quarta-feira, 12 de junho de 2013

PM e Tropa de Choque reprimem violentamente terceiro ato contra o aumento da passagem em SP

DSC06516As ruas do centro da capital paulista se tornaram palco de guerra no terceiro protesto contra o aumento da passagem, nesta terça-feira (11). Os estudantes que, até então, protestavam pacificamente se depararam com a repressão da PM no terminal de ônibus Parque Dom Pedro. Novamente a PM agiu com violência e truculência.  A única “arma” dos estudantes eram as palavras de ordem que pediam aos usuários do transporte público que aderissem à manifestação. “Ei, você, que está aí parado, você, também, está sendo assaltado”.  Quando a passeata iria contornar o terminal a PM atacou. Atirou bombas e gás de pimenta contra os estudantes que começaram a correr para se proteger. Os trabalhadores que esperavam o ônibus também foram atingidos pelo gás de pimenta.  
 
Alguns manifestantes conseguiram se reorganizar e decidiram prosseguir com a passeata  até a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio. A partir daí o que se viu pelas ruas do centro foi uma praça de guerra.  A PM começou uma verdadeira perseguição aos manifestantes que foram encurralados pelas ruas do centro.  A Tropa de Choque foi para cima dos estudantes que só queriam prosseguir com o ato. Um deles, que não quis se identificar, com os olhos vermelhos e lagrimejando, por causa do gás de pimenta,  disse: “ a gente não estava fazendo nada, só queríamos continuar com a passeata, mas eles não deixaram”.
 
 
Helicópteros foram acionados e quem passasse pelo caminho da Tropa de Choque era alvo.
 
Ainda no centro, dois estudantes foram presos, sem motivo algum, já que a manifestação já havia se dissipado. Um deles, assustado, pedia para quem estivesse ali ligasse para a sua mãe.
 
Outros estudantes seguiram para a Av. Paulista. A reportagem da Central acompanhou a manifestação até o centro. Mas, de acordo com a rede social dos organizadores do ato, o Movimento Passe Livre, lá os manifestantes  foram novamente atacados pela PM.
 
O saldo dessa truculência por parte da PM é de que até o momento 13 pessoas estão presas. Dessas, dez estão sem direito a fiança, duas tem o direito e terão que pagar R$ 3 mil para serem soltas e uma teve a fiança estipulada em R$ 20 mil.
 
Os estudantes continuam na luta contra o aumento da passagem e farão novo protesto nesta quinta-feira (13), às 17h em frente ao Teatro Municipal.
 
A luta contra o aumento da passagem é nacional e algumas cidades conquistam revogação do reajuste - Em diversas capitais do país estudantes e movimentos sociais que estão indo às ruas contra o aumento da passagem sofrem com a truculência dos governos que usam seu braço de ferro, a policia, para reprimi-los. A manifestação contra o aumento das passagens toma proporções nacionais e se enfrenta com as políticas que impõem aos trabalhadores reajustes abusivos nos serviços públicos essenciais, como no caso do transporte público. Em Natal, Florianópolis, Vitória, Teresina, Aracajú os estudantes foram às ruas contra o aumento. Também no  Rio de Janeiro os manifestantes foram reprimidos no último domingo.
 
Em Goiânia, a luta dos manifestantes que realizaram intensos protestos, como os que são realizados em SP e RJ, conquistou que a justiça apresentasse uma liminar para revogar o aumento da passagem, com alegação de o aumento ser abusivo. Com isso, a tarifa reajustada em R$ 3 voltará ao valor de R$ 2,70. As empresas ainda não cumpriam a decisão, pois estão esperando serem oficialmente notificadas.
 
Em Porto Alegre, também conseguiram barrar o reajuste da tarifa. Nesses dois casos a luta conquistou a revogação do aumento da passagem, isso mostra que é possível barrar esse ataque.
 
Em Natal, após vários protestos feitos pela população, a tarifa de ônibus foi reduzida de R$ 2,40 para R$ 2,30.
 
Estas cidades são exemplos de a manifestação pode sim conquistar a revogação da passagem.
 
A CSP-Conlutas repudia a atitude da PM que tem agido de forma truculenta e criminosa com os manifestantes que protestam contra o aumento abusivo da passagem. O direito à manifestação é legítimo!
 
Para a Central, o estado, que está a serviço da máfia das empresas de transporte público, cumpre seu papel nefasto ao atuar com truculência contra a população que luta legitimamente.
 
A CSP-Conlutas reitera essa denuncia e segue apoiando a luta contra o aumento da passagem.
 
 
Foto da manchete: crédito:  Fábio Braga
retirada do facebook Movimento Passe Livre

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