sexta-feira, 8 de março de 2013

Mulheres Sem Terra ocupam fazenda da senadora Kátia Abreu no Tocantins


A fazenda Aliança da senadora Kátia Abreu foi embargada em duas situações, por desmatamento e derrubamento de árvores ou demais formas de vegetação natural em área considerada de preservação permanente.
Cerca de 500 mulheres do MST ocuparam na manhã desta quinta-feira (7) a fazenda Aliança, de propriedade da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), no município de Aliança (TO), às margens da rodovia Belém – Brasília.
Nesse momento a rodovia está interditada dos dois lados pelas camponesas. A ação das mulheres do MST é referente ao dia internacional da mulher, 8 de março, cujo lema é Mulheres Sem Terra na Luta contra o Capital e pela Soberania dos Povos!
“A ruralista e senadora Kátia Abreu é símbolo do agronegócio e dos interesses da elite agrária do Brasil, além de ser contra a reforma agrária e cometer crimes ambientais em suas fazendas. Por isso estamos realizando esse ato político e simbólico em sua propriedade”, afirma a dirigente do MST de Tocantins, Mariana Silva. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) de Tocantins, a fazenda Aliança da senadora ocupada pelas mulheres Sem Terra nessa manhã foi embargada em duas situações - em 2011 e 2012 - por desmatamento e derrubamento de árvores ou demais formas de vegetação natural em área considerada de preservação permanente.
As camponesas também denunciam que o estado de Tocantins é exemplo da disparidade entre o montante de verba recebida pela agricultura camponesa e o agronegócio. Para 2012-2015 está proposta uma aplicação de R$ 1.483.720.647,00 pelo governo tocantinense no programa de Infraestrutura Hídrica para Irrigação e Usos Múltiplos, programa que se propõe a implantar grandes projetos hidroagrícolas no estado.
Por outro lado, o programa agricultura familiar, que agrega todas as ações voltadas à agricultura familiar possui apenas R$ 154.087.056,00, aproximadamente 10% do recurso destinado aos grandes projetos hidroagrícolas.
“No entanto, a agricultura familiar que ocupa apenas 18,8% das terras do Tocantins é a principal responsável pelo fornecimento de alimentos básicos para a população do Estado, produzindo 91% do feijão de corda, 84% da mandioca, 62% do leite e derivados, 62% do feijão, 59% dos suínos, 50% do milho, 48%das aves e 38% do arroz”, argumenta Mariana Silva.
Há atualmente no Tocantins 366 Projetos de Assentamento Rural da reforma agrária, o que representa 1.216.001,4207 de hectares, onde estão assentadas 23.172 famílias. Porém, segundo o Plano Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-TO (Incra), a demanda potencial (quantidade de famílias que necessitam ser assentadas ou regularizadas) no estado é de 73.327.

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