quarta-feira, 23 de novembro de 2011

III Seminário do Bloco de Resistência Socialista

Por Pedro Ferreira

Aconteceu neste final de semana (19 e 20 de novembro) o III Seminário do Bloco de Resistência Socialista, realizado na sede do sindicato dos gráficos de Minas Gerais em BH. Com a presença de militantes das correntes políticas: LSR (Liberdade, Socialismo e Revolução), Reage Socialista e do GAS (Grupo de Ação Socialista), como também de militantes e dirigentes da FNTIG (Federação Nacional dos Gráficos), STIG-MG (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Minas Gerais), STIG-DF (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas do Distrito Federal), SINDSAÚDE – RN (Sindicato dos Trabalhadores no Sistema Único de Saúde do Rio Grande do Norte), Sindicato dos Metalúrgicos de Itaúna - MG, Coletivo Luta Educadora - RJ, Oposição dos Trabalhadores Rodoviários do DF, Oposição dos Trabalhadores do SITAEMA-SP e do Movimento Popular Terra Livre.

 Conjuntura internacional

 O Seminário teve inicio com cada organização presente tendo a oportunidade de fazer uma breve analise de como esta vendo a conjuntura atual no Brasil e no mundo, e os limites e desafios colocados para as organizações da classe trabalhadora.

 Foi colocado que vivemos em um período de crise global do sistema capitalista, na Europa os trabalhadores estão se levantando contra o ataque aos seus direitos, os levantes e revoluções também são efeitos dessa crise, a perna do W esta em queda mais uma vez e tende a piorar, na América latina apesar de não vermos os mesmos efeitos sentidos na Europa e no EUA, a mesma não esta isolada da crise, ao contrario vemos isso na Bolívia e na Venezuela.

Também foi colocada a necessidade de não fazermos uma analise equivocada do momento, achar como algumas organizações que estamos em um período pré-revolucionário e em alguns lugares revolucionários. Foi colocado que a atual crise tem características diferentes, é necessário ter paciência, saber compreender para atuar sem equívocos.

 Para os companheiros fazer uma analise equivoca da crise atual é retroceder, o fato é que tem acontecido mobilizações por todo o globo, na sua maioria tem um caráter ante - partidário, mais estão questionando o sistema capitalista, sabemos que não há alternativa criada se não o socialismo, mais todos foram unânimes em afirmar que vivemos uma crise com falta de uma direção revolucionaria e conseqüente.

 Nesta crise esta colocada a contradição capital X trabalho, o momento de crise é o momento de tirada de concessões dada pela burguesia aos trabalhadores, a questão da globalização se resgatarmos veremos que se globalizou o poder do capital mais não a luta dos trabalhadores. Vivemos em um período de fragmentação da luta de classe trabalhadora, setores da classe não se vêem como classe.

 Foi colocada a necessidade de entendermos que a crise que vivemos atualmente é uma só, que é a crise do sistema capitalista, no entanto os seus efeitos são sentidos diferentes de acordo com o nível de desenvolvimento de cada país ou região. Por isso que na Europa vemos um tipo de levante, no norte da áfrica outro e na América latina e Brasil outro. Mais a crise é uma só, apenas os seus efeitos são sentidos diferentes nos vários lugares.

 Conjuntura Nacional

 O Brasil não esta isolado da crise, ao contrario os seus efeitos estão sendo sentidos muito fortemente, no inicio do ano o corte no orçamento por parte do governo Dilma, as demissões, a retirada de direito dos trabalhadores. Por outro lado à esquerda esta fragmentada, teve no ano 12 greves da educação nos estados, mais todas foram lutas isoladas pela falta de uma organização nacional que fizesse uma articulação de todas.

 Vivemos um período de fragmentação da esquerda, isso ficou muito claro no congresso da CSP-Conlutas que em vez de nos unir nos dividiu. Mais mesmo diante de todo esse processo cada vez mais vemos a necessidade de um partido revolucionário.

 O governo Dilma esta forte, tem alta popularidade, e as denuncias de corrupção não tem respingado nela ao contrario ela tem saído fortalecida, as greves que tem acontecido, são por data base, acontece todos os anos, as pautas são rebaixadas, já no campo da questão agrária a coisa se complica, o governo Dilma não assentou ninguém até agora, seu governo só perde para o de Collor de Mello.

 Vivemos um período onde contamos com um nível muito rebaixado de direções política, perdemos nossa capacidade teórica de produzir, não sabemos mais fazer greves, entender o processo atual da classe trabalhadora.

 No entanto foi ressaltado que há muito tempo não víamos tantas mobilizações tal qual, estamos vendo hoje no Brasil, setores que antes não se mobilizavam estão lutando, em algumas organizações a base passa por cima das direções pelegas. Vivemos em um período diferente e é necessário nos atentar para isso e nos organizar para o enfrentamento. É preciso fazer trabalho de base, querer mobilizar com o discurso do passado não dá, é preciso entender que vivemos em um outro período histórico.

 Reorganização sindical e popular

No Seminário também foi discutido e reafirmado a posição do Bloco de Resistência Socialista de continuar lutando pela reorganização da classe trabalhadora em uma central sindical e popular unitária, posição essa também afirmada pelo MTST que participou do ponto como convidado.

 É necessário retomar o processo de recomposição fracassado no CONCLAT, nesse sentido a linha do Bloco de Resistência Socialista no interior da CSP-Conlutas é atuar sempre no sentido de buscar a unidade das organizações de luta da classe trabalhadora. Sobretudo em um período de intensos ataques aos trabalhadores que tende a se aprofundar com uma crise mundial que a cada dia faz sentir os seus efeitos na America Latina e no Brasil.

 Informe das Eleições Sindicais

 Foi dado também informe das eleições sindicais na qual as organizações que compõem o Bloco estiveram envolvidas no ultimo período e ás quais estaremos envolvidas futuramente.  Como por exemplo, no SITAEMA onde não importante vitória política onde conseguimos a maioria dos votos dos trabalhadores ativos.

 No próximo período estaremos envolvidos em importantes eleições no sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Gráficas de Minas Gerais, no Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Distrito Federal entre outros, por tanto devemos nos organizar para potencializar essas importantes batalhas.

 Organização e funcionamento do Bloco de Resistência Socialista



Também discutimos a importância da organização e funcionamento do Bloco, sendo que no próximo período temos uma boa perspectiva de crescimento do mesmo, mais organização tem se aproximado e temos sido uma referencia na busca pela unidade das organizações de luta da classe trabalhadora.


No entanto é necessário nos organizarmos para respondermos as varias demandas que tem sido apresentada para o Bloco. Nesse sentido foram feito vários encaminhamentos no sentido de fortalecer nossa organização e funcionamento.

 Informe do Congresso da CSP – Conlutas

 Foi dado também um informe sobre o congresso da CSP – Conlutas que será realizado de 27 de abril a 1º de maio de 2012 em Sumaré, assim como as resoluções e datas para envio das teses, tiragem de delegados entre outros. O Bloco de Resistência Socialista vez uma serie de encaminhamentos para organização de nossa participação no congresso da CSP.


“Maior que o amor a liberdade, só o ódio a quem tenta aniquila - lá”.

                                                                                   (Che Guevara)


Pedro Ferreira Nunes – Estudante de Serviço Social, Educador Popular, Militante da Corrente Liberdade Socialismo e Revolução e do Bloco de Resistência Socialista.






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