terça-feira, 20 de agosto de 2013

Greve dos trabalhadores da educação no Rio de Janeiro está crescendo a despeito das ameaças dos governos

Greve dos trabalhadores da educação no Rio de Janeiro está crescendo a despeito das ameaças dos governos

A educação pública no Rio de Janeiro está em luta. Os profissionais da educação da rede municipal somaram-se à greve da rede estadual e estão paralisados desde o dia 8 de agosto.
 
 
As principais reivindicações são por reajuste salarial, melhoria nas condições de trabalho, um plano de carreira unificado, fim da política de meritocracia e um terço da carga horária para planejamento das aulas.  
 
 
De acordo com nota da CSP Conlutas Rio de Janeiro, “são cerca de 150 mil professores, funcionários e técnicos administrativos da educação pública lutando contra as políticas dos governos do PMDB de Sérgio Cabral e Eduardo Paes”.
 
 
A greve é destaque nacional. Na terça-feira (20), a passeata dos trabalhadores em educação da rede municipal reuniu 20 mil pessoas. “O sentimento da categoria é de aumentar a greve e unificar as lutas. É uma luta em defesa da defesa educação pública de qualidade”, relata Susana. “Vale dizer que a Faetec [Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro] está em greve e possivelmente os trabalhadores da UERJ também vão paralisar”, afirma. Na quarta-feira (21) está marcado ato unificado entre trabalhadores das redes municipal, estadual e Faetec.  
 
 
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) afirmou que está aplicando falta aos servidores municipais que não estão comparecendo às salas de aula e que ao completar dez dias de paralisação, o governo encaminhará processo de demissão para a Secretaria de Planejamento e Gestão. No âmbito estadual, o governo afirma que não reconhece a greve e está tentando aplicar o código 30, que contabiliza a ausência dos trabalhadores grevistas como falta comum.
 
 
“É lamentável a postura autoritária dos governos municipal e estadual frente a uma greve legítima, aprovada em assembleia da categoria”, caracteriza Susana Gutierrez, coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe). Segundo o Sindicato, a greve da rede municipal já atinge 80% de adesão, e da estadual, 50%.
 
 
“Fora Cabral, vá com Paes”
 
 
“A resposta que a categoria vem dando frente a esses ataques é de aumento da greve. Tanto o governador quanto o prefeito são da mesma base de aliança entre PMDB e PT. O Sérgio Cabral vivencia profundo desgaste político, sua popularidade está na média de 8%. E Eduardo Paes está envolvido nos mesmos escândalos que o governador”, descreve Susana, ao contar que o movimento está usando o tem “Fora Cabral, vá com Paes”.
 
 
Para Susana, a perspectiva é de aumento da luta. “O movimento tem crescido muito, estamos num momento político de atos todos os dias, junho provou que é possível conseguir vitória nas ruas. Essas medidas autoritárias só aumentam nossa vontade de lutar”, conclui.
 
 
 
Nota de apoio da CSP-Conlutas aos trabalhadores de Educação do Rio de Janeiro
 
A  CSP-Conlutas vem somar-se a essa grandiosa luta dos trabalhadores em Educação do Rio de Janeiro e exige que os governos, tanto o estadual de Sérgio Cabral como o municipal de Eduardo Paes, cumpram a pauta de reinvidicações dos trabalhadores em greve.
 
Saudamos as iniciativas políticas de atuação que vocês tem apresentado para a população do Rio de Janeiro, dentre ela a exigência do Fora Cabral.
 
Um governo comprometido por escândalos e trata a educação como mercadoria sem dar nenhuma prioridade para esse setor fundamental precisa ser repudiado. Assim como vocês, trabalhadores da Educação, a CSP-Conlutas defende o Fora Cabral.
 
A CSP-Conlutas defende também os 10% do PIB para a Educação Pública Já! como uma necessidade imediata para tirar a educação desse país do descaso em que se encontra.
 
E, apesar disso ser insuficiente, o governo Dilma nega-se a cumprir os 10% do PIB para a educação pública. O governo federal, assim como os estaduais e municipais, no Brasil, tem como prioridade garantir o lucro dos empresários, dos banqueiros, das grandes empreiteiras. O exemplo mais recente é que o que temos visto com as copas das confederações e do mundo e a olimpíada.
 
E essa coragem dos trabalhadores e jovens do Rio tem sido exemplo para todos nós no país. Por isso, parabéns a todos! Contem com a nossa central. Entendemos que essa luta dá sequência as jornadas de junho e julho e com certeza fortalecerá o dia 30 de agosto – Dia Nacional de Paralisação.
 
À luta!
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário