segunda-feira, 30 de julho de 2012

Movimento Campesino na luta por Reforma Agrária ocupará Brasilia de 20 a 22 de Agosto

"Vamos dar demonstração de unidade dos movimentos ao governo", diz Zé Batista

 Por José Coutinho Júnior
Da Página do MST

O Encontro dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas será realizado entre os dias 20 a 22 de agosto, em Brasília.
Será montado um acampamento no Parque das Cidade, que contará com mais de 5 mil delegados de diversos movimentos sociais de todo o Brasil.
O encontro tem a simbologia de acontecer 51 anos depois do primeiro e único Congresso Camponês, que reuniu diversos movimentos sociais do campo brasileiro em 1961 que fazem uma luta comum. 
De acordo com José Batista de Oliveira, da  Coordenação Nacional do MST e da articulação do encontro, o evento será importante para que se defina uma unidade nas lutas dos movimentos sociais do campo.
“Não basta cada movimento lutar por si só. O encontro é um espaço para unir movimentos regionais e nacionais que fazem a luta pela terra e resistem no campo”, disse Zé Batista.

Abaixo, confira a entrevista:

Como surgiu a ideia de realizar o encontro?
O encontro surgiu de uma análise de que tanto a Reforma Agrária como outras políticas estruturantes para o campo brasileiro, como a demarcação das terras indígenas, estão paralisadas.
Esse governo ainda não se propôs a criar um plano para o campo brasileiro. O tema da terra afeta a todos os movimentos, já que essas pautas estão paradas por causa do crescimento do modelo do agronegócio, que avança sobre as terras devolutas que deveriam ser destinadas à Reforma Agrária, sobre a terra dos indígenas e quilombolas. Cada vez mais são criadas bases jurídicas que permitem esse avanço do capital.
Frente a essa conjuntura, há um diagnóstico comum: as políticas estruturantes estão paradas, há um gargalo em relação à terra cujo responsável é o agronegócio, apoiado pelo governo. Se o agronegócio e o grande capital financeiro, representado pelos bancos, são os grandes inimigos comuns, não basta cada movimento lutar por si só. O encontro é um espaço para unir movimentos regionais e nacionais que fazem a luta pela terra e resistem no campo.

Que movimentos e organizações estarão presentes?

O encontro vai unir os movimentos do campo de caráter nacional, como os movimentos que compõem a Via Campesina, o Movimento Camponês Popular (MCP), a Cáritas Brasileira, a Confedaração Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), além de movimentos regionais, indígenas, quilombolas e de pescadores. Nós estamos estimando que teremos de 5 a 7 mil delegados de todo o Brasil.

Qual o objetivo do encontro?

O primeiro objetivo é que os militantes e lideranças levem de volta para a sua luta o que foi acumulado no encontro. O segundo objetivo é fazer um diagnóstico de como está a agricultura no Brasil, quais são os limites da Reforma Agrária, quem são nossos inimigos. Vamos debater como enfrentá-los e que ações conjuntas serão desenvolvidas.

Por fim, vamos fazer uma marcha em Brasília para dar essa demonstração de unidade dos movimentos e exercer pressão sobre o governo, colocando a Reforma Agrária e o direito à terra para todos como prioridade.
Assim, vamos pressionar para que haja um plano de ação do governo em relação à terra: que decrete áreas quilombolas e indígenas, assente os agricultores. E não o contrário, como vem sendo feito.

Qual será a centralidade do diálogo com o governo e com a sociedade?

Queremos discutir com o governo, mostrar para a sociedade e para a imprensa que o agronegócio não é o que se propaga. Apesar do discurso desse modelo ser lucrativo, rendendo mais de R$ 130 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto), o crédito que recebem do governo está em R$ 115 bilhões, o que mostra que o retorno não é alto.
Latifundiários e grandes empresas vivem do apoio do Estado e do financiamento do (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nós vamos exercer pressão para denunciar. Mesmo que o encontro não resolva todas as nossas pautas, queremos abrir um canal de diálogo com o governo.

Pretendemos massificar essa marcha para além dos participantes do encontro, agregando outras forças, como os sindicatos urbanos para mostrar a solidariedade do conjunto dos trabalhadores, pois a Reforma Agrária e o respeito aos territórios tradicionais, não são uma problemática dos Sem Terra e dos indígenas.

Vale ressaltar que o encontro não se encerra em si. É preciso planejar lutas conjuntas para o próximo período. Nosso objetivo é que essa unidade não seja só momentânea, mas o início de um processo, pois o governo está convencido de que não deve fazer Reforma Agrária e demarcar terras.

Por que no acampamento os militantes serão divididos por estados, e não por movimentos?

O objetivo do encontro é realizar uma integração. Não tem sentido realizar um encontro de várias organizações onde cada um fique no seu canto. O mesmo para os debates, nos quais queremos que cada estado ou região do país reúna os movimentos para analisar a conjuntura e pensar no que fazer juntos.
O conjunto do encontro tem que apontar para essa construção de unidade. É claro que ninguém vai negar a identidade e pautas específicas de cada movimento, mas tem que existir ações conjuntas e demonstrar unidade na ação. Mesmo que cada movimento siga fazendo sua luta específica, queremos delimitar as lutas que temos em comum.

Como se dará a estrutura física do espaço?

A única parceria que temos é com o Governo do Distrito Federal (GDF) para garantir o espaço do encontro. A estrutura será da forma como fazemos as lutas: nosso pessoal está organizando as caravanas para vir de ônibus. Cada organização está arrecadando recursos com as bases.
Inclusive, a solidariedade que queremos criar no encontro já aparece nesse momento, pois diversos movimentos que estão nas mesmas regiões vão juntos. O mesmo serve para alimentação. Já que questionamos o agronegócio, queremos aproveitar esse espaço para comer da nossa comida, produzida nos nossos assentamentos.

Estamos fazendo uma campanha para que todas as organizações comprometidas com a luta dos trabalhadores do campo possam contribuir para que o encontro se realize. A organização é de total autonomia dos movimentos. Por isso, vamos nos articular para levar os militantes, preparar as atividades e criar um espaço dos movimentos bem organizado, com um grande acampamento no Parque das Cidades.

Olimpíadas mostram um mundo esportivo próspero e alheio à crise financeira mundial

 *Por Gabriel Nader (http://www.correiocidadania.com.br)

Com a tradicional festa de abertura repleta de representações teatrais sobre a história e cultura locais, adornadas por um vasto desfile de manifestações estéticas e artísticas, teve início em Londres nesta sexta-feira, 27, a 30ª edição dos Jogos Olímpicos, a última antes de serem realizados pela primeira vez na América do Sul, mais precisamente no Rio de Janeiro, daqui a quatro anos.

Com cerca de 10.000 atletas de 203 países, a disputarem 26 modalidades esportivas, os jogos tiveram orçamento de aproximadamente 30 bilhões de reais, financiados evidentemente pelos cofres públicos ingleses em sua maioria. Já o Comitê Olímpico Internacional, deverá arrecadar a bolada de 23 a 25 bilhões de reais na soma de direitos de televisão, vendas de produtos licenciados e patrocínios.

Por conta disso, o evento terá uma das marcas dos tempos modernos, a despeito de velhos “lemas olímpicos”, que apesar de iniciados na Grécia Antiga não escapam do culto ao “deus” contemporâneo, o mercado. Medidas de exceção foram tomadas para preservar os interesses comerciais dos patrocinadores oficiais, notadamente os da área alimentar, como o McDonalds, que só após muita pressão “liberou” o fish and chips que tanto marca o cardápio dos britânicos.

Com isso, verifica-se claramente a velha equação de custos públicos com lucros privados. O governo e, consequentemente, a sociedade locais bancam a maior parte dos custos e a arrecadação vai majoritariamente para o bolso do COI e seus respectivos aliados, mantendo tal renda nas esferas de controle da cartolagem internacional, a exemplo das práticas da FIFA no futebol e suas confederações de aliados.

Diante da magnitude do evento, há expectativas de audiências globais extraordinárias. Estima-se que só a cerimônia de abertura pode ter sido assistida por 4 bilhões de seres humanos! Decisões das principais modalidades, com alguns dos ídolos mundiais, devem superar a casa do bilhão de telespectadores. Clichês à parte, um momento único de congraçamento dos povos e envolvimento coletivo em torno de uma causa universal, o que tanto urge em tempos de crises do capital e de regimes políticos, rodeadas por cada vez mais alarmes ambientais.

Exatamente por isso, reforçou-se outra marca da atualidade: um aparato de guerra para prover a segurança desejada aos jogos, parte ponderável do orçamento total. Apesar disso, a G4S, empresa encarregada de treinar e dispor 10 mil profissionais da área para trabalhar nos cuidados e monitoramento dos eventos e pessoas, fracassou em sua tarefa, causando uma considerável consternação interna.

O fiasco veio à tona quando a apenas duas semanas da abertura o governo inglês não teve mais como esconder sua falta de confiança na empresa e convocou em caráter de urgência 3.500 integrantes de suas forças armadas para trabalharem nas ruas de Londres. O fato causou indignação no parlamento e na população, uma vez que vários recrutas tinham outras missões a cumprir, ou delas voltavam, dentre elas o nada “olímpico” Afeganistão. Fora o fato de terem se passado sete anos desde a escolha da cidade como sede.

Com isso, passou a se notar certo clima de tensão, até relatado pela mídia, entre os novos “voluntários” dos jogos e os torcedores, vindos de todos os cantos do mundo, de todos os estilos e espécies turísticas. Aliado a estratégias neuróticas de revista e monitoramento dos presentes nas competições e à enorme lista de proibições de objetos e alimentos tolerados nas arenas (inclusive qualquer imagem de Che Guevara), tornam-se um tanto ostensivas as facetas comerciais e militares, dentro de algo que deveria ser presenciado em clima de despreocupação e festa, ao menos se comparamos com outras questões mais complexas da vida humana. Mas a bomba que matou duas pessoas e feriu outras 100 nos jogos de 1996, em Atlanta (EUA), não saem da memória, sem esquecer, mais atrás, do trágico assassinato de 11 atletas israelenses em Munique, 1972, por membros do Setembro Negro.

De toda forma, antecipa as mesmas operações de segurança que veremos por aqui, com a diferença que nossas forças de segurança são acostumadas a atuar na mais absurda ilegalidade e truculência contra seu “inimigo interno” de cada dia. Precisaremos estar atentos a possíveis violências contra os habitantes mais pobres do Rio de Janeiro, que certamente serão tratados como seus congêneres baianos em trios elétricos de carnaval, vendo do lado de fora uma festa para poucos e visitantes.

Para preservar os interesses dos patrocinadores oficiais, uma série de leis de exceção já são editadas desde já (assim como o foram em Londres), tornando crime diversas formas prosaicas de comércio, a partir de mínimas associações de seus produtos com as Olimpíadas, seus símbolos e imagens icônicas. Toda concorrência “extra-oficial”, entre aspas para evitar um tratamento “marginal” aos milhares de comércios e trabalhadores que não podem assinar contratos com o COI, será combatida e afastada dos locais de competições.

Tratando da parte aprazível, não faltará diversão aos telespectadores, pois não há época igual para acompanhar e se entusiasmar com modalidades sempre ignoradas do noticiário, heróis de ocasião cujas histórias impregnam nas mentes humanas e as esperadas consagrações de atletas que ficarão imortalizados em suas especialidades.

Com competições que começam e geralmente se definem em um ou dois dias, não haverá instante em que alguma medalha não esteja sendo colocada no peito de algum(a) atleta. A maioria das competições tem disputas ou performances de curta duração, de modo que se pode acompanhar de forma mais palpitante os esportes com os quais temos menos intimidade – e avançar um pouco em sua compreensão e divulgação, se o Brasil realmente se pretende uma potência olímpica. São poucos esportes, como o futebol, o basquete ou a vela, em que uma disputa dura tanto tempo, nesses casos, duas ou mais horas.

Além do mais, não faltará cobertura midiática. Pela primeira, e provavelmente única, vez na história a Rede Globo não transmitirá o maior evento do esporte mundial, ao lado da Copa do Mundo. Por 60 milhões de dólares, a Record ganhou a corrida e ficou com os direitos exclusivos de transmissão, o que na prática só valerá para a televisão aberta.

A Sportv, emissora fechada da própria Globo, desembolsou 22 milhões de reais e disporá de quatro canais diários cobrindo os eventos 24 horas por dia. ESPN (três canais), Band (dois canais, Sports e News), Esporte Interativo e o próprio braço da TV de Edir Macedo, a Record News, formam a lista dos canais que cobrirão as Olimpíadas na televisão por assinatura. Uma overdose, a ser reforçada pela mesma Globo em 2016, que redobrou esforços para não ficar de fora da festa dentro de seu próprio quintal.

Ao todo, o COI arrecadou 4 bilhões de dólares em direitos de televisão, número com alta probabilidade de ser superado pela edição carioca, que já garantiu 3,7 bilhões, com quatro anos ainda pela frente, tempo de sobra para novos contratos. Os ingleses fecharam 11 patrocinadores; para 2016, já existem 10 garantidos, o que também ressalta o momento econômico das grandes, e cada vez mais transnacionais, empresas brasileiras.

Rompendo definitivamente com certas ilusões, a terceira Olimpíada londrina (as outras foram em 1908 e 1948) não dará contribuição alguma, a não ser moral, “espiritual”, à complicada conjuntura econômica britânica. Servirá como um bom anestésico a ser aplicado por 17 dias consecutivos no combate às agruras do mundo capitalista em crise. Aliás, crise financeira é algo que não existe no principal escalão do mundo esportivo.

*Gabriel Brito é jornalista do Correio da Cidadania.

CNG/ANDES-SN indica rejeição da proposta e intensificação da greve

O Comando Nacional de Greve do ANDES-SN, que reúne docentes das diversas instituições federais de ensino que aderiram à paralisação, divulgou na noite desta quinta-feira (26) a análise política da proposta feita pelo governo em reunião na terça (24), na qual encaminha pela rejeição da proposta, manutenção, intensificação e radicalização da greve.

No documento, o CNG/ANDES-SN destaca que a reformulação apresentada nesta semana não modifica a essência da proposta anterior, colocada na mesa no dia 13 de julho, 57 dias após o início da greve.
As diferenças entre as propostas do dia 13 e 24 foram expostas de forma detalhada na análise preliminar produzida pelo CNG/ANDES-SN e enviadas à base no comunicado especial número 26. Em reunião, que teve início na manhã de quarta (25) e se estendeu até a madrugada de quinta, os professores elaboraram o texto que aponta quais as diferenças na reformulação feita pelo governo, em relação às reivindicações da categoria. Veja aqui a análise preliminar.
“A proposta continua negando a pauta da greve: reestruturação da carreira e melhores condições de trabalho. O comportamento do governo na mesa de negociações vai do desrespeito à agressão e ameaças dirigidas às entidades que representam as categorias em greve”, denunciam os professores.

O CNG/ANDES-SN avalia que a versão da proposta apresentada em 24/07 mantém perdas salariais, consolida e aprofunda as distorções anteriormente introduzidas na carreira por diferentes medidas governamentais, fazendo persistir e ampliando a quebra da isonomia entre ativos, aposentados e pensionistas. No caso da carreira de EBTT, a introdução da Certificação de Conhecimentos Tecnológicos (CCT) representa claramente o desestímulo à capacitação docente e desvaloriza a titulação.

Ainda de acordo com o comunicado, “os aspectos conceituais apresentados pelo governo reforçam a hierarquização verticalizada, a lógica do produtivismo medido pelo atendimento de metas de curto prazo e pela competição predatória, as quais têm sido veementemente rejeitadas pela categoria”.

Segundo os docentes, ao contrário do que anuncia o governo, não há valorização da titulação, tampouco da dedicação exclusiva e do salário, na medida em que gratificações não incorporadas aos salários não são constitutivas de direitos. Não são apresentados percentuais remuneratórios definidos para regime de trabalho e mudanças de classes e níveis e sequer há reposição inflacionária para a maioria dos professores. 

Em relação à formação de grupos de trabalho para solucionar posteriormente diversos pontos de tensionamento da negociação, “o movimento rejeita a concepção apresentada e qualquer possibilidade de resolver questões da pauta da greve em grupos de trabalho, armadilha esta que, em verdade, foi um dos motivos que impulsionou a greve”.

O comando de greve finaliza solicitando às assembléias gerais que apontem os encaminhamentos políticos a fim de definir o foco de atuação do CNG/ANDES e indica os seguintes encaminhamentos:

A) Rejeitar a proposta apresentada pelo governo no dia 24/07;
B) Manter, intensificar e radicalizar a greve;
C) Que os clgs, tendo como base a proposta do ANDES-SN, discutam e definam posicionamentos para subsidiar a atuação do CNG/ANDES-SN, na mesa com o governo no próximo dia 01-08, tomando como parâmetros:
      1. Princípios da nossa carreira: treze níveis, percentuais fixos por titulação, steps constantes, relação regime 20/40/DE, carreira única, paridade ativos/aposentados;
      2. Aumento do montante proposto pelo governo;
      3. Redução dos prazos da implantação da repercussão financeira da reestruturação da carreira;
      4. Distribuição equânime dos recursos com correção de distorções;
      5. Metodologia da negociação: rejeitar o uso do GT como instrumento de regulamentação da carreira.

Confira aqui a íntegra da Avaliação Política.

Fonte: ANDES-SN

VITÓRIA: a GREVE será negociada na reunião do MEC com o CNGE na terça, dia 31! O CNGE não reconhece que a comissão criada pelo MEC com a UNE negocie a GREVE!


Alerta Estudante!

VITÓRIA: a GREVE será negociada na reunião do MEC com o CNGE na terça, dia 31!
O CNGE não reconhece que a comissão criada pelo MEC com a UNE negocie a GREVE!

O Comando Nacional de Greve Estudantil, reunido na manhã de quarta-feira dia 25, discutiu novos fatos em relação à negociação da Pauta Nacional Estudantil da greve. Depois de muita pressão, representantes do MEC nos ligaram informando sobre uma nova reunião de negociação com o CNGE para acontecer na próxima terça-feira, dia 31 de julho, a data que havia sido dada pelo governo como prazo final para negociar com as categorias. Isso é mais uma prova da força da nossa greve. O CNGE exige que também o MPOG esteja presente nesta reunião.

Quem negocia a GREVE é o Comando de Estudante!

Combinado a isso, através de veículos de imprensa e outros informes, recebemos a notícia de que a Comissão com o MEC e a UNE, montada no dia 26 de junho para acompanhar as pautas que foram apresentadas pela entidade ao governo, seria instalada com a presença de seis membros, sendo dois representantes da UNE, dois do ANDIFES (representação das reitorias) e dois do próprio MEC. Através deste Informativo, o CNGE faz um novo alerta aos estudantes.
O conjunto da Pauta Nacional Estudantil foi acumulado através de diversas assembléias de base, contando com a participação de centenas de estudantes, que votaram seus representantes para a o Comando Nacional levando o debate das suas bases. Através deste acúmulo, de forma democrática chegamos a nossas consignas gerais e pautas concretas para a GREVE. No Informativo número 03 o CNGE denunciou que as pautas apresentadas pela UNE ao Ministério da Educação não eram as pautas da greve. A avaliação do CNGE é que o governo montou essa comissão com o intuito de deslegitimar o Comando e desmobilizar a nossa greve. Por isso, a posição do CNGE aprovada em reunião é que essa comissão não poderá e nem deve negociar a GREVE! Acreditamos que dessa reunião qualquer avaliação que saia sobre o REUNI, as políticas educacionais do governo federal e as pautas estudantis não representará o acúmulo do CNGE, que reflete as denúncias e deliberações das assembléias locais.

Pra avançar a negociação, é hora da radicalização!

Por outro lado, já começamos a organizar a reunião de negociação do CNGE com o MEC, que será no dia 31. Seguiremos exigindo a presença também de representantes do MPOG - Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão – nessa reunião, já que pautas como a exigência do reajuste do valor das bolsas e do aumento para R$2 bilhões de reais para a assistência estudantil passam diretamente pelo orçamento do governo. O CNGE deliberou por uma vigília na porta do MEC da noite do dia 30 para o dia 31.
Agora, mais do nunca, é preciso que o movimento estudantil RADICALIZE! Essa é a Semana Nacional de Mobilização, pautada pela Radicalização, aprovada na última reunião ampliada do dia 19 durante o Acampamento na Esplanada dos Ministérios. Já temos alguns informes importantes, como a Ocupação do Canecão pelos estudantes e DCE da UFRJ, além do bloqueio do CPD da UFSM. É preciso que essas ações sejam tomadas como referência, e articulados com os técnico-adminstrativos e professores, e que os estudantes pressionem ainda mais o governo para atender as nossas reivindicações!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

II Etapa do Seminário sobre Concepção de Projeto Popular e Luta de Classes em Goiás‏


*Por Pedro Ferreira

A RECID em conjunto com o Fórum de Movimentos Populares de Goiás estará realizando no dia 11 de agosto a II Etapa do Seminário sobre Concepção de Projeto Popular e Luta de Classes em Goiás. A primeira etapa foi realizada no dia 07 de julho na Casa da Juventude e contou com a presença de cerca de 70 pessoas. Sendo que o foco principal do debate da primeira etapa se deu em torno das mudanças e contradições do Brasil recente como também a questão da luta de classes e a concepção de projeto popular. Um dos encaminhamentos da primeira etapa foi a necessidade de realização de mais um seminário para aprofundarmos a luta de classes em Goiás, sendo este portanto o foco principal nesta segunda etapa.

Dessa vez o seminário será realizado no Centro Cultural Caravideo (Rua 83, Nº 361, Setor Sul - Goiânia -GO). A atividade terá inicio a partir das 08h da manhã e ocorrerá durante todo o dia.

Reunião para discutir a metodologia do seminário

Nesta próxima terça-feira (31/07), a Rede de Educação Cidadã em conjunto com o Fórum dos Movimentos Populares de Goiás esta convocando uma reunião para fazer uma avaliação da primeira etapa realizada no dia 07 de julho como também para planejar e encaminhar a metodologia da II etapa que será realizada no dia 11 de Agosto. A reunião será realizada no Centro Cultural Caravideo ás 18h30.

*Da Secretaria da RECID-GO

Moção de apoio do CIT aos servidores federais em greve



Nós, do Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores, uma organização de trabalhadores e jovens presente em mais de quarenta países do mundo todo, apoiamos a luta dos servidores públicos federais em greve no Brasil. Assim como na Grécia, Espanha, Portugal e outros tantos países, os servidores federais estão dando o exemplo de que o único caminho a seguir é o da luta coletiva para impedir que os governos retirem direitos e piorem a condição de vida da classe trabalhadora.

A exemplo do que está acontecendo nos países europeus, o governo de Dilma Roussef pretende fazer com que o povo trabalhador, sobretudo os servidores públicos, paguem pela crise econômica criada pelos capitalistas. Governos deste tipo devem ser derrotados porque atacam os trabalhadores para garantir os interesses de poucos empresários, banqueiros e especuladores. Condenamos toda e qualquer forma de repressão por parte do governo brasileiro aos grevistas e nos colocamos a disposição para denunciar o papel do governo Dilma nos países onde estamos organizados. Manifestamos nossa mais sincera solidariedade aos companheiros e companheiras em luta e estamos certos de que no Brasil, na Europa, África, América ou Ásia, nossos irmãos trabalhadores derrotarão o capitalismo e construiremos juntos o socialismo.

Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores - CIT
São Paulo, 26 de julho de 2012

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Convite - Seminário discutirá a política de Reforma Agrária no governo Dilma

*Por Pedro Ferreira


O Fórum de Reforma Agrária e Justiça no Campo em Goiás, realizará nos dias 31 de julho e 01 de agosto de 2012, um seminário estadual em conjunto com a delegacia regional do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e com o INCRA-GO para debater as diretrizes do MDA para reforma agrária sobretudo em relação as famílias que já estão assentadas.

O seminário será realizado no salão nobre da faculdade de direito - UFG (Setor Universitário, Goiânia -GO) a partir das 08h da manhã. O seminário é aberto para participação de militantes e simpatizantes da luta pela reforma agrária. A abertura do seminário contará com uma exposição do Professor Dr. Claudio Maia da UFG, que apresentará um quadro sobre o processo de reforma agrária em Goiás.

*Da Secretaria da RECID-GO

Solidariedade as famílias da ocupação Pedro Nascimento em Goiânia


‘’A justiça dos  Ricos,  é a injustiça dos pobres’’

*Por Zelito  Silva
Os governantes não se cansam de promover, Novos  PQ- Oestes e Novos Pinheirinhos.
Justiça expede liminar de reintegração de pose datado de 20 de julho de 2012, para despejar as famílias da ocupação Pedro Nascimento, conhecido como Residencial JK, em favor da Sociedade Habitacional Norte (NHN). Localizado na Região Noroeste de Goiânia, atualmente moram na ocupação em torno de 600 famílias.
O histórico do residencial JK, que virou ocupação, começou com um loteamento irregular com 641 lotes, com área de aproximadamente 20 Ha,  promovido pela (SHN).   Que vendeu os lotes, mas não conseguiu a regularização junto à prefeitura, para piorar vendeu um mesmo lote para mais de uma pessoa. Ai a confusão se formou, e o presidente da (SHN) incentivou as famílias a mudarem para o loteamento mesmo irregular para pressionar a prefeitura, tendo por trás políticos com interesse em votos.


Por outro lado a prefeitura não regularizou, mas também fez vista grossa, deixou as famílias construírem casas, mas não levou infraestrutura, com isto o bairro ficou abandonado. Muitas das famílias que compraram se sentindo lesadas, e por não ver nem uma perspectiva de regularização do residencial, abandonaram os lotes.
Com o abandono dos lotes, outras pessoas sem teto começaram a ocupar os lotes vazios, o que deu origem a  um grande acampamento, com parte construído,  e em  barracos de lonas e madeiras, atualmente entre moradores que compraram e os que ocuparam tendo mais de 600 famílias com mais de 700 criações.
A convivência entre os antigos moradores e os novos ocupantes é triangular e  já  foi mais tencionada, mas com os últimos acontecimentos as famílias perceberam que os inimigos  são outros ,e  que tem que se juntarem para luta  pela regularização do loteamento  para  as famílias  que compraram  e por um novo assentamento para as demais famílias.
A final a prefeitura ou foi omissa o negligente no mínimo, pois deixou que a situação chegasse neste ponto, sem tomar nem uma  providencia em pro das famílias . E agora lava as mãos dizendo que tem 90 mil cadastros  e que as famílias terão  que entra na fila.  Goiânia tem um déficit em torno de 50 mil famílias sem casas, e  o governo municipal alega que construiu 10 casas nos últimos 10  anos . Porem  nestes  ritmos levará mais 50 anos para atender a demanda. Os recursos do minha casa minha vida são destinado para as empreiteiras  construírem casas para famílias com renda a cima de cinco  SM, do montante em torno de 60% é destinado para este público.
Todo apoio às famílias, do residencial JK, a prefeitura tem que encontrar uma alternativa. Por outro lado o governo do estado não pode colocar a policia para executar a liminar de reintegração, sem antes estabelecer uma negociação. Pois se só não fosse à questão de moradia, teme o fato das pessoas terem sido lesadas pela (SHN) e os Sócios terão que ser punidos.
Não pretendemos ver no JK, um novo PQ- Oeste, tão Pouco um novo  Pinheirinho.

Zelito Silva
Direção do  Terra Livre.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Fórum de São Paulo: balanço de Caracas


*Por Atílio Boron 


No último dia 6, se encerraram em Caracas as deliberações do Fórum de São Paulo (FSP). Não seria nenhum exagero se disséssemos que foi o encontro mais concorrido e variado do Fórum desde a sua criação, na cidade de São Paulo, em 1990. Muitos partidos e movimentos sociais da América Latina e Caribe se reuniram nesta cidade, com um contingente significativo de organizações irmãs da Europa, África e Ásia.

O balanço final do conclave é em certo sentido positivo, embora em alguns aspectos, os quais veremos a seguir, há muita coisa para melhorar. Positivo porque o grande evento reuniu um grande número de partidos e movimentos que foram capazes de trocar pontos de vista, comparar experiências e fazer uma necessária aprendizagem, rica e mútua. Positivo também porque diante do conhecido ecletismo ideológico do Fórum – do qual participam partidos que só na imaginação poderiam ser classificados como de esquerda – o discurso de encerramento pronunciado pelo comandante Chávez estabeleceu uma nova agenda, que os partidos e organizações do FSP deveriam considerar com muito cuidado em seus próximos encontros.

Em primeiro lugar, perguntando, como fez Chávez citando uma passagem da obra de Marx, sobre o caráter e a natureza da transição que substituirá o capitalismo por um novo tipo histórico de sociedade. Porque, além da necessária crítica ao neoliberalismo e sua pesada herança, o problema é o capitalismo, o que há para superar e subverter é o capitalismo. Ou será que as lutas lideradas por nosso povo, com os seus sacrifícios tremendos e suas milhares de vida oferecidas para construir uma sociedade nova foram só para passar do neoliberalismo ao keynesianismo, ou ao desenvolvimentismo, ou à miragem do capitalismo "verde"? Com seu questionamento astuto, Chávez observou algumas fraquezas teóricas da Declaração de Caracas aprovada pelo FSP.

Em segundo lugar, continuando com o mesmo raciocínio, alertou que o socialismo não cai do céu como um produto do determinismo econômico, como sugerido por Edouard Bernstein no final do século XIX, mas pela intervenção do plural e heterogêneo sujeito revolucionário. É claro que para atender às necessidades da práxis esse assunto deve se tornar consciente, educado e organizado. E completou seu pensamento incisivo com uma pergunta: o que farão depois as forças sociais que foram para Caracas, ao retornarem para seus países? Como organizar suas lutas, qual é o plano de batalha que assumirão, quais são as responsabilidades na execução da mesma? Questões não só relevantes, mas urgentes, porque a burguesia, as oligarquias e o imperialismo não só têm seus fóruns – o mais importante o de Davos – mas também dispõem de instâncias que organizam suas forças, planejam e coordenam suas batalhas, tanto na arena global como nos espaços nacionais.

Nossos inimigos não só deliberam, mas agem de forma organizada. Não se pode conseguir êxito apenas com belos discursos. Este, acreditamos, é um dos principais temas pendentes, não só do FSP, mas também de sua organização irmã, o Fórum Social Mundial. Diante de uma burguesia imperial e seus aliados locais fortemente organizados, não podemos opor apenas a abnegação militante e o grito que denuncia a desumanidade do capitalismo, ignorando alegremente a problemática decisiva da organização.

As declarações adotadas em Caracas condenam as tentativas de golpes contra Evo Morales, Mel Zelaya, Rafael Correa e a mais recente contra Fernando Lugo. Esquecido de anotar, lamentavelmente, o golpe perpetrado contra Jean-Bertrand Aristide no Haiti, no ano de 2004. Falha grave porque não se pode dissociar essa negligência infeliz da presença de tropas de vários países latino-americanos – Brasil, Chile, Argentina, entre outros – no Haiti, quando na realidade o que falta nesse país sofrido são médicos, enfermeiros, professores. Mas disso se encarrega Cuba, cujo generoso internacionalismo é um dos sinais mais honrosos da sua revolução.

Por outro lado, teria sido útil se a declaração de um fórum de esquerda tivesse exigido o fechamento das bases militares (46!) – na última contagem do MOPASSOL (Movimento pela Soberania, Paz e Solidariedade entre os Povos) – que se estendem por toda a América Latina e Caribe. Embora Washington não mude a sua postura beligerante, uma exigência unânime respaldada por mais de uma centena de partidos políticos, incluindo vários governos, teria ajudado a enfatizar aos olhos da opinião pública latinoamericana e estadunidense as ameaças que envolvem a presença destas bases em Nossa América.

O mesmo cabe dizer em relação à afirmação que assegura que nossa região é uma zona desnuclearizada. Isto era verdade até antes da assinatura do tratado Uribe-Obama; agora não sabemos porque ninguém, exceto a Casa Branca, sabe que tipo de armas – nucleares ou não – o Pentágono apresentou na Colômbia, uma vez que depois do tratado esta renunciou ao seu direito de inspecionar os carregamentos que entram e saem de seu território.

Por último, a declaração fala de “progressos limitados dos acordos bilaterais de livre comércio”.
Acreditamos que esta redação é infeliz, como evidenciado pela experiência mais madura na área: o caso mexicano. Antes de assinar o Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos e Canadá, o México era auto-suficiente em alimentos; hoje, após 18 anos de "livre comércio", tem de importar 42% dos insumos necessários aos alimentos. Antes, sua despesa com importação de alimentos era de 1,8 bilhão de dólares; em 2012, serão de cerca de 24 bilhões da mesma moeda. Não parece tanto um "sucesso".

Finalmente, não se entende como as autoridades do FSP negaram o direito à palavra – e não apenas a entrada na Marcha Patriótica como uma organização política afiliada ao Fórum, apesar de todas as garantias apresentadas pelos partidos políticos, dentro e fora da Colômbia! – à senadora Piedad Córdoba, uma das principais figuras na política latinoamericana e considerada mundialmente como uma candidata merecedora do Prêmio Nobel da Paz, por seus esforços incansáveis em facilitar a libertação de reféns mantidos pela guerrilha e uma solução política para o trágico conflito na Colômbia.

Além dos relatórios sobre a situação dolorosa em seu país, Córdoba denunciaria a ameaça de morte mandada por escrito, apenas dois dias antes, contra treze membros de várias organizações de direitos humanos. Sofismas legalistas, inadmissíveis em uma entidade que diz ser de esquerda, nos privaram de ouvir seu testemunho, o que não passou despercebido pelo presidente Chávez. E o mesmo foi feito com o Liberdade e Refundação (FREE), um partido que representa melhor do que qualquer outro a resistência a Porfirio Lobo, cujo triste recorde em termos de assassinato de jornalistas (24 a contar da ocorrência do golpe), mais os inúmeros crimes e prisão de agricultores e ativistas, merecia do FSP um gesto, mesmo elementar, de solidariedade, sendo que um de seus líderes, Rafael Alegria, estava entre nós. Teremos que lutar para que as exclusões não se repitam no futuro.

O que se pode concluir a partir dessas linhas é que se deve abandonar o triunfalismo que por vezes saturou as deliberações do fórum e avançar na constituição de um espaço de discussão fraterna, mas profundo, sem concessões e seguro de qualquer tipo de burocracia ou formalismo que o asfixie. Discussão um tanto mais importante à medida em que se supõe que a missão do FSP é mudar o mundo, e não apenas interpretá-lo (ou lamentá-lo). E mudar o mundo na direção do socialismo exige clareza teórica, porque "não há prática revolucionária sem teoria revolucionária." E os tempos exigem a gritos uma revolução.

Convém lembrar, para os espíritos mais comedidos e moderados que circularam pelo FSP o que disse Walter Benjamin: a revolução não é um trem desgovernado, mas a aplicação dos freios de emergência. O trem desgovernado que está caminhando para o abismo é o capitalismo. E se não for freado a tempo a humanidade vai sofrer as consequências irreparáveis ​​desse desastre. Não há nada pior do que um tímido motorista que hesita em aplicar os freios de emergência. Em um tempo que é necessário, como Danton disse, "audácia, audácia e mais audácia", a moderação está longe de ser uma virtude e se torna um pecado mortal.

Atilio Borón é doutor em Ciência Política pela Harvard University, professor titular de Filosofia da Política da Universidade de Buenos Aires e ex-secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO).

Tradução: Daniela Mouro, Correio da Cidadania.

Servidores Federais em Greve farão jornada nacional de Luta no dia 31 de Julho


Os servidores reunidos no Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Federais aprovaram antecipar o Dia Nacional de Luta, convocado em conjunto com a CSP-Conlutas, CUT e CTB, para 31 de julho. Será um dia com realização de grandes manifestações nas capitais de todo o país.








A data havia sido convocada inicialmente para o dia 2 de agosto. Entretanto, o governo federal tem até o dia 31 de julho para indicar o quadro orçamentário para o próximo ano. Por isso a antecipação.

O governo Dilma se baseia em dois elementos centrais para sua intransigência. Um deles é reconhecer que há uma forte crise econômica internacional, que vai se refletir no Brasil, por isso é necessário impor o controle fiscal e limitar os gastos. Afirma isso apesar de continuar concedendo isenções fiscais para as grandes empresas com a suspensão do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e continuar revertendo quase 50% do PIB para o pagamento de juros das dívidas públicas. Ou seja, quer jogar nas costas dos servidores públicos a prevenção da crise. Muita cara de pau!

A outra justificativa, tão absurda quanto à primeira, é de não há defasagem nos salários, porque, segundo o governo, nos dois mandatos de Lula houve concessões com aumento real nos salários do funcionalismo federal. Ou seja, os representantes do MPOG mantiveram o discurso e os argumentos que vêm apresentando desde 2011, para rejeitar quaisquer concessões salariais e impor um arrocho inaceitável à classe.

Dia de luta – Com o mote CHEGA DE ENROLAÇÃO. NEGOCIA, DILMA!, os servidores públicos federais esperam receber solidariedade de outras categorias neste dia de luta para exigir que o governo federal abra as negociações e atenda as reivindicações da categoria, que vem vivenciando arrocho salarial e redução de direitos desde o governo FHC.

Dia de luta das mulheres Negras

25 de Julho é o dia das Mulheres Negras, parabéns a todas as nossas camaradas negras, sobretudo as que estão na luta pela emancipação da classe trabalhadora rumo ao socialismo.

10% do PIB para a educação pública já! O que essa conquista mudaria?

*Por Mauricio de Oliveira Filho e Nayara Moreira Gatti
Estudantes de Serviço Social da Unifesp Baixada Santista

Uma das bandeiras históricas do Movimento Estudantil é a defesa de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública de forma imediata. O entendimento do Movimento é que a defesa da educação pública, não passa de demagogia se não se propõe aumento substancial do investimento público em educação pública. Diversas ações já foram feitas por entidades, coletivos e militantes do Movimento Estudantil no sentido de publicizar e pressionar o(s) governos(s) a aprovar o investimento de “10% do PIB na educação pública já”, como o Plebiscito Popular de 2011, construído por DCE’s e Centros Acadêmicos de diversas universidades, CSP-Conlutas, MTST e MST e ANDES-SN, o qual resultou a aprovação de 99% dos 420 mil cidadãos que participaram.
Neste ano, a Câmara dos Deputados aprovou a meta de 10% do PIB para a educação no novo PNE (Plano Nacional de Ensino), válido de 2013 a 2023 – o texto deve ainda ser aprovado pelo Senado e sancionado pela Presidência. Governo e direção majoritária na UNE (União Nacional dos Estudantes) comemoram a “conquista histórica”. Mas é necessário que se desmonte a falácia: o que foi aprovado não contempla em nada a nossa reivindicação, pois além de ser apenas uma meta – não há nenhuma punição prevista em caso de descumprimento – e só estar prevista para ser atingida no fim do período (2023), não há a garantia de que esse investimento será feito na educação pública, continuando a farra de repasses de dinheiro público para empresários da educação privada manterem seus negócios via ProUni e Fies. Este mês, inclusive, tiveram suas dívidas perdoadas em troca de bolsas de estudo. É o governo federal fazendo escambo com o mercado de diplomas.
Vale dizer,ainda, que no antigo PNE, válido de 2000 a 2010, a meta de investimento era de 7% do PIB no fim do período, porém, este valor nunca fora cumprido e o percentual investido hoje, varia entre cerca de 4% e 5%. Tanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – 1995/2002 pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) –, quanto Luiz Inácio Lula da Silva – 2003/2010 pelo Partido dos Trabalhadores – chegaram a vetar o percentual de investimento, o que mostra uma semelhança entre ambos programas: defesa da educação de forma vazia e demagógica.
Os fatos se tornam ainda mais revoltantes quando olhamos para os dados de execução orçamentária de 2011 e constatamos como foi repartido o orçamento da União, destinando praticamente a metade do orçamento para o pagamento de juros e amortização da dívida pública, ou seja, metade do orçamento da União foi direto para a mão de credores (destes, 98% são bancos, fundos de pensão e/ou fundos de investimento), na medida em que para a educação são destinados míseros 2,99%.
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Só até maio deste ano, já foi gasto mais com a amortização da dívida pública do que a previsão de investimentos para todo o ano em educação. 


Desculpa esfarrapada

Atualmente tem-se tornado comum por parte dos responsáveis pela administração da educação pública o discurso de que recurso financeiro não é um problema que enfrentam; o que não condiz com a precarização dos ensinos básico, fundamental, médio e superior. Sem obter sucesso em absolver a culpa dos governos, os gestores das instituições indicam a burocracia como a principal dificuldade para desenvolverem suas obrigações.
 Entretanto, temos que ressaltar alguns pontos que não estão considerados neste discurso:
ñ  O destino e, neste caso, sobretudo, a origem dos investimentos não devem ter outra via que não a pública, para que então o Brasil possa ter um ensino socialmente referenciado, isto é, um ensino que garanta o retorno da produção de conhecimento para a sociedade;
ñ  O parecer de satisfação diante do montante a ser investido se baseia em condições reais estritamente limitadas, como a política de permanência estudantil do ensino superior que não contempla a totalidade dos estudantes que necessitam deste direito para concluir os estudos e a não condizente remuneração dos profissionais de educação em instituições públicas e privadas.
 A permanência estudantil é também um problema no ensino fundamental: de cada 100 crianças matriculadas na 1ª série do ensino fundamental, apenas 51 o completam; 33 completam o ensino médio e apenas 11 completam o ensino superior. E mesmo aqueles que completam, sofrem com a falta de qualidade das escolas públicas. O analfabetismo atinge cerca de 10% da população brasileira acima de 15 anos de idade, ou seja, mais de 14 milhões de analfabetos em nosso país.


A Unifesp como exemplo

Cumprindo a cartilha aparentemente seguida pelos demais gestores das universidades federais, o reitor da Unifesp Walter M. Albertoni, em entrevista ao Jornal da cultura, no dia 22/06/2012, disse: “Não tenho problemas com verba”. Indagado se o problema era então de gestão, responde: “Não. O Problema é você conseguir aprovar uma licitação”, indicando que o problema seria a burocracia do Estado. Dessa forma, confirmados os fatos, toda a luta histórica do movimento estudantil por mais investimentos na Educação pública, como a defesa dos “10% do PIB para a Educação Pública Já!”, estaria deslegitimada e mais, estaria mirando no problema errado.
Contudo, não são afirmações vazias que vão derrubar uma bandeira histórica do Movimento Estudantil, construída de forma sólida e não de modo raso, como essa agitação burocrática. Assim, vamos entender com o exemplo da própria Unifesp o porquê desta reivindicação e porque estudantes de diferentes gerações lutam por ela.
Num dos documentos mais importantes da expansão da Unifesp, o PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional), que pretende ser norte da Unifesp no período de 2010 a 2015, existe uma única página (meia, na verdade) sobre recursos financeiros. Esta meia página acaba com a seguinte frase: “A captação de recursos em fontes não-governamentais nos próximos anos será fundamental para a manutenção da Universidade e a continuidade de seu padrão de excelência.”. Ora, já aqui encontramos uma imensa contradição no discurso oficial da Unifesp. De um lado o seu reitor diz que não falta verba para a universidade, de outro um documento oficial da instituição diz que se não buscar verbas de fontes privadas, a universidade não poderá manter seu “padrão de excelência” (aliás, também cabe perguntar a que padrão de excelência o texto de refere).
Em outros dois documentos, os relatórios de gestão 2004 e 2011 (a prestação de contas da Unifesp), encontramos dados que apenas reforçam o declínio do investimento na educação no período e o processo de precarização da Unifesp. Em 2004, a Unifesp contava com 1293 estudantes de graduação. Já em 2011, com 7166. Isso corresponde a um crescimento de 454,2%. Os campi passaram de 1 para 6, ou 500% de aumento. Os cursos de graduação aumentaram em 1020%, de 5 para 56. Contudo, os gastos correntes passaram de R$ 462.713.203,30 para R$740.793.360,00, o que significa  um aumento de 60%, mas se descontarmos a inflação acumulada no período (47,70%), descobrimos que o aumento real foi de apenas 12,30%.
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Esses dados nos ajudam a entender o que houve com algumas das metas da Unifesp para 2012, como por exemplo o crescimento do número de docentes e Servidores Técnico-administrativos em Educação (TAE'S) não acompanhar o crescimento do número de estudantes. O dado mais absurdo é o de número de técnicos, que aumentou somente 8% no período de 2004 a 2011.

Dessa forma, a bandeira histórica dos 10% do PIB para educação pública já! se mostra necessária e concreta. Para além de uma palavra de ordem, a conquista dessa reivindicação significaria conquistas concretas para a educação: uma educação realmente pública, com investimentos adequados em infraestrutura, permanência estudantil e carreiras docente e de servidores. Só quem teria a perder com essa conquista seriam banqueiros e donos de escolas e universidades privadas, que hoje recebem bilhões do governo para aumentarem seus lucros na lógica privatista do Estado.



Referências

Unifesp – passado, presente e futuro – FAP (Fundação de Apoio à Unifesp)
Plano de Desenvolvimento Institucional – 2011-2015 - Unifesp

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Assembleias dos docentes das federais indicam rejeição unânime à proposta do governo


Neste momento histórico das lutas do ANDES-SN, as Assembleias Gerais das seções sindicais, realizadas no período de 16 a 20 de julho, rejeitaram massivamente a proposta apresentada pelo governo no último dia 13. “As deliberações reafirmam princípios e fundamentos da carreira do ANDES-SN, bem como a necessidade de melhoria das condições de trabalho e valorização salarial”, avalia o Comando Nacional de Greve do ANDES-SN (CNG).


No domingo (22), os docentes que compõem o CNG do ANDES-SN estiveram concentrados na sede do Sindicato Nacional, em Brasília, em preparação para a reunião com o governo, que será realizada nesta segunda (23), a partir das 14h.

Em comunicado, Comando Nacional de Greve do ANDES-SN reiterou “a necessidade de que seja intensificada a greve visando a fortalecer o CNG no processo de negociação”.

Para isso, convocou todos os professores e internautas, que apoiam a luta dos docentes em defesa da Educação Pública e de Qualidade e pela melhoria das condições de trabalho nas Instituições Federais de Ensino, a participarem de tuitaço nesta segunda-feira (23), preferencialmente das 12 às 14 horas, utilizando a hashtag #falaSerioMercadante.

Segundo o comunicado do CNG, as bases docentes do ANDES-SN permanecerão na luta, durante a semana, com nova rodada de assembleias locais para discutir e avaliar os resultados dessa nova reunião com o governo.

 “Convocamos todos para participar de uma vigília nos estados durante todo o dia 23”, conclamam os docentes.


Vadias, nós? Sim e com muito orgulho!!!!


* Por Livia Cassemiro Sampaio

                Em janeiro de 2011 casos de abusos sexuais ao redor da Universidade de Toronto, Canadá, estavam aumentando e assustando as mulheres do Campus. Em reação a esse fato, um grupo de mulheres decidiram reclamar com a autoridade polical local e receberam a seguinte resposta: “Se as mulheres evitassem se vestissem que nem vadias, para não serem vítimas.” Essa simples frase foi o suficiente para que houvesse uma reflexão sobre a condição da mulher. Afinal, segundo o policial, era nossa culpa. O nosso corpo, as nossas roupas que excitam os homens que, devendo obedercer seus instintos, acabam por cometer crime de estupro.
                Ao saber da história a minha reação foi a mais esquisita possivél. Primeiro achei engraçado, não que considere uma piada o fato que mulheres perdendo o direito de ir e vir, mas a desculpa do senhor policial:“Se as mulheres evitassem de se vestirem que nem vadias, para não serem vítimas.”, a piada é que o caso de abusos sexuais aumentaram em janeiro, no inverno canadense. Como mulheres podem se vestir como vadias num inverno de -10°?
                Para falar a verdade isso me intriga até hoje. Não só a mim, mas as mulheres de Toronto também viram isso como um absurdo e, em resposta, elas se organizaram realizando a primeria Marcha das Vadias que levavam mulheres, que combinaram a manifestação por redes sociais, a irem a rua vestidas como vadias. Afinal, somos todas vadias e indenpendente de roupas, não podemos ser culpalizadas pelo crime de estupro sofrido em pleno século XXI. Era uma revendicação pelo direito da mulher de ir e vir em segurança.
                Com uma incrivel velocidade a Marcha das Vadias ganhou o mundo ocidantal e, com essa expansão, ganhando voz de outras demandas feministas. Isso evendenciou que a luta contra a opressão de gênero é existente e necessária.
                O direito de ir e vir em segurança é apenas a ponta do iceberg. O direito ao corpo, direirto a escolha de estado civil, direito em igualar os salários com os homens, direito para sermos vistas como seres humanos, direito a saúde, direito á reprodução segura. Demandas essas revendicadas nos anos de 1960 e ainda, mas de quarenta anos depois, não foram atendidas, pelo contrário, algumas dessas conquistas estão sendo arrancadas de nós, mulheres. Nos Estados Unidos, por exemplo, alguns estados estão voltando atras e tornando o aborto ilegal. No Brasil esse assunto é um tabú e o projeto de lei conhecido como como “bolsa estupro” é um retrocesso desse tema.
                Nós, como socialistas, temos a claresa de que a opressão de gênero e qualquer tipo de opressão tem a mesma raíz: o capitalismo. Esse sistema economico que tem como o objetivo o acumulo de capital depende ,para isso, a opressão e a pobreza. E, portanto, os direitos antes conquistados foram somente para suprir uma necessidade do capital, como a liberação da mão de obra feminia para setores da economia, mas a questão de iguladade, pelo menos, formal não será suprida.
                A luta contra o capitalismo se torna primordial para acabar com as opressões, porem não podemos esquecer que as lutas pelas minorias (LGBT, Mulheres, Negros, etc.) não podem ser posta de lado pelas organizações ditas de esquerda. Essa bandeiras são importantes para a construção de uma sociedade igualitaria e sem opressões. Não basta apenas acabar com o capitalismo devemos criar umnovo homem e uma nova mulher, livre de preconceitos encrustados em cada um de nós. Quantas vezes, homens ou mulheres, nos vimos vitimas ou opressores dentro de nossa organização política? Quantas vezes fomos vitimas e culpados por ações machistas? A luta feminista deve começar por uma reeducação e por novas formas de relações humanas baseadas efetivamente no respeito, na igualdade e na liberdade.

*Livia Cassemiro Sampaio - Militante da LSR- RJ