*Por Pedro Ferreira
Acampamento na Margem da Rodovia |
Cerca de 1000 famílias
camponesas que ocupam a fazenda Dom Augusto (Município de Porto Nacional-TO) a
mais de um ano, receberam no ultimo dia 4 de abril uma liminar de reintegração
de posse da área, sendo que o governo do estado (Siqueira Campos-PSDB) pretende
cumprir a mesma.
A fazenda pertence a um
grupo de ruralista de Santa Catarina que arrendava a área para o cultivo da monocultura
(plantio de soja e cana), como também para criação de bovinos para o comercio
de carne.
O acampamento Sebastião
Bezerra da Silva (homenagem ao militante de direitos humanos assassinado em
2010 no estado) é o maior do Tocantins, segundo lideranças a cerca de 300
crianças na ocupação. As famílias temem que a ocupação se torne um novo
Pinheirinho.
As famílias têm razão em
temer uma reintegração de posse da área, pois ás ações por parte dos governos a
serviço do capital privado tem mostrado a que interesses defendem. O
Pinheirinho só é um exemplo mais recente do processo de criminalização da
pobreza e dos movimentos sociais, como também de onde o estado é capaz de
chegar (passando por cima da própria lei), para atender os interesses da
burguesia.
Exemplos que mostram a ação
criminosa do estado brasileiro contra os movimentos sociais e suas
reivindicações, sobretudo no campo, não são raras, ao contrario, podemos evocar
os casos mais emblemáticos como o massacre de Eldorado dos Carajás ou de Corumbiara,
como também podemos citar as milhares de mortes que acontecem todos os anos por
conflito de terras, como mostra o caderno de conflitos no campo lançado pela
CPT todos os anos.
Ações criminosas por parte
do estado em todos os seus níveis (municipal, estadual e federal) como também
em todas as esferas (legislativo executivo e judiciário), são realizadas quase
todos os dias no campo, contra os camponeses sem terra, os povos indígenas entre
outros, e que infelizmente não ganham a mesma visibilidade que ganhou o caso do
Pinheirinho devido ao isolamento.
Diante disso não cabe a nós
apenas nos indignar, mais, sobretudo dentro dos limites de cada um nos
mobilizar para denunciar esses absurdos, dando visibilidade a esses casos, e
obrigando a esse estado burguês a recuar dessas ações.
Não tenham duvida de que em
um estado onde impera a lei do Latifúndio, em que o governador agi como um
ditadorzinho bufão, fará tudo para que seja garantidos os privilégios de seus
pares. Por outro lado cabe a nós lutarmos contra essa decisão judicial absurda.
Façam moções de
solidariedade as famílias e de repudio contra a ação do estado e encaminhem cartas ou fax para o Juiz Adhemar Chúfalo
Filho da primeira vara cível da Comarca de Porto Nacional -TO. Edifício do
fórum, Avenida Presidente Kenndy, lote E quadra 23, setor Aeroporto, Porto
Nacional-TO- CEP: 77500-000, fones 63 33631144/1720. Fax: 63 33635659 ramal
212. Processo 2011.0010.6019-4
*Pedro Ferreira é Educador Popular e Militante do Bloco de Resistência Socialista
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