No dia 19 de novembro de 2012, a Ambev (Companhia de Bebidas das Américas – S.A), afastou o funcionário de sua fábrica em Jacareí Valter Gildo da Silva, para a apuração de uma suposta falta grave. Valter é um reconhecido dirigente sindical de sua categoria.
O fato que supostamente motivou a abertura da mencionada sindicância interna foi uma postagem, atribuída pela empresa a Valter Gildo, de um boletim sindical em uma rede social na internet. Evidentemente, tal fato não pode ser sequer cogitado como uma falta grave, e não justifica em absoluto qualquer tipo de afastamento ou abertura de sindicância.
Mas, então o que está por trás da ação da Ambev contra o diretor sindical Valter Gildo da Silva?
A Ambev é a maior cervejaria do mundo, responsável pela produção de reconhecidas marcas no mercado como Brahma, Skol, Budweiser, Antártica, entre outras. Recentemente, a Ambev se tornou a empresa mais lucrativa do Brasil, superando a Petrobras. Mas quando se trata de direitos trabalhistas e sindicais a empresa demonstra não levar em conta os interesses dos trabalhadores, colocando em primeiro lugar a ampliação de seus já exorbitantes lucros.
Na planta de Jacareí, por exemplo, a Ambev implementou de forma ilegal o famigerado Banco de Horas, uma vez que o faz sem acordo com o sindicato. Essa multinacional também se recusa a pagar a PLR dos trabalhadores, a substituindo pelo PEF, sistema que condiciona o recebimento do abono a ausência de acidentes fatais e, pasmem, greves.
Na atual Campanha Salarial, a Ambev vinculou a sua proposta de reajuste salarial à aprovação do PEF, proposta que foi rejeitada pelos trabalhadores em assembleia. Desde então, se estabeleceu um impasse nas negociações, diante do qual a postura da Ambev foi coagir os trabalhadores e atacar a organização sindical, utilizando para isso todos os mecanismos que estavam ao seu alcance.
Por tudo isso, a ação antissindical da Ambev só pode ser entendida nesse contexto. Realizada em meio ao impasse nas negociações da Campanha Salarial, o ataque tem como objetivo fragilizar a luta dos trabalhadores, afastando Valter Gildo, um combativo dirigente sindical. Com a sindicância, a empresa quer atacar o direito à organização sindical, demitindo arbitrariamente e de forma absolutamente injustificada o dirigente sindical Valter Gildo da Silva.
A CSP-Conlutas repudia esse ataque aos trabalhadores da Ambev e ao companheiro Valter Gildo. Fazemos um chamado a todas as organizações sindicais e combativas a se solidarizarem à luta contra esse arbitrariedade, denunciando no Brasil e no mundo o ataque da Ambev ao companheiro Valter Gildo.
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