a esmagaram em
seguida, a marteladas, no meio do acampamento, chocando as crianças,
idosos e todas as outras pessoas que lá estavam.
Esse atentado a todos os trabalhadores que lutam por moradia não foi
uma ação pontual ou isolada, está envolvido num processo de perseguição
ao movimento. Que já vem sendo há muito denunciado pelo MTST na Campanha
Sem Teto Com Vida. Já houve outros atentados, como por exemplo no DF, e
o movimento de luta combativa pela moradia continua sendo perseguido.
O terreno do acampamento Augusto Mariano já foi conquistado pelo MTST
há cerca de 4 anos, sendo passado pelo governo federal ao estado de
Roraima, para a construção das casas. Há 2 anos, a Dori Empreendimentos
Imobiliários tenta ganhar esta terra para fazer o estacionamento de seu
shopping. Como a luta continua e o movimento resistirá para garantir a
moradia das 100 famílias, a empresa tenta de todas as maneiras acabar
com o acampamento. Já entrou na justiça pedindo reintegração de posse,
já processou coordenadores, ofendeu publicamente e ameaçou a vida.
Não cabe ao MTST apontar quem foi o mandante deste crime, mas
exigimos que a investigação seja feita com toda a seriedade e que todos
os responsáveis sejam punidos. Esta morte, que é um atentado a todos os
sem teto do país não pode ficar impune! Exigimos também que seja
garantida, pelo Estado, a segurança de todos e todas que moram no
acampamento, em especial da coordenação do MTST que está sujeita a essas
ameaças que vem de vários lados.
Prestamos toda a solidariedade à família de Valmir que jamais
esquecerá este acontecimento. E temos a certeza que o espírito dele
estará para sempre na memória de todos e presente em cada luta do MTST.
Coordenação Nacional do MTST
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