A Copa do Mundo de 2014 é um exemplo claro de que PT e PSDB estão do mesmo lado. Os tucanos fizeram escola. Hoje PT e PSDB disputam para ver quem serve melhor ao grande capital, quem privatiza mais, corta mais gastos sociais, rouba mais e reprime mais os pobres e os movimentos sociais.
Quem decide pra onde vai o dinheiro público?
A Copa do Mundo serviu para arrancar a máscara do governo e mostrar a quem serve de verdade!
Os gastos totais com a Copa ultrapassarão os 23 bilhões de reais! Só com os 12 novos estádios, os gastos chegam a 8 bilhões de reais! Grande parte desse dinheiro vem direto dos cofres públicos. Outra parte vem de financiamentos ultra- facilitados pelos bancos públicos como o BNDES. Ou seja, vem do nosso bolso.
Os empresários e governantes decidem para onde vai a riqueza que produzimos com o suor do nosso trabalho. Alagamentos, como o da região de Taboão e Jardim Pantanal, assim como espaços para a juventude da periferia, mais médicos com menos hospitais, escolas sem professores sem estrutura alguma, a crise no transporte público, com trens quebrados e superlotados... Tudo isso mostra como o interesse da maioria é ignorado. Temos que reverter isso!
Mas não é só o dinheiro da Copa que faz falta. No orçamento federal para 2014, mais de 1 trilhão de reais (43% do total) estão destinados para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública. É dinheiro nosso que vai direto para o bolso de especuladores e banqueiros.
No mesmo orçamento federal, a educação fica com apenas 3,96% e a saúde com 4,85% das verbas. A previsão é que o reajuste salarial dos trabalhadores do setor público não consiga nem mesmo cobrir a inflação do período. Para a reforma agrária, praticamente inexistente nesse governo, sobram míseros 0,21% do orçamento!
A quem serve a copa?
Sem dúvida alguma, a Copa serve ao grande capital. São eles os empresários, com a ajuda dos governos Dilma e demais governos locais (PSDB, PMDB, Rede, PSB, dentre outros) que lucraram com a Copa: a especulação imobiliária, as grandes obras faraônicas, os gastos sem licitação, a cafetões, dentre outros, etc.
Para isso, amplia as remoções, permite a cafetinagem e a exploração das mulheres na Copa, a repressão e o controle das lutas populares. Dilma se humilha diante do punhado de ricaços na Suíça. Representantes das 85 pessoas mais ricas do mundo, que detém um patrimônio equivalente ao de metade da população mundial, ou seja, 3,5 bilhões de pessoas.
Mas, diante das ruas, do povo pobre que se mobiliza por moradia, contra as remoções e os assassinatos racistas da Polícia Militar, da juventude que exige mais verbas para a educação, dos trabalhadores que exigem direito à saúde, a postura é outra.
A marca dos governos do PT é a repressão, tanto quanto a dos governos tucanos. Em São Paulo, Haddad deu as mãos ao facínora Alckmin na repressão às primeiras manifestações de junho do ano passado. Depois ambos foram obrigados a recuar pela força do movimento de massas.
Precisamos nos organizar!
Não enfrentaremos tudo isso, fragmentados e fragilizados, é necessários nos organizarmos, inclusive politicamente, para denunciar e superarmos o Lulismo e o Tucanato.
Novos Junhos virão! E devemos aprender as lições de 2013: só mudaremos as coisas com luta, na rua! Mas para que isso cresça, numa luta contra o capitalismo, é necessário nos organizarmos.
O que fazer?
1. Precisamos retomar as ruas massivamente e de forma radical! A luta de massas nas ruas foi a grande força de junho de 2013. Mesmo com a repressão policial, milhões ocuparam as ruas em centenas de cidades por todo o país.
2. Precisamos mobilizar as periferias das grandes cidades! As novas ocupações urbanas dos movimentos de sem- teto em São Paulo são um exemplo de como a luta ganha força e coerência. Os “rolezinhos” também são expressão do descontentamento da juventude preta e pobre da periferia.
3. Precisamos construir a unidade da luta com os trabalhadores nas fábricas, bancos, comércio e serviço público! Paralisar o Brasil! Ocupar as ruas, parar o transporte, parar a produção, ou seja, atingir o coração do capitalismo! Colocar todos contra a parede! Em 2014 é preciso construir as condições para que façamos o que faltou em 2013: uma greve geral de 24 horas organizada pela base!
4. Precisamos deixar claro que nossa luta é contra o governo Dilma e contra todos os governos de tucanos e da velha direita! A confusão de muitos setores nas ruas é resultado da traição promovida por essa falsa esquerda. Nosso papel é o de disputar os rumos desse movimento para uma saída de esquerda, anticapitalista e socialista.
5. Precisamos superar todo o sectarismo e divisionismo na esquerda e nos movimentos sociais combativos! Depois de junho não há mais lugar para que os interesses de grupos, correntes e partidos sejam colocados acima dos interesses do conjunto da luta.
6. Precisamos de um grande Encontro nacional dos movimentos de junho! Esse encontro deveria ser organizado pela base, pelos comitês e fóruns unitários de luta, Assembleias Populares, etc, organizados pela base.
7. Precisamos construir uma plataforma unificada de reivindicações dos movimentos em luta!A conquista da revogação do aumento das tarifas representou uma grande vitória. Mas, há muito ainda o que conquistar. Achamos que essa plataforma deve incluir os seguintes eixos:
- Passe livre no transporte. Tarifa zero e estatização do transporte coletivo com controle democrático dos trabalhadores e do povo.
- Garantia de verbas para a educação, saúde e moradia e não para a Copa! 10% do PIB para a educação e saúde! Investimentos maciços em moradia popular!
- Não à criminalização dos movimentos sociais e da pobreza! Controle popular e desmilitarização da polícia!
- Não pagamento da dívida pública aos tubarões capitalistas e reversão desse dinheiro para investimentos sociais em educação, saúde, transporte, moradia, emprego e desenvolvimento ambientalmente sustentável.
Essa plataforma deve estar vinculada à luta pela superação desse sistema capitalista que significa crise e desigualdade no Brasil e no mundo. Por uma alternativa anticapitalista e socialista!
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