sexta-feira, 7 de junho de 2013

Chega de aumentos! Estudantes vão para as ruas barrar alta nos preços no transporte

Todos os dias nos deparamos com aumento de preços, com uma política que privilegia a máfia do transporte, os tubarões do ensino, os grandes empresários, o agronegócio internacional. Todos os dias trabalhadores e estudantes engalfinham-se em ônibus, trens e metrôs para trabalhar por salários que não acompanham a alta de preços e estudar em escolas sem condições de ensino. E adoecer, nem pensar, o mais provável é morrer numa fila de SUS. Este é o nosso Brasil sob o governo Dilma. Da violência crescente nas grandes cidades nem é preciso falar.
 
Só que a população está se cansando desta situação e os estudantes estão tomando a frente neste sentimento coletivo de indignação. Cerca de 4 mil pessoas ocuparam as ruas de São Paulo na noite desta quinta-feira num ato que começou no Anhangabaú – centro de cidade, às 17h, e tomou as ruas e avenidas da cidade. Era uma manifestação contra o aumento das passagens de R$ 3,00 para R$ 3,20. Só para se ter uma ideia do preço exorbitante da passagem, de acordo com o sindicato dos Metroviários SP, em 1995, a passagem do metrô em São Paulo custava R$ 0,80. Se fosse corrigida pela inflação do período, teria de ser hoje de R$ 1,97. O mesmo ocorre com as tarifas de ônibus que em 1994 eram de R$ 0,50 e deveriam custar R$ 1,71 hoje.
 
E era contra este abuso no preço das passagens que o protesto seguia, pacífico e animado, por cerca de três horas, com palavras de ordem entoadas em coro: “Pula, sai do chão contra o aumento do busão” ou ainda “Vem, vem, vem contra o aumento da passagem”. Por várias lojas e outros pontos comerciais que passavam era perceptível a aceitação da população.
 
Mas quando as lutas tomam as ruas, a Polícia Militar recebe ordens taxativas: repressão! E, assim, com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e prisões, os estudantes se depararam quando chegaram na Avenida Paulista, centro financeiro da capital paulista. A truculência e repressão expressas pela PM e Prefeitura de São Paulo foram dignas do período de ditadura militar. Quinze estudantes foram presos na confusão e dois continuam detidos.
 
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino Prazeres, que também é dirigente da CSP-Conlutas, o tumulto começou quando a manifestação já estava no fim. “Cerca de 500 manifestantes ainda estavam na praça. O protesto estava quase no fim quando a polícia, sem motivo aparente, começou a disparar bomba de gás lacrimogêneo contra os manifestantes”, disse.
 
Segundo o dirigente, as pessoas que estavam no local foram o para o shopping Paulista, para se proteger. Altino foi perguntar para a PM se as pessoas que ali estavam podiam sair com segurança e sem motivo algum, foi levado para a delegacia “de forma irregular e estranha”. “Eu não participei de nenhum ato de vandalismo. Só saí de lá às três da madrugada. Não fui detido, pois não havia nenhuma acusação contra mim”, explicou.
 
Para Altino, a PM agiu com truculência e mais uma vez imperou o braço de ferro do estado. “Jogar bomba de gás e balas de borracha numa Praça que tem forte concentração de pessoas, causa mais confusão do que ajuda. A PM perdeu o controle agiu com repressão e mostra mais uma vez, que não está preparada para trabalhar com manifestações sociais”, frisou.
 
 
O protesto contra o aumento foi convocado pelo Fórum em Defesa do Transporte Público do qual participam o Movimento Passe Livre, CSP-Conlutas, Anel, Sindicato dos Metroviários de São Paulo, DCE da USP, e os partidos políticos PSTU e PSOL, entre outras organizações.
 
Manifestação em outros estados – Os protestos contra o aumento de preços não aconteceu somente em São Paulo. Ainda ontem no Rio de Janeiro e Natal, também houve manifestações. Se lembrarmos recentemente também ocorreram em em Florianópolis, Vitória, Teresina, Aracajú e Taboão da Serra (SP). Em Porto Alegre conseguiram barrar o aumento.
 
Novo ato em SP hoje – E, em São Paulo, o tiro saiu pela culatra. O repúdio à repressão impulsionou uma nova mobilização nesta sexta-feira (7), às 17h, que sairá do Lago da Batata, em Pinheiros.
 
Repúdio - A CSP-Conlutas repudia a atitude arbitrária da PM que agiu de forma truculenta e criminosa contra os manifestantes que estavam protestando contra o aumento abusivo da passagem.  
 
Para a Central mais uma vez o estado, que está a serviço da máfia das empresas de transporte público, cumpre seu papel nefasto ao atuar com truculência contra a população que luta legitimamente. A CSP-Conlutas reitera essa denuncia e segue apoiando a luta contra o aumento da passagem.

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