sexta-feira, 14 de junho de 2013

Violência da polícia marca novamente atos contra o aumento da passagem em SP, RJ e POA

Desta vez, como corrido nos atos anteriores, a polícia não conseguiu esconder e empurrar o ônus da violência para os manifestantes que protestavam contra o aumento das tarifas do transporte público nesta quinta-feira (13). Os atos realizados em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, se enfrentaram com a política do estado em reprimir quem se opõe às suas políticas. Os governos desses estados usaram seu braço de ferro, a polícia, contra trabalhadores e estudantes que estão tomando as ruas em protesto, direito legitimo!
 
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Crédito: Facebook Movimento Passe Livre
 
São Paulo – Em São Paulo, antes do início do ato, marcado para começar às 17h, em frente ao Theatro Municipal, organizadores da manifestação  tentaram o diálogo com a PM para discutir um roteiro  que não causasse nenhum conflito e seguisse pacificamente. A passeata tinha previsão de encerrar na praça Roosevelt ou no Parque do Ibirapuera. Entretanto a PM não deu nenhuma resposta. Com isso, pela falta de diálogo e organização por parte da PM, a manifestação decidiu saiu sem ter chegado a nenhum acordo.
 
Cerca de 20 mil pessoas, de acordo com os organizadores da manifestação, tomaram as ruas do centro de São Paulo pacificamente.
 
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Crédito: Facebook Movimento Passe Livre
 
 Início da truculência –Entretanto, quando a manifestação chegou a praça Roosevelt, a PM começou a fazer o cerco. “Os manifestantes tentaram prosseguir com a manifestação rumo ao Parque do Ibirapuera, mas a PM foi para cima e não deixou. Jogou bombas de gás lacrimogêneo, gás de pimenta e dispersou os manifestantes”, disse o dirigente da CSP-Conlutas São Paulo, Wilson Ribeiro, que participava do ato.
 
Para Wilson a PM teve uma postura agressiva que já mostrava sua truculência antes mesmo de o ato começar. “A polícia já estava prendendo pessoas, quem estivessem com algo suspeito, como por exemplo, vinagre, usado para amenizar os efeitos do gás lacrimogêneo ela levado”, argumentou.
 
Daneil Mello/EBC
Daneil Mello/EBC
 
“Nossa ideia era de continuar a manifestação e seguir em passeata até o Ibirapuera, que é  um lugar maior em que as pessoas poderiam ficar e fazer o ato. Mas encontramos em nosso caminho a  PM e quando os manifestantes tentaram passar a barreira, a polícia foi para cima”, explicou.
 
Crédito: Facebook Movimento Passe Livre
Crédito: Facebook Movimento Passe Livre
 
Após a truculência, a manifestação foi dispersa. Mas os manifestantes conseguiram se reorganizar e seguiram com ato pela rua Augusta. “Queríamos atravessar a Av. Paulista e seguir rumo à Assembleia Legislativa que fica próximo ao Parque do Ibirapuera, mas a PM apareceu e novamente atacou os manifestantes”, lembrou Wilson.
 
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Crédito: Daniel Mello/EBC
 
De acordo com Wilson, a Tropa de Choque chegou a atirar Bombas perto de posto de gasolina. “Fiquei pensando no perigo que corríamos, pois aquilo tudo poderia explodir. A PM mais uma vez agiu de maneira  irresponsável”, avaliou.
 
Para ele, “a culpa é do governo que não negocia. O Ministério Público tentou mediar uma solução para a redução das tarifas, mas a prefeitura e o governo do Estado mantêm sua postura dura”, disse.
 
Prisões políticas – De acordo com o Wilson, as prisões feitas nas manifestações anteriores estão sendo tratadas como crimes de formação de quadrilha e  depredação de patrimônio público. Alguns estudantes foram encaminhados para penitenciária, inclusive.  Para Wilson essas prisões são políticas e as pessoas  devem ser soltas imediatamente.
 
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Crédito: Facebook Movimento Passe Livre
 
As mais de 100 pessoas que foram levadas pela polícia, no ato de quinta-feira,  antes mesmo do seu início, foram fichadas e liberadas em seguida.
 
Na opinião de Wilson, “a ação de violência da PM é que gerou todo conflito e a pancadaria que houve. Tinha um grupo de jovens pedindo de joelhos para não ser atacado e outro enfrentava a polícia. Isso desorganizou a manifestação que seguia pacifica. A política da PM para o movimento é de reprimir para acabar com o protesto”.
 
Protesto contra o aumento da passagem é estopim de revolta maior - A intensificação das mobilizações, segundo o dirigente é causada pela “miséria no país e o descontentamento. Não se trata somente do aumento da passagem e sim de todo o descontentamento que está vindo à tona”, acrescentou.
 
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Crédito: Daniel Mello/EBC
 
É preciso apoiar - Para Wilson os sindicatos filiados à Central devem fazer a discussão explicar o que está acontecendo, qual é o verdadeiro papel do governo. “A manifestação é legitima, nós derrubamos a ditadura para ter direito a fazer essa manifestação”, destacou.
 
O dirigente orienta que os trabalhadores organizados nos sindicatos devem se fazer presentes nas manifestações. “Não podemos permitir que as passagens aumentem para dar lucro para as empresas.Por isso, precisamos fortalecer o movimento”.
 
Uma nova manifestação foi convocada para segunda-feira (17), no Largo da Batata, em Pinheiros, às 17h.
 
Rio de janeiro – A passeata contra o aumento da tarifa de ônibus nesta quinta-feira reuniu cerca de 10 mil trabalhadores e estudantes. Cruzou a Avenida Rio Branco no tradicional trajeto entre a Igreja da Candelária e a Cinelândia. Depois, seguiu até as escadarias da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).
 
Ato no Rio de Janeiro. Crédito: Samuel Tosta
Ato no Rio de Janeiro. Crédito: Samuel Tosta
 
A manifestação saiu da Candelária por volta das 19 horas. Chegou à Cinelândia 30 minutos depois, sendo saudada durante o caminho, por papel picado lançado das janelas. A Polícia Militar apenas acompanhava o protesto, com homens a pé e veículos, na parte da frente do protesto, e soldados com escudos, na parte de trás. Não houve intervenção policial contra a passeata. Da Cinelândia, os manifestantes seguiram até a ALERJ, onde chegaram das 20 horas. Após meia hora, o movimento começou a esvaziar.
 
O que a mídia não mostra - De acordo com o dirigente da CSP-Conlutas Rio de Janeiro Guadalberto Tinoco, o Pitéu, um grupo seguiu na direção da Central do Brasil, em uma mini-passeata que foi  covardemente atacada pela polícia. “A PM cercou estas pessoas, e começou a jogar bombas de gás. São as imagens desta truculência desnecessária e covarde que a mídia mostrou nesta manifestação. Não mostrou a força da passeata, a juventude e os trabalhadores outra vez tomando pacificamente as ruas do centro. Não mostrou os cartazes e faixas, nem os carros de som, ou as paródias que tiveram como alvos a política do prefeito Eduardo Paes (PMDB), do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e da presidente Dilma Roussef (PT)”, ressaltou o dirigente.
 
Indignação generalizada – Segundo Pitéu, mesmo com muito entusiasmo e irreverência o que primou na manifestação foi à indignação contra os abusos dos governos. “Cada dia a vida fica mais cara. Nas ruas e bairros, há um brutal crescimento da violência. Com a justificativa da realização da Copa e dos Jogos Olímpicos os trabalhadores e povo são retirados de suas residências através de arbitrárias remoções. Para piorar o sofrimento de milhões e garantir o lucro das multinacionais, o transporte coletivo é ineficiente, insuficiente e caro”, destacou.
 
A CSP-Conlutas Rio de Janeiro também convoca a todas as entidades e movimentos para a próxima manifestação que ocorrerá na quinta feira, dia 20 de junho.
 
POA (Porto Alegre) – Em Porto Alegre, os manifestantes protestavam contra a iminência de o aumento da tarifa voltar. A manifestação conseguiu revogar o aumento das passagens, mas isso foi conquistado por meio de liminar que pode ser contesta a qualquer momento.
 
Nesta nova manifestação realizada nesta quinta, mais de 2 mil participaram. Durante a o ato que também foi reprimido pela polícia 23 pessoas foram presas, mas já foram liberadas.
 
Os estudantes de Porto Alegre conquistaram a revogação do aumento da passagem com muita luta. A população abraçou a causa e participou massivamente dos protestos que novamente ganham as ruas.
 
Vamos fortalecer essa luta - A CSP-Conlutas repudia a atitude arbitrária da polícia que vem agindo de forma truculenta e criminosa contra os manifestantes que estão protestando contra o aumento abusivo da passagem pelo país.
 
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Ato no Rio de Janeiro. Crédito: Samuel Tosta
 
Os vinte centavos de aumento nas tarifas do transporte coletivo foi a gota d’água que despertou a consciência em milhares de jovens trabalhadores e estudantes.
 
Nossa unidade, seguindo o exemplo dos trabalhadores do Norte da África, da Turquia e da Europa, pode derrotar os planos dos governos em nosso país, na América Latina e no mundo.
 
A CSP-Conlutas reitera essa denuncia e segue apoiando a luta contra o aumento da passagem nos transportes públicos. Exigimos de Dilma dos governos estaduais e municipais  mais empregos, melhores salários, saúde, educação, terra e moradia. Exigimos o fim da criminalização da pobreza, dos movimentos sociais e o fim da privatização do estado.

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