sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Fator Previdenciário: negociar para perder menos ou mobilizar para derrotar as propostas do governo e dos empresários?

Fator Previdenciário: negociar para perder menos ou mobilizar para derrotar as propostas do governo e dos empresários?
Aconteceu no dia de ontem (21/08) no Palácio do Planalto, uma reunião entre as centrais sindicais, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e os ministros Manoel Dias, do Trabalho, Garibaldi Alves Filho, da Previdência, e Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República.
 
O objetivo da reunião foi discutir a abertura de negociações sobre o famigerado fator previdenciário. Mas conforme noticiado pela Agencia Brasil de Notícias (veja aqui) o governo não admite a hipótese de apenas extinguir o fator.
 
Segundo a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, “Não há, da parte do governo, nenhuma intenção no fim puro e simples do fator previdenciário. Isso causaria um impacto que não teria sustentabilidade. Portanto, acho que a disposição da mesa de negociação é encontrar uma fórmula que permita implementar gradualmente, implementar de forma sustentável”.
 
Semanas atrás, algumas dessas centrais buscaram uma negociação com o governo em torno do PL 4330 das terceirizações, tentando “melhora-lo”. Agora, mais uma vez, elas tentam uma saída rebaixada para outro item da pauta de reivindicações da paralisação que estamos construindo para o dia 30 de agosto.
 
Assim como na tentativa de negociação do PL 4330, mais uma vez a lógica é buscar uma saída que atenda os interesses do governo e dos empresários. No caso do fator previdenciário, o ponto de partida, é o pressuposto de colocar algum outro mecanismo em seu lugar. A proposta defendida pela CUT (fator 85/95), por exemplo, é tão prejudicial aos trabalhadores quanto o fator previdenciário (veja aqui).  
 
O que consta na pauta de reivindicações consensuada pelas oito centrais que convocam o dia 30 de agosto é o arquivamento do PL 4330 e o fim do fator previdenciário. Portanto, é um absurdo que em meio ao processo de preparação da paralisação se tente a negociação de pontos da nossa pauta na lógica de buscar uma mediação que atenda aos interesses do governo e dos empresários. O que temos que fazer é derrotá-los.
 
Cobramos dos dirigentes destas centrais sindicais, que respeitem o processo unitário construído até aqui e que se abstenham de seguir com estas tentativas de negociação porque elas não ajudam em nada na mobilização que estamos convocando. Precisamos derrotar as propostas contrárias aos interesses dos trabalhadores.
 
A CSP-Conlutas não está a favor de que a mobilização que estamos construindo seja utilizada para simplesmente fazer um acordo rebaixado com o governo e com os empresários, onde os prejudicados de sempre seguem sendo os trabalhadores.
 
A nossa tarefa neste momento é seguir com a mobilização das nossas bases para realizarmos um grande dia de paralisação no dia 30 de agosto. É dessa forma que iremos dar mais um passo para colocar a classe trabalhadora em cena em defesa da nossa pauta, na nova conjuntura que estamos vivendo em nosso país. As manifestações de junho mostraram o caminho e colocaram a perspectiva alcançarmos vitórias em nossas lutas.
 
Todos juntos na garantia de uma grande paralisação nacional em 30 de agosto, em defesa de toda a pauta trabalhista! É possível lutar é possível vencer!
 
Por Atnágoras Lopes, membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas

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