(Notícia e foto CIMI)
Indígenas Munduruku queimaram proposta do governo federal de consulta prévia sobre a construção das hidrelétricas São Luiz do Tapajós e Jatobá, na última quinta-feira, 25 de abril. Na ocasião, cerca de 200 lideranças estavam reunidas justamente para apresentar a proposta dos indígenas sobre as oitivas das barragens ao Poder Público, que, por sua vez, se recusou a participar do encontro na aldeia Sai Cinza, município de Jacareacanga, oeste do Pará.
Em vez de ouvirem os indígenas, a Secretaria Geral da Presidência da República entregou a vereadores Munduruku de Jacareacanga um conjunto de slides de Power Point impressos apresentando uma proposta de consulta prévia onde apenas quatro - de um universo de mais de uma centena de aldeias atingidas pelas barragens - seriam contempladas, e no decurso dos estudos de impacto ambiental das hidrelétricas do Complexo Hidrelétrico Tapajós.
A reunião do dia 25, de acordo com os Munduruku, serviria justamente para que os indígenas pudessem apresentar sua proposta sobre as oitivas. “Nós temos que ser consultados antes”, afirma o vice-cacique geral do povo Munduruku, Jairo Saw. “E somos nós que temos que dizer como deve ser essa consulta. Precisa ter uma lei que diga como vai ser a consulta antes de ela ser feita, e antes de qualquer estudo de barragem ser feito”, aponta.
Representantes do governo federal vieram a Jacareacanga acompanhados de ao menos 200 policiais da Força Nacional de Segurança, em aviões, helicópteros, caminhões e ônibus do Exército, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, mas não participaram da reunião com os indígenas, alegando temer um ataque violento por parte dos Munduruku.
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