segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Roda de conversa com os movimentos populares do sudoeste goiano: Movimentos populares se organizam para enfrentar o latifúndio.


*Por Pedro Ferreira

Neste final de semana lideranças dos movimentos populares do sudoeste goiano se reuniram no Campus da universidade federal de Goiás em Jataí para discutir sobre os principais problemas enfrentados na região, assim como traçar estratégias para fortalecer as lutas populares.

As principais lutas desencadeadas na região são pela questão agrária, por tanto os principais movimentos na região são de campesinos sem terra que enfrentam os latifundiários e o agronegócio extremamente forte na região.

Os desafios

Os movimentos presentes na reunião apontaram dois principais desafios, um interno e outro externo. Como desafio externo está colocado o enfrentamento aos latifundiários e o agronegócio pela democratização do acesso a terra – A região sudoeste de Goiás é o principal seleiro de produção de grãos no estado, onde esta localizada o setor do agronegócio mais desenvolvido, com extensas áreas de monocultura (Cana e Soja) e a presença de empresas transnacionais. 

Já no campo interno o principal desafio colocado é a necessidade do trabalho de base com formação permanente – Muita gente quer um pedaço de terra, no entanto não se move (organiza) para lutar, falta consciência de classe. Há uma pressão e criminalização muito grande contra quem decide se organizar em um movimento popular, assim muitos acabam desistindo.

Fortalecer a luta pela democratização do acesso a terra na região

Os movimentos colocaram a dificuldade da luta por reforma agrária na região, sobretudo devido à política agrária do governo Dilma que fortalece o agronegócio e burocratiza cada vez mais o assentamento de novas famílias, fazendo com que na região o assentamento de novas famílias fica impossível, pois todas as terras são consideradas produtivas.

Por tanto diante dessa conjuntura é fundamental a unidade de ação de todos os movimentos na região, pois atuando de forma isolada podemos até obter conquistas pontuais, mais não conseguimos transformar a realidade local – Afirmou Lucas do MST.

Nesse sentido colocamos ser fundamental fortalecermos o encontro do campesinato e povos tradicionais nos dias 20, 21 e 22 de agosto em Brasília – Mobilização que será um marco importante na luta pela terra no Brasil. Mais também realizarmos ações na região contra os latifundiários e o agronegócio.

Trabalho de base e criação de um Fórum dos movimentos populares na região

As principais lutas e espaços de articulação política dos movimentos funcionam em Goiânia, dificultando a participação de muitos militantes nesses espaços. Daí o nosso desafio de fazer trabalho de formação e de articulação política também no interior do estado.

Nesse sentido foi encaminhada a realização de um encontro de formação nos dias 28 e 29 de setembro em Jataí para fortalecermos as lutas dos movimentos populares na região sudoeste como também a articulação para criação de um Fórum permanente dos movimentos populares do sudoeste goiano.

Construindo a unidade da Classe trabalhadora goiana

Esse processo de articulação com os movimentos populares de Goiás faz parte do desafio político da RECID-GO tirado no seu planejamento coletivo no inicio do ano – Com o objetivo de fortalecer as lutas dos movimentos populares no nosso estado buscando a unidade de todos.

Além da região sudoeste de Goiás temos desenvolvido articulações e atividades também no entorno de Brasília, no nordeste goiano e, sobretudo na região metropolitana da grande Goiânia com um trabalho bastante avançado, já com a constituição de um fórum de movimentos populares, encontros de formação e material de propaganda.

*Pedro Ferreira – Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista.

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