Há 17 anos atrás tombavam vitima das balas assassinas da policia sob o comando do governador do Pará, Almir José de Oliveira Gabriel (PSDB) a serviço da burguesia agrária da região, 19 trabalhadores sem terra. Esse foi mais um dos muito episodio de violência e massacre que aconteceram e continuam acontecendo contra aqueles que se organizam e lutam por reforma agrária nesse país.
Infelizmente esse crime é omitido e esquecido pelos órgãos oficiais, mas o movimento popular de luta pela terra bem como as demais organizações da classe trabalhadora já mais esqueceram desse massacre. Por isso todos os anos nos somamos e nos solidarizamos aqueles que pintam o mês de abril de vermelho em homenagem a luta dos companheiros tombados. Continuar a luta pela qual eles dedicaram suas vidas e por ela derramaram seu sangue é nossa melhor homenagem.
E assim gritamos como o Che "Os poderosos podem matar, uma, duas ou até três rosas, mas já mais conseguiram deter a primavera inteira." Por fim deixamos os belos versos do grande cantor popular Pedro Munhoz para que não esqueçamos desse crime bem como da luta que se segue.
Pedro Ferreira
Bloco de Resistência Socialista
______________________
Procissão dos Retirantes
Terra Brasilis, continente,
Pátria mãe da minha gente
Hoje eu quero perguntar
Se tão grandes são teus braços, por que negas um espaço aos que querem ter um lar?
Eu não consigo entender
Que nesta imensa nação
Ainda é matar ou morrer
Por um pedaço de chão
Lavradores nas estradas
Vendo a terra abandonada
sem ninguém para plantar
Entre cercas e alambrados, vão milhões de condenados
a morrer ou mendigar
Eu não consigo entender
Achar a clara razão
de quem só vive pra ter
E ainda se diz bom cristão
No eldorado do Pará
Nome índio carajás,
o massacre aconteceu
Nesta terra de chacinas
essas balas assassinas
todos sabem de onde vêm
É preciso que a justiça e a igualdade
sejam mais que palavras de ocasião
É preciso um novo tempo em que não seja só promessa
repartir até o pão
A hora é essa de fazer a divisão
Eu não consigo entender
Que em vez de herdar um quinhão
teu povo mereça ter
só sete palmos de chão
Nova leva de imigrantes
Procissão dos retirantes
Só a terra em cada olhar
Brasileiros, vão com nós
Vão gritando, mas sem voz
Norte a sul
não tem lugar
Eu não consigo entender que nessa imensa nação
ainda é matar ou morrer
por um pedaço de chão
Pátria amada, ó Brasil
De quem és, ó mãe gentil
eu insisto em perguntar
Dos famintos, das favelas
ou dos que desviam verbas
pra champagne e caviar
Eu não consigo entender
Achar a clara razão
de quem só vive pra ter
E ainda se diz bom cristão
Pátria mãe da minha gente
Hoje eu quero perguntar
Se tão grandes são teus braços, por que negas um espaço aos que querem ter um lar?
Eu não consigo entender
Que nesta imensa nação
Ainda é matar ou morrer
Por um pedaço de chão
Lavradores nas estradas
Vendo a terra abandonada
sem ninguém para plantar
Entre cercas e alambrados, vão milhões de condenados
a morrer ou mendigar
Eu não consigo entender
Achar a clara razão
de quem só vive pra ter
E ainda se diz bom cristão
No eldorado do Pará
Nome índio carajás,
o massacre aconteceu
Nesta terra de chacinas
essas balas assassinas
todos sabem de onde vêm
É preciso que a justiça e a igualdade
sejam mais que palavras de ocasião
É preciso um novo tempo em que não seja só promessa
repartir até o pão
A hora é essa de fazer a divisão
Eu não consigo entender
Que em vez de herdar um quinhão
teu povo mereça ter
só sete palmos de chão
Nova leva de imigrantes
Procissão dos retirantes
Só a terra em cada olhar
Brasileiros, vão com nós
Vão gritando, mas sem voz
Norte a sul
não tem lugar
Eu não consigo entender que nessa imensa nação
ainda é matar ou morrer
por um pedaço de chão
Pátria amada, ó Brasil
De quem és, ó mãe gentil
eu insisto em perguntar
Dos famintos, das favelas
ou dos que desviam verbas
pra champagne e caviar
Eu não consigo entender
Achar a clara razão
de quem só vive pra ter
E ainda se diz bom cristão

Nenhum comentário:
Postar um comentário