Por Jonathan Mendonça e Luciano Barbosa*
Que motivos temos?!
São muitos os motivos para que os profissionais de educação demonstrem sua indignação. Desde a falta de materiais pedagógicos, equipamentos, passando por salas de aula superlotadas, até casos claros de assédio moral, problemas com a remuneração e descontentamento com o Plano de Carreiras (PCCV). Por isso, os profissionais da educação de Rio das Ostras estão convocando uma paralisação para os dias 21, 22 e 23 de Maio. Nas próximas assembleias que ocorrerão nos dias 14, 15 e 16, estes profissionais decidirão se vão ou não paralisar. As principais reivindicações são:
A execução imediata da lei de 1/3 da carga horária para planejamentos. Com esta lei, o professor de 20h, por exemplo, passa a ter de cumprir 13h20 com atendimento ao educando. Desta maneira, o profissional passa a gozar de tempo para atividades extraclasse como planejamento, correção das avaliações, relatórios, estudo, etc., o que aumenta a qualidade da aula;
A redução da carga-horária. Alguns professores não reduziram a carga-horária, devido promessa feita por alguns diretores, de que receberiam maiores salários. Hoje, estes profissionais estão trabalhando 25h semanais enquanto seus colegas de trabalho, que solicitaram a redução, trabalham 20 sem receber mais por isso. Reivindicamos que a carga horária seja reduzida para 20h e que os professores recebam horas extras pelo trabalho até agora não remunerado.
O Pagamento da Regência, que desde o início do ano tem sido feito de maneira irregular. Nosso salário não é o de um prefeito ou de um vereador, por isso, é possível que os governantes não entendam o quanto perder a regência pode atrapalhar o nosso planejamento financeiro. Por isso defendemos também a incorporação das bonificações no salário base. Com estas bonificações da forma que são hoje, nos momentos que necessitamos nos afastar do trabalho, perdemos muitos benefícios que equivalem, muitas vezes, a quase metade do salário! Estas são apenas algumas das muitas reivindicações pelas quais os profissionais estão se mobilizando!
Dois sindicatos, uma só luta
Nesta última terça-feira, 07 de Maio, às 18h, houve reunião aberta da Diretoria do SEPE(Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação) núcleo de Casimiro de Abreu e Rio das Ostras, e no mesmo dia e horário houve uma Assembleia do SindServ para a discussão das mesmas questões.
Embora o SEPE não seja filiado a nenhuma Central Sindical, a direção desta entidade em Rio das Ostras reivindica a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a Central Sindical que é braço obediente do governo Federal apoiando ataques deste governo aos direitos dos trabalhadores. O SindServ é filiado à CUT. Conhecendo a prática desta central como seu afastamento das lutas dos trabalhadores a nível nacional para apoiar o governo do PT, avaliamos equivocada e retrógrada a posição destes grupos em ainda estar nesta Central. Enquanto isso os setores sindicais que ainda lutam estão se reorganizando dentro da Central Sindical CSP-Conlutas. Mas ainda mais equivocada é a manutenção desta situação em que sindicatos que representam a mesma categoria chamam reuniões para o mesmo dia e horário, o que divide a categoria e não orienta e unifica pra lutar por melhorias salariais e de trabalho.
O governo Sabino vem, desde sua posse, avançando em medidas que precarizam ainda mais o trabalho dos profissionais da educação e vem negando direitos conquistados pela luta. É contra eles que temos de lutar! Nós, que estamos em sala de aula diariamente e que estamos nos dispondo a lutar não precisamos da divisão dos sindicatos que nos representam. Pelo contrário! Para nós é fundamental (mesmo discordando da análise geral de ambas as direções que não tocam a luta como prioridade politica da categoria)que estejamos unidos para enfrentar Sabino e sua politica de precarização do trabalho do servidor municipal. Sabino não chamou os concursados tentando anular o último concurso e continua fortalecendo as terceirizações na prefeitura através de um enorme número de contratados o que dificulta a elaboração de um projeto pedagógico consistente, pois existe uma grande rotatividade desses professores contratados dificultando a elaboração coletiva dos educadores.
Para combater essa política, a assembleia do SindServ definiu três novas assembleias para a semana que vem, nos dias 14, 15 e 16 (que irão discutir a paralisação dos dias 21, 22 e 23). O SEPE definiu uma assembleia para o dia 15. Nós, que estamos na base da categoria entendemos que é um absurdo que ocorram assembleias separadas e intimamos os diretores que se propõe nos representar a acabar com este disputismo pelo nada e que nada trás de vantagem para o servidor, queremos a unidade pra conquistar vitórias.
Se estivermos juntos é possível
Nós, do Coletivo Luta Educadora, convocamos a todos os professores e profissionais da educação para se incorporarem nesta luta!! Vamos fazer um bonito movimento nesta cidade em prol da Educação Pública de Qualidade! Se os profissionais da educação não tem boa remuneração, tempo para as atividades extraclasse, condições dignas de trabalho, a educação não dará certo! Mas juntos poderemos mudar este quadro que vem se instalando em nosso município! JUNTOS SOMOS FORTES!
*Jonathan Mendonça e Luciano Barbosa são professores trabalhadores do Serviço Público Municipal de Rio das Ostras. Sofrem cotidianamente com a precarização do trabalho na rede municipal e, por isso, defendem a unidade e um programa de luta para ambos os sindicatos.
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