quarta-feira, 11 de abril de 2012

Carta de Joaquim Boca aos trabalhadores e trabalhadoras da AmBev – Jacareí



A luta coletiva fez a AmBev recuar e reconhecer nossos direitos trabalhistas
 
Um copo com cerveja e uma mão acidentada cheia de sangue dentro, com os dizeres, ”AmBev patrocina morte de trabalhador e demitem quem denunciou o fato” rodou o mundo através das redes sociais facebook, twitter, e-mails. Centenas de mensagens e moções protestando contra a minha demissão e um abaixo assinado com centenas de assinaturas foram enviadas a diretoria da InBev/AmBev. O apoio explícito à nossa campanha contra a demissão por parte dos trabalhadores da AmBev e de outras categorias também pressionaram a direção da empresa.
 
Nesta segunda feira dia 09 de abril em negociação envolvendo os representantes do coorporativo da AmBev com representantes da CSP-CONLUTAS e a ADVOGADA DO SINDICATO, a AmBev apresentou uma proposta de acordo. 
 
Depois de toda a pressão e a perspectiva de crescimento da campanha contra os ataques da AmBev, a direção da empresa foi obrigada a recuar em sua posição original de demissão sem nenhum direito trabalhista.
 
A empresa aceitou pagar todos os direitos, remunerando a estabilidade da CIPA e da CSP-CONLUTAS, antecipando a aposentadoria pelo IBSS, garantindo a complementação da aposentadoria do INSS, bancando o convenio médico da sua família por tempo indeterminado, etc. Na prática, reconheceram o abuso cometido e retiraram as implicações da justa causa.
 
Isso é um exemplo para todos os trabalhadores da AmBev de que a luta vale a pena e que, com garra, coragem e mobilização coletiva, é possível dobrar o gigante empresarial.
 
Mesmo assim, ainda tenho a convicção que a melhor solução seria peitar a empresa na Justiça e manter a campanha na rua arrancando 100% do que queríamos.  Como Cipeiro e dirigente da CSP-Conlutas, meu lugar deveria ser dentro da fábrica defendendo nossos direitos como trabalhadores.
 
O problema é que uma vitória total contra a AmBev levaria tempo e para bancar essa luta precisaríamos que as entidades do movimento sindical garantissem minha sobrevivência até o desfecho da campanha. Como isso não está garantido, nem mesmo por parte do nosso Sindicato (o que é lamentável), nossa vitória contra a AmBev é apenas parcial.
 
Nessa situação, a assinatura do acordo com a empresa, representa uma vitória relativa sobre a AmBev e garante a continuidade da minha luta em defesa dos trabalhadores de dentro e de fora da empresa. Para mim não existe aposentadoria da luta, sempre estarei na luta dos trabalhadores.
 
Porém, a decisão a ser tomada não pode ser individual, mas sim de todos nós. É por isso que me dirijo a vocês, companheiros e companheiras da AmBev, para que tomemos uma decisão coletiva, com todos os trabalhadores, seja ela qual for.
 
Peço a todos e todas que participem da Assembleia na
QUINTA-FEIRA, 12 de abril, em todos os turnos (5:30h; 7:30h; 15:30h; 23:30h) e ajudem a tomar uma decisão final.
 
Joaquim Boca

Nenhum comentário:

Postar um comentário