Em diversas capitais do país, trabalhadores e estudantes foram às ruas protestar neste 7 de setembro. Paralelo aos desfiles cívicos, a CSP-Conlutas integrou as iniciativas que ocorreram participando do tradicional do Grito dos Excluídos, cujo tema foi “Juventude que ousa lutar, constrói o projeto popular”. As mobilizações, em grande parte composta por esta juventude, se enfrentaram com a repressão do estado, que deixou a marca de sua truculência com prisões e violência em muitos atos.
Os manifestantes, nas ruas, mostraram disposição de luta e resistência contra esse estado opressor e exigiram verdadeira independência. Uma vez que se já não somos mais dependentes de Portugal, agora a dependência econômica do país passa pelas grandes empresas multinacionais, como Ford, GM, MC’Donalds, Telefonica, Fiat, Monsanto, Shell, Siemens, Alston, Pirelli, TIM, Samsung e tantas outras, muitas delas também com acionistas estrangeiros escondidos atrás de marcas “brasileiras” como Itaú, Bradesco, Vale, Embraer.
Outro exemplo da dependência econômica está na dívida pública brasileira, que o governo Dilma insiste em continuar pagando dilapidando, assim, o patrimônio da União. Esta dívida, que estava na casa dos 900 bilhões de reais, 10 anos atrás, saltou para 2,5 trilhões. O povo brasileiro trabalha para mandar dinheiro para os grandes bancos nacionais e estrangeiros.
Nosso patrimônio segue sendo entregue a estes grandes grupos econômicos, estrangeiros principalmente, para aumentar seus lucros, enquanto o povo está cada vez mais pobre.
E, no dia 21 de outubro, será dado um importante passo pelo governo em direção ao aprofundamento da dependência brasileira ao capital privado e internacional. É o leilão da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Campos. Será a entrega de uma reserva estimada entre oito a 12 bilhões barris de petróleo.
Por isso, lutar por essa independência econômica e política faz parte do programa da CSP-Conlutas, que exige a reversão das verbas públicas para o atendimento das demandas dos trabalhadores, do povo brasileiro. Entre elas, saúde, educação, moradia e transporte.
Confira os primeiros informes:
Rio de Janeiro (RJ)- Mais de 3 mil pessoas foram às ruas contra os leilões do petróleo e exigiram “Foram Cabral e Paes”. Vários sindicatos, movimentos sociais e organizações participaram da caminhada até o monumento do Zumbi dos Palmares. “Nós temos que conquistar a nossa verdadeira independência, com a garantia da soberania nacional. A primeira tarefa é barrar a jornada de leilões de petróleo. No mundo inteiro se faz guerra pelo petróleo e a presidente Dilma Rousseff quer entregá-lo de mão beijada ao capital internacional”, defendeu o membro da Secretaria Executiva Estadual da CSP-Conlutas RJ e presidente do PSTU no estado do Rio de Janeiro, Cyro Garcia, lembrando o que deve ser o maior leilão de petróleo da história, a entrega do Campo de Libra, prevista para acontecer no mês de outubro. “Cabral é ditador” e “Povo na rua, o que é que você faz? Fora Cabral e Eduardo Paes” foram cantados do início ao fim da passeata. Mesmo diante de uma manifestação pacífica, os governos estadual e federal usaram da força policial de forma covarde, na tentativa de impedir a livre manifestação. Na altura do Palácio Duque de Caxias, próximo à Central do Brasil, a Polícia Militar jogou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Mesmo com os governos tentando desmobilizar de todas as formas o Grito dos Excluídos , este foi considerado um dos maiores e mais combativos atos da história do Grito dos Excluídos no Rio de Janeiro, só possível devido à nova situação da luta de classes no país. (Com informações CsP-Conlutas RJ)
Confira o vídeo do momento da repressão: https://www.facebook.com/groups/csp.conlutas/
São Paulo (SP)- Cerca de mil pessoas, da CSP-Conlutas, pastorais, e partidos de esquerda como PSTU e Psol, participaram do Grito dos Excluídos. O ato teve concentração em frente à Praça da Sé e, após ato ecumênico , seguiu em passeata até o monumento à independência, no Ipiranga. Às 14h, essas entidades também realizaram um ato que teve concentração no Masp e seguiu em passeata até a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). A CSP-Conlutas exigiu nessas manifestações o Fora Alckmin, melhorias na educação, saúde e denunciou a privatização do petróleo cuja data está marcada para o dia 21 de outubro.
Em São José dos Campos (SP), jovens e trabalhadores que marcharam em passeata na avenida 15 de Novembro e outras ruas do centro da cidade. Um ônibus de papelão e uma catraca foram carregados durante o ato, como forma de chamar a atenção pela reivindicação do Passe Livre para os estudantes. A catraca foi queimada em frente ao prédio da antiga Câmara, onde hoje funciona o COI (Centro de Operações Integradas). Os manifestantes também se posicionaram contra o projeto de lei 4330, das terceirizações, os leilões dos campos de petróleo, a violência contra as mulheres e a corrupção. Estiveram presentes ativistas do Sindicato, militantes do PSTU e jovens do Movimento Passe Livre e da Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre).
Maceió (AL) - Logo após a passagem de alguns batalhões do Exército e da Polícia Militar e sob os olhares de 5 mil pessoas, as centrais sindicais, partidos políticos, movimentos sociais e a Anel de Alagoas tomou a “Avenida da Paz”, onde tradicionalmente é realizado o desfile cívico-militar. A passeata logo foi contida pela PM e Teotônio Vilela (PSDB), governador responsável pelos piores índices sociais no estado, resolveu encerrar o evento e sair às pressas. Em seguida, as centenas de manifestantes prosseguiram até a entrada do Porto de Maceió, onde exigiram do prefeito Rui Palmeira (PSDB) a aprovação do passe livre estudantil e denunciaram a privatização do petróleo brasileiro e a mentira da Dilma e da UNE de que os royalties do petróleo serão suficientes para garantir 10% do PIB pra educação. (com informações André Albuquerque – DCE/UFA- site da Anel)
Natal (RN) - Servidores da saúde participaram do ato após o desfile do 7 de Setembro, com policiais civis, a juventude, médicos e o MLB, entre outras categorias e movimentos sociais. A faixa foi parar no palco das autoridades, onde a governadora nem deu as caras. Com medo dos protestos, ela ficou em casa e reforçou a segurança. (Com informações Sindsaúde RN)
Brasília (DF) - O movimento começou antes das 9h da manhã ao lado da Biblioteca Nacional. Os manifestantes seguiram em marcha até o Congresso, onde reuniram milhares de pessoas. Por volta das 11h30 a Anel e entidades do movimento social do Distrito Federal foram até a rodoviária, onde se concentrava o ato do “Grito dos Excluídos” . De novo, outros milhares subiram o Eixo Monumental, agora em direção ao Estágio Mané Garrincha. De acordo com a Anel DF, para impedir a manifestação, a PM agiu com truculência e reprimiu os manifestantes com bombas e gás de pimenta.
Veja também vídeo de manifestantes sendo atacados com gás de pimenta, mesmo sem reagir: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=qKMEej-ptoE
Teresina (PI) - Manifestantes foram ao desfile de 7 de Setembro na avenida Marechal Castelo Branco, para protestar. Dissidentes do Grito dos Excluídos, realizado na última sexta-feira (6), eles batizaram o ato de “Grito da Soberania”. Diversas entidades entre as quais a CSP-Conlutas entoavam as palavras de ordem ”Pré-Sal 100% estatal” e defendiam o passe livre: “Ô Firmino (Filho, prefeito de Teresina), vim te avisar, vai ter luta se a passagem aumentar” e “Nem a Direita e nem o PT, trabalhadores no poder”. (Com informações cidadeverde.com)
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