*Por Pedro Ferreira
A marcha unificada dos trabalhadores tocantinenses que foi realizada na ultima terça-feira (29/04) contou com a presença de cerca de 350 manifestantes. Os mesmos saíram em marcha pela Av. JK e seguiram rumo a assembleia legislativa -TO. Durante o percurso os manifestantes denunciaram as promessas do governador Siqueira Campos (PSDB) de construir 70 mil casas e até o momento nenhuma foi entregue. Também foi lembrado a criação da secretaria de desenvolvimento agrário e regularização fundiária e a nomeação do deputado Irajá Abreu (PSD) para gerir a pasta, o que representa um ataque aos movimentos campesinos de luta pela terra e políticas públicas para agricultura familiar e camponesa.
As organizações presentes também denunciaram a aprovação do auxilio moradia para deputados estaduais, Conselheiros do TCE e do MPE como uma imoralidade em um estado onde há um grande déficit habitacional não enfrentando pelo poder público, bem como as articulações para aprovação do auxilio saúde para os deputados estaduais. Os manifestantes também lembraram a luta das mulheres, da juventude e dos servidores públicos, em especial os professores.
A marcha foi encerrada na assembleia legislativa onde os manifestantes reivindicaram uma reunião com os deputados estaduais para apresentarem suas pautas de reivindicações. Após uma tentativa de barrar a entrada do povo na assembleia legislativa os deputados recuaram e permitiram que todos entrassem e assistisse a sessão, bem como também aceitou receber uma comissão das organizações presentes para negociar. No entanto o povo teve que assistir a sessão de um local onde os deputados ficam protegidos por um vidro, uma espécie de proteção dos deputados do povo que o elege, um espetáculo curioso e revoltante ao mesmo tempo.
Poucas vezes a casa do povo (Assembleia Legislativa) pelo menos na teoria. Por algumas horas, teve em seu seio o povo. Crianças, jovens, mulheres e homens que na sua maioria nunca tinham pisado naquele local estavam ali pela primeira vez mostrando ao parlamento tocantinense bem como para o conjunto da sociedade que não aceitaremos passivamente o caos político estabelecido no nosso estado.
Após uma longa espera a comissão das organizações dos trabalhadores que estavam na marcha foram
recebidos pelos deputados, ao fim foi encaminhada uma audiência pública para o dia 16/05 na ALE-TO com a presença do governo estadual e municipal de Palmas, dos parlamentares e dos movimentos sociais para continuarem de forma profunda as reivindicações apresentadas na mobilização.
Ao final foi feito uma plenária onde foi dado informe sobre os encaminhamento da reunião com os deputados bem como uma avaliação positiva da marcha unificada. O objetivo da mobilização foi conseguido em partes, a marcha teve uma ampla cobertura na imprensa local e mesmo em alguns veículos nacionais. No entanto os movimentos deixaram claro que as mobilizações não deixaram de acontecer.
Na nossa intervenção colocamos a importância de fazermos em outro momento uma avaliação mais aprofundada dessa ação e planejarmos as futuras, bem como sendo fundamental atrairmos mais organizações dos trabalhadores para essa frente de luta. A marcha unificada dos trabalhadores foi um marco histórico para a classe trabalhadora tocantinense. Mas precisamos fortalecer e consolidar essa luta.
Participaram da marcha as seguintes organizações: MTST, MST, MAB, FETAET, MNLM, SINTET, CUT, ANDES, DCE/UFT, OPM, Casa 8 de Março e o Partido Socialismo e Liberdade - PSOL/TO.
*Pedro Ferreira - Educador e Assessor de Movimentos Populares, Militante do Bloco de Resistencia Socialista e do PSOL-TO.
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