Mesa de abertura |
*Por Pedro Ferreira
O Fórum de Reforma Agrária e Justiça no Campo do Estado de
Goiás realizou nos dias 31 de Julho e 01 de Agosto de 2012 um seminário
estadual para discutir os limites e avanços na política de Reforma Agrária do
Governo Dilma.
No dia 31 de julho após a mesa de abertura que contou com a
participação de autoridades que contribuem na luta pela Reforma Agrária como
também dos representantes dos movimentos populares de Goiás. O professor Dr.
Claudio Maia (UFG) apresentou um estudo sobre o orçamento destinado nos últimos
dez anos para reforma agrária.
Segundo a pesquisa apresentada pelo Professor Claudio Maia
(com base em dados dos próprios órgãos governamentais) a falta de dinheiro para
reforma agrária não é devido à queda de receita, mais sim questão de opção
política do Governo. Além do orçamento destinado para a execução da política de
Reforma Agrária ser pouco, o que é orçado não é executado, só apenas cerca de
50 a 60%.
O Professor Cláudio Maia também ressaltou que quanto maior a
pressão dos movimentos campesinos, sobretudo através de ocupações, o governo
destina mais recurso para política de reforma agrária, no entanto quando
diminui as ocupações como no ultimo período, diminui também o orçamento
destinado pelo governo.
O processo de reforma agrária no Brasil e em Goiás avança nas
regiões mais empobrecidas e degradadas, que são as regiões norte e nordeste,
regiões onde o agronegócio não é tão desenvolvido.
Após a fala do Professor abriu-se para o debate, onde as
intervenções de lutadoras e lutadores da luta pela reforma agrária como também
dos servidores do INCRA que estão em greve em todo o Brasil, reafirmaram na
prática, através de relatos de situações concretas o que a pesquisa apresentada
mostra - Que de fato o governo atual não tem nenhuma vontade de realizar a
reforma agrária.
Reforma Agrária em
marcha ré
Na mesa seguinte o debate deu se em torno da normativa interna Nº 71 do INCRA que dispõem sobre a ocupação de lotes da reforma agrária de forma irregular (Veja In 71- Incra 17 Maio 2012 Col). Segundo Marília da direção do INCRA –GO – Será feito a fiscalização para detectar as situações irregulares (sobretudo, questões relativas à venda de lotes), em seguida a retomada ou regularização de alguns casos.
Os movimentos campesinos presentes e até mesmo servidores do INCRA apontaram varias contradições presentes no documento, em especial o art14º, onde segundo Anair do MBTR (Movimento Brasileiro dos Trabalhadores Rurais) – É uma brecha para regularizar a venda de lotes da reforma agrária, o que é ilegal. Os movimentos colocam que este documento é mais um golpe na luta dos movimentos populares por uma reforma agrária de fato, é inaceitável a venda de lotes e inadmissível que o governo regularize esse absurdo. As organizações foram unânimes em dizer que o governo deve sim fiscalizar e retomar os lotes vendidos, no entanto deve ouvir os movimentos como também dar estrutura interna para que o INCRA faça esse trabalho.
Aumenta a burocracia para o processo de aquisição de áreas para assentamento de famílias
Outra questão discutida no seminário foi a respeito das novas diretrizes para aquisição de áreas para o assentamento de novas famílias. Estabelecido pela resolução Nº 5/12(Resolução Incra que define procedimentos de obtenção de terras ...). O que segundo Silvano chefe de obtenção de terras do INCRA-GO torna o processo bem mais burocrático e demorado. Uma das questões mais debatida foi o limite de 100 mil reais o custo família para aquisição de novas áreas. O que segundo servidores e dirigentes dos movimentos - Fica impossível encontrar área em Goiás desse valor. A não ser áreas bem degradadas.
Debate a cerca de programas de apoio a agricultura familiar
Uma questão debatida foi sobre o programa de Biodiesel
na agricultura familiar apresentado pelo Delegado regional do MDA (Ministério
de Desenvolvimento Agrário) Otacílio que falou sobre os limites e avanços do
programa (Veja Programa
Nacional de Produção e Uso do Biodiesel).
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